sexta-feira, 17 de outubro de 2014

OS PREDADORES E NÓS, OS ENFERMEIROS_AS

Não somos o que os predadores querem; somos o que somos e por dever de ofício e arte.

Setúbal e o aquaparto são bons exemplos do amarfanhar das nossas competências e saberes da experiência feitos.
É escandalosa a usança que os científicos, como o da OM e o da DGS, fazem da das competências legais exclusivas ou autónomas das Parteiras, como se pode ver pelo aquaparto.
Mas ninguém repara que, antigamente eram os Enfermeiros que ensinavam os internos de Médicos a suturar.
Bastou que a faculdade de medicina estipulasse a necessidade de os formandos praticarem a suturar, para que os Enfermeiros se afastassem do suturar; as escolas de Enfermagem espalhassem a atoarda de que suturar era acto médico, colocando na ilegalidade essa prática.
Das urgências passamos para os CSP, onde os Enfermeiros têm de ensinar aos montões de médicos que por lá passam e passeiam, o que sabem.
Será que, quando estes e os seus congéneres empurrarem os Enfermeiros do tabuleiro para fora, como fizeram em Setúbal, a escola de Enfermagem vem dizer que tudo é "acto médico" como no aquaparto e nas suturas, e nos injectáveis?
Não esquecer que tempos houve em que a matriz das competências dos Enfermeiros eram os conteúdos dos programas dos cursos, porque apesar de tudo a estupidez era menor e partiam do pressuposto de que o Enfermeiro tinha uma formação estática, sem direito à investigação, e consequente evolução.
Mas, hoje, tudo é diferente, porque as competências do Enfermeiro até estão ao lado das do Médico e na mesma Directiva Comunitária 2005/36/CE, vertida para Portugal pela Lei 9/2009.
E os Enfermeiros podem investigar porque são tão ou mais licenciados que os Médicos e têm uma Ordem com as mesmas competências que a Ordem dos Médicos, para registarem no direito consuetudinário, os resultados dos seus saberes próprios.
Escusado seria dizer, que também a Ordem dos Enfermeiros pode ingerir nos Médicos com a Ordem dos Médicos faz com os Enfermeiros, armada em dona da coisa, sua e dos outros, o que é ilegal e abuso sério.
Só que, para isto ser viável os Enfermeiros que ocupam certos cargos deveriam ser um nadinha mais, mesmo que não fosse muito...

Pensar nestas coisas é pensar seguro e firme e sem complexos bestiais.
Com amizade e atenção construtiva e reconstrutiva
José Azevedo

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