domingo, 4 de dezembro de 2016

USF - COMO NASCEM E PARA QUE SERVEM



ABORTO USF

Há dias, levantei a questão de as USF serem formas disfarçadas de privatização dos Cuidados de Saúde Primários, curiosamente implantadas por ilustres comunistas, para satisfazerem outra falácia: as famílias sem médico de família,  chavão que passou a ser trunfo político, em época de eleições e troca de galhardetes, nas discussões políticas.
(Antes de continuar quero informar de que fui Enf.º Superintendente desde 1976, categoria, que foi transformada em Enfº Diretor em 1981 (DL 305/81 de 12 Nov, do que foi a assistência primária, hoje CSP).
Serve este parêntesis para esclarecer que não estou a falar sem experiência, nas comparações, que faço.
Como nasce uma USF, é essa a questão.
Ao Sindicato dos Enfermeiros (mas sem P) vêm parar as consequências da conceção e nascimento das USF.
Por exemplo; uma Médica com vocação e dotes de patroa, resolve formar a sua equipa, com as suas Enfermeiras e outros profissionais, que aderem à ideia.
Como, na área de trabalho, lhe conhecem a ronha, nem todos aderem à ideia.
Mas para conseguir as Enfermeiras de que necessita, manda afixar editais nos hospitais mais próximos. Estes, tão avessos, que são, à afixação de comunicados sindicais, acarinham estes editais USF e, já vão ver porquê...
É cada vez mais problemática a concessão dos direitos de horários minimamente adaptados à maternidade;
São cada vez mais as Enfermeiras mães. Saudemo-las por essa opção!
Ora, se "despacharem" uma dessas mães, para a mobilidade, rumo às USF, ficam com menos um horário condicionado.
Mas, do outro lado, o do Centro de Saúde, onde germina a USF, cria-se a necessidade de "expulsar" as Enfermeiras não aderentes, à ideia de USF, ou não escolhidas pela escolhedora patroa.
Enquanto não se aperceberem deste engodo, para ir privatizando os CSP, com todos os inconvenientes e injustiças apontadas, estamos a providenciar, junto de quem tem o dever e o poder de moralizar esta sem vergonha, minimizando-lhe os estragos; a criação de critérios moralizadores desta mobilidade, que, de há muito, só não fez mais vítimas, porque vai havendo cantos, nos CS, para arrumar as preteridas da patroa.
Mas os cantos vão faltando e as vítimas vão caindo nestas injustiças, para que não contribuíram, oferecendo-lhes como destino o "Cu de Judas", que é longe.
Como pode um sistema tão perverso nascer, onde e por quem tanto  combate a privatização do SNS e a sua sustentabilidade?
Podem continuar a mandar-me uns miminhos nos vossos vomitórios, que recebo, como utilidade prática, para cimentar o que me dita a consciência, mas não a conveniência.
Aqui, para o Zé: OU HÁ MORAL, OU COMEM TODOS.
Com amizade e persistência,
José Azevedo

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