sábado, 9 de março de 2013

O QUE FAZ FALTA...


Tem sido um sucesso a distribuição dos pinos que anunciam o luto da Classe.

Aqueles que pensavam que era fácil dominar, espezinhando os Enfermeiros, hão-de arrepender-se de ter ido por aí, pois é esse tratamento que está a adubar a revolta que se agiganta, lenta mas progressivamente.

E a história vai repetir-se, garante-nos a estrela que nos orienta.

Em 1976 foi feita, pelos Enfermeiros, a maior greve de sempre, em Portugal, numa situação que se aproximava da atual, mas menos perversa, porque não tinha tanta maldade subjacente.

Mas a questão de fundo era a mesma; o vento suão que sopram, seca e queima tudo, por onde passa. Contentavam-se e contentam-se com pouco, porque defendem a teoria do “vale mais pouco do que nada”, teoria dos vencidos da vida. Estipulavam para a Enfermagem uma tabela salarial de miséria; a começar em 2.500$00 e a acabar em 5.000$00.

Eis que sopra a nortada vivificadora com a proposta dos 5.000 a 10.000$00. E foi esta a que venceu. “A história repete-se” diriam os defensores da teoria do “materialismo histórico”.

Primeiramente, alimentaram a ideia de fazer duas mesas negociais, como defendeu o causídico que lhes dá as ordens, no pressuposto do dividir para reinar no reino do “vale mais pouco do que nada”; os arautos pregoeiros da ideia dizem que se fossem únicos… se o vento suão soprasse com o exclusivo… não teriam a incomodidade renovadora da nortada.
Depois, reduziram a carreira de Enfermagem a uma única categoria, para que o alarve comilão se viesse gabar de que, quanto aos Enfermeiros, “já os comi!”.

As chefias de Enfermagem deixaram de ser necessárias, porque uma carreira de uma só categoria não tem direito a chefias próprias, coisa que esses ignorantes, em Enfermeiro, (que nunca exerceram), ou coisa pior demonstram desconhecer, ao destruírem a nossa carreira, como consta dos projetos que escrevem para quem os quiser ler.

Não é por acaso que o … da Silva, que capitaneia a OM vocifera que nos Cuidados Primários não interessam especialidades nos Enfermeiros, porque estes passam a ser liderados pelos Médicos (especialistas em generalidades). Cá está um bom exemplo de “quando os extremos se tocam”.
O … do Couto (o pantufinhas, como o eixo do mal lhe chama) comunga da ideia de “quanto mais USF melhor”, para não desafinar, no coro do Pisco, o Reformador dos CSP, e clama que: “é para andar com calma, devagar, não vá o animal acordar”, por isso usa as pantufas em vez das matracas, o que faz falta é… completar a frase, em homenagem ao Zeca.

Mas há sempre uma Oliveira, que desponta no horizonte, para untar a coisa, com o seu óleo precioso. Lá diz no Diário de Coimbra de 7 de Março que, ela e os restantes presidentes de regional, que integram, por inerência, a nacional, exigem, em nome da qualidade e da necessidade, uma Direção de Enfermagem, para os ACES. Ou leu o nosso protesto (da FENSE), no projeto asqueroso que nos foi presente, para simulacro de direção de Enfermagem, nos CSP, ou conseguiu perceber o que outros não percebem, ou então, fingem admiravelmente, que não percebem: a subordinação da direção de Enfermagem à direção clínica, começando pelos CSP, onde o concentrado profissional é menor.

Foi em Coimbra que reuniram as cortes da Ordem/Suão para apoiarem a ideia infeliz de que vogal de Conselho Clínico era igual a Diretor Enfermeiro, voltando tudo ao mesmo, com o fim do conselho ou reunião do conjunto, pois o Clínico (o Acamado), faz o resto, junto do executivo, que integra, como vogal, na companhia do vogal bombeiro ou autarca. (O que o Pisco pisca para o disfarce…). Mas, lá dizia a outra: “vale mais ser rainha numa hora do que…”. Só que “mais”, em saúde, não quer dizer melhor, dizem os Américos, do lado de lá do Atlântico. 
   
É em Coimbra que é anunciada a morte das silenciosas pantufadas do Couto.
Como diria uma carpideira banal: “tadinho, era tão novo e foi-se, ai, uai, ai”.
O Supino, feito bacante, gaba-se, nas reuniões bacanais, com os comparsas, que é o único que nos afronta. Ena, que valente!

Parafraseando Zaratustra, ao dizer: “o bom do velho ermita de tão entretido que andava a adorar a Deus, nem deu conta que Ele morrera na Sexta-feira Santa”, diremos: o bom do Supino, esse tropo convencido, nem consegue ver que não são os elefantes que destroem as colheitas, mas os pequenos moscos.    


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