domingo, 10 de março de 2013

SOFISMA


Sofisma

Hoje vamos falar dos sofismas OM, que recorrem a premissas falsas para produzir raciocínios de conclusões falsas ou, no mínimo falaciosas.

Para que não venham os sedentos do saber, queixar-se de que não sabem entender o que se diz, comecemos pelo

SOFISMA, que, numa interpretação ligeira é: “argumento falso ou falso raciocínio formulado com o fim de induzir em erro”.

O sofisma é a base da

SOFíSTICA, que é sabedoria aparente, porque assenta em falsas premissas e leva a vícios de raciocínio. Impõe-se, para total clareza saber o que querem dizer as

PREMISSAS, que são os 2 juízos (Juízo é o acto pelo qual se afirma ou nega uma relação de conveniência entre dois termos ou conceitos – Port-Royal), que antecedem a conclusão e dos quais essa conclusão decorre como consequente necessário. A conclusão viciada por uma premissa falsa é aquela e não pode ser outra, isto é; falsa.

Por isso, vamos atacar as premissas falsas que os nossos companheiros de trabalho, Médicos de profissão, usam para nos darem a volta e desviarem da lógica formal, onde as premissas são reais, autênticas, porque traduzem a realidade concreta e não são fictícias, para induzirem em erro.

Esclarecidos os termos (respeito por aqueles a quem nos dirigimos, acima de tudo e de todos – os Enfermeiros) em que vamos apoiar-nos para desmascarar os embusteiros, sejam quem forem,  comecemos por um exemplo concreto:

«Enfermeiros não têm competências para substituir Médicos de Família», noticia o Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos, no 1º dia de Março 2013.

Para usarmos a lógica formal teríamos de saber o que é um Enfermeiro e o que é um Médico de Família; de que são capazes e competentes o um e o outro; em que se ocupam habitualmente.

Vamos dar como verdadeiras as premissas em que o um faz uma coisa e o outro, que não se confunde com o um, faz outra coisa; ambos actuam de acordo com as respectivas competências e responsabilidade.

Ora, se um tem umas competências e outro tem outras competências, é óbvio que nem A pode substituir B, nem o contrário; B substituir A. Sendo A = a Enfermeiro e B = a Médico, vamos usar A e B para facilitar as contas.

Sem sofisma, nunca o A pode substituir B; com sofisma, tudo é possível; até A substituir B.

Mas vamos ao fundo da questão; quais são as competências de B (Médico de Família) para que A (o Enfermeiro de Família) não tenha competências para substituir B?

Ou será que o que está em causa não é A substituir B, mas actualizar as potências de A, transformando-as em actos, que servem, com vantagem, de alternativas aos actos de B. Logo nem podem ser os mesmos actos, porque não assentam nas competências de B, mas nas do A; nem podem ser uma ingerência de A nas competências de B, pois o que se pretende é beneficiar o Sistema dos CSP com + A e – B e não criar um “crossfire”, satânico, perverso, que seria pôr o A a fingir de B e o B a fingir de A.

Como é mais que óbvio; se B, ao marcar o terreno, não tivesse exagerado, pois não reparou no que estava à sua volta e nos limites das suas competências, que acabam, exatamente, no ponto, onde começam as do A, não teriam os BB de estar a impar, tentando ocupar o que não é seu, fingindo supor que é, o que sabem muito bem que não é.

Querem uma prova de abuso de confiança e do impar dos BB?

Vejam esta: «A OM recusa a necessidade de criação de outras especialidades de enfermeiros nos centros de saúde e reforça a importância da enfermagem estar sob liderança responsável do médico de família…».

Com que autoridade é que este Ordeiro/desordeiro dos BB se mete onde não é chamado, classificando os Enfermeiros de irresponsáveis ou que a responsabilidade dos Enfermeiros, não é a que a licenciatura lhes confere, mas a que o medicofamiliado entender libertar-lhe?!

Imagine-se a Ordem dos Enfermeiros a dizer que não são necessárias mais especialidades médicas; aqui ou ali, porque os Médicos devem ficar sob a liderança responsável dos Enfermeiros. Nada impede a OE de usar o mesmo tipo de juízos. Só que não são tão atrevidos e inconscientes.

Estamos, pois, perante uma mudança de paradigma e não duma substituição abusiva de A por B, como está a confundir ingénua ou ignorantemente a OM, recorrendo ao sofisma tosco.

Duma forma ligeira podemos conceber que; se as competências são diferentes, A não pode substituir B, obviamente.

Mas serão as competências de B que estão em leilão, ou trata-se de competências, que tanto se ajustam ao perfil de A e, até é vantajoso, para o Sistema de Saúde, serem exercidas por A, ou;

Trata-se de B se auto eleger plenipotenciário e plenicompetenciário, sobrando para A tudo, além do que B carimba e marca, como próprio das suas competências. (ver como os cães e outros mamíferos marcam o seu território).

Como B marca tudo, em que é ou não é competente, o saldo sobrante das competências do B, é = 0. Logo o A não tem competências para substituir B, porque este é o detentor de todas as competências médicofamiliares, onde é plenicompetenciário e inventor da ideia. Só, através dele, é que o A tem competências que não seriam próprias do A, mas uma cedência selectiva e complementar das competências de B (ver a idiotice da complementaridade consentida por idiotas).

Dado que, na micção demarcadora das medicocompetências medicofamiliadas, mictaram em tudo que viram ou supuseram ver, à sua volta, nada nem ninguém escapou à sua imaginação mictória.

Perguntas incómodas para denunciar os sofismas desta teoria pseudocientífica dos BB:

De onde lhes vem tanta abrangência duma área que não dominam, na totalidade?

Qual o saber e responsabilidade investidos no envio de um Cliente, que só o especialista de especialidade pode tratar, ao documentar esse Cliente, com o famigerado P1?

Se é da sua Ordem, qual o papel da Ordem dos Enfermeiros, sendo seguro e legalmente certo que têm, ambas, competências legais equivalentes?

Será, porque mictões, que são, os BB, por excelência, terão chegado primeiro ao terreno e nele fizeram a sua micção demarcadora; ou terão abusado dos predicados que a sua umbilical visão transforma em plenipotenciários, para atropelarem tudo e todos, sobretudo os Enfermeiros, que já lás estavam, com outros Médicos, sem o rótulo de “familiados”, nem especialistas de generalidades, mas de especialidades e que foram os primeiros excluídos.

Se não chegaram primeiro, onde já estavam implantados os Enfermeiros, desde a versão preventiva à curativa, “só um chega pra lá”, pode ter permitido o abuso plenicompetenciário dos BB. Sem sofisma, é fácil concluir que quem está a substituir os AA Enfermeiros, sem competências para isso, são os BB Médicos.

Daí que os raciocínios baseados em premissas lógicas e reais (porque são baseadas nos factos reais, não os ficcionados pela OM, representante dos BB) levam-nos a concluir que os BB estão a substituir os AA, sem competências para isso. E não é difícil demonstrá-lo logicamente.

Mas se afundarmos mais a sonda da lógica formal, quais foram os critérios de validação de que a Ordem dos BB se muniu e usou, para concluir que: aproveitar as competências técnico cientificas dos AA é substituir os BB?

O sofisma está nas premissas falsas ou falaciosas, no mínimo, usadas por B de que obrigar os Enfermeiros AA a porem em prática as suas competências de AA, é o mesmo que substituir os BB, porque só os BB é que têm competências, a distribuir pelos AA, quando e como os BB entenderem.

Apesar de não ser cultura dos AA a personalização da “vultagem” , não obstante terem também vultos como Florence que reduziu a mortalidade de 42 para 2%, ao combater com métodos próprios, (já havia Médicos) e por ela inventados, a erisipela e a gangrena gasosa.

A outra falácia que é a de criar premissas erradas ou falsas é a de atrevidamente suporem que tudo é comandado por BB e que os AA só actuam por ação reflexa, como uma espécie de agentes, sem cabeça, para pensarem por si. Por aqui se vê o grave erro de não pretenderem admitir que os AA actuam por sua conta e risco, seguindo métodos, que lhes são próprios e que, por isso mesmo, os BB não dominam donde emerge a sua confusão falaciosa ou sofistica, como se demonstrou.

Outro infeliz exemplo de falácia fabricada pelo Bastonário dos BB é assim:

«Pretender que outros profissionais substituam os médicos já deu maus resultados, como aconteceu com os partos em casa». (in. Público sábado 9-03-2013, p 11).

Só não lhe chamamos mentiroso, porque é pouco para esta afirmação criminosa, que uma morte recente, no Hospital de Viseu duma puérpera, desmente; Como o desmentem os inúmeros partos feitos por bombeiros parteiros e parteiras sem serem bombeiros. O crime do cesarianismo lucrativo é estarem a cortar o treino às parteiras para partejar. Isto é crime contra natura.

Até a “mãe de Coura Gracinda”, como dizia o JN de Sábado, 9/03/2013, fez mais de 100 partos sem ter conhecimentos médicos sobre a ginecobstetrícia, alguns os quais a ela própria.

Ainda há dias Sandra Felgueiras fez uma peça na RTP1 e disse, de facto que entre 2007 e 2013 tinham morrido de parto, fora do hospital, 226 nascituros. Mas, não suportando a revolta que as suas tripas geraram, volta atrás e disse: «esqueci-me de lembrar que no mesmo período morreram 1000 nascituros dos que nasceram no hospital, por não resistirem ao parto».

Portanto as comparações dos Bastonário dos BB, que não vamos deixar sem uma resposta pronta e fundada, valem o que valem, que é pouco!

 

 

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