terça-feira, 21 de julho de 2015

DEPOIS OS MANSOS DIZEM QUE O MÁ-LÍNGUA SOU EU...



O feudo do caloteiro da Asprela apanhou em ambiente "sui generis", um grupo de Apalpadores/revistadores, que está a custar bom dinheiro aos nossos impostos.
Um Enfermeiro com tendência para bom samaritano, pegou num frasco de dose individual de betedine e em meia dúzia de compressas (tudo no valor calculado, pela instrutora do processo, de 5 €, com a coragem de o escrever), para fazer um penso a um pobre velho seu vizinho, abandonado no meio dos silvados. Falei com ambos, para tirar dúvidas. Com a instrutora não foi necessário falar, porque a conheço bem de mais.
Os Apalpadores revistadores reconvertidos, apanharam esse roubo fantástico, bem mais baixo do que os 25.000€, sem juros, que o caloteiro deve ao nosso Sindicato dos Enfermeiros - SE, desde 2006, lavraram o auto e a diligente instrutora, uma socióloga apsicologizada, sugeriu um mês de suspensão ao Enfermeiro. Que cumpriu, para exemplo.
Tempos depois, foram apalpados e apanhados dois médicos, com material avaliado em vários milhares de €€:
O caloteiro, impiedoso castigador do Enfermeiro, que, além de não ganhar nada com o penso, que não fez, com aquele material, apanhado no apalpanço, esteve um mês sem vencimento: deu ordens aos "conscientes" apalpadores, que estão às suas ordens, nestes termos: «se escreverem uma única linha do que apanharam dos médicos, o vosso contrato com o hospital cessa imediatamente».
Para a advogada foi mais comedido: «Se disser ou escrever uma palavra,  acerca disto que se passou, com estes médicos, ponho-a na rua».
Pois é. Estes critérios são aplicados pelo presidente de um grande; se não o maior hospital do país, professor da Faculdade de Medicina, sem aulas, nem alunos, mas professor, que trata os trabalhadores do Hospital, a que preside, como servos da gleba de um feudo imaginário, porque, em Portugal, nunca houve feudalismo. Mas pelos, vistos há feudalistas.
Ora, para que os mansos não me acusem de má-língua, até o vou classificar de perfeito, no seu estilo.
E de perfeitos classifico aqueles a quem dei conhecimento desta diferença de critérios de apanhar caça grossa com fisga e apanharem  pardais, com canhões.
E estas cenas são de um filme de horrores, mas o horror aumenta com o produto do furto, que no Enfermeiro são 5 €€€ e para os Médicos, que nem sequer foram processados, não obstante a enorme diferença de valores do produto recuperado; são vários milhares €€ roubados, num roubo impune, conscientemente abafado pelo próprio presidente do CA, sem honra, nem vergonha.
Só não faço um hino a estas cenas, porque já me esqueci da forma de o fazer.
Como é  que os mansos e puros dirão estas coisas, na sua simplicidade e recta intenção?
Sei lá!
Eles são os que vêem directamente a Deus, enquanto eu estou sempre a ver o diabo e, talvez por isso, criei este jeito.
O Ordenador Universal ou Demiurgo está a seguir a estratégia de criar qualquer coisa contra as pessoas que pretende neutralizar, para que essas pessoas se virem mais para si do que para a missão que lhes está distribuída. Conheço vários casos.
Mas tenho muita pena de desiludir os mansos, os puros: a minha missão, como Enfermeiro, é levar a ferida ao são, retirando-lhe o tecido necrosado, podre, para que comece a cicatrização, a partir do tecido são.
E nas feridas, como na vida, há muitos podres, que é necessário extirpar.
E dessa missão de extirpador dos podres, não me posso distrair, com ditotes banais, sobre coisas importantes, da nossa profissão.
Pode haver quem não se preocupe com as diferenças de tratamento de Enfermeiros e Não-enfermeiros. Mas eu preocupo-me; é uma questão de feitio...

Com amizade e paciência para vos suportar,
José Azevedo

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