quarta-feira, 11 de setembro de 2013

AS HORAS E OS HORÁRIOS

O ataque aos horários dos Enfermeiros é um facto evidente nas ARS, com destaque para a do Norte.
Desde há muito que têm vindo a subverter a jornada contínua e, através dela, o conceito de Enfermagem.
O trabalho dos Enfermeiros é autónomo; organiza-se por si. Não depende de nada nem de ninguém.
Há uns sujeitos, que praticam outra arte, a que impropriamente chamam ciência, a medicina, que adquiriram o hábito de mandar em tudo e em todos, dos quais se destacam os Enfermeiros, como principais vítimas, desse desmando, pois são permanentemente perturbados com o abuso, que os aretistas da medicina praticam ao usá-los como muletas.
Digamos que as culpas destes abusos são mútuas, pois como diz o Tino de Rans: [se o meu chefe der uma ordem e eu não a cumprir, o meu chefe não manda nada]. Isto é; se os Enfermeiros se ocuparem dos seus afazeres;
Se os Enfermeiros impuserem as prioridades dos seus afazeres próprios da sua arte, não dão, sequer a oportunidade aos abusadores do "chegue-me isto", "faça-me aquilo"...
A Lei 68/2013, que impõe as 40 horas semanais, reflecte bem, o espírito de quem nos desgoverna, e de quem afecta a sanidade desses governantes.
A ideia de supremacia é tão arreigada aos conceitos da sua arte, a medicina, que pensam: «uma pessoa sã é uma pessoa que foi mal examinada». (Jörg Blech in "os inventores das doenças")
Se os governantes não se deixam influenciar por isto e não obedecem à indústria farmacêutica, que Matthias Rath, médico alemão, classifica de "forças do mal", não escolhiam os Médicos como os mais iguais, reunindo até, ao Domingo, para darem provas irrefutáveis da sua vassalagem a este tipo de soberania.
Posto isto, não é difícil advinhar por que lhes concederam um regime especial de 40 horas semanais, anormalmente pago, com dinheiro que, para estes exageros, não falta.
Convém lembrar que os Enfermeiros têm horários especiais, porque são um "corpo especial", e porque especial é a sua actividade, no "sempre presente".
É oportuno lembrar que, já em 1977, a Organização Internacional do Trabalho e a Organização Mundial de Saúde conjugaram esforços para imporem ao Mundo da Saúde um horário tendencialmente diminuendo para os Enfermeiros.
Ora, se o nosso Governo estivesse atento aos fenómenos sociais, teria o dever de evitar o efeito psicológico, nos Enfermeiros, que a ameaça com horários de 40 horas semanais, representa.
Dizemos psicológico, porque o físico, esperamos evitá-lo, se a justiça funcionar, como esperamos.
Mete nojo a forma como os Executivos de ACES se afadigam com reuniões e mais reuniões; projectos urgentes que requerem, o que nunca fizeram por coisas mais importantes para os serviços, que comandam; só para que ao bater da última badalada do sino do poder, no dia 30º dia da fermentação da lei 68/2013.
Depois ameaçam retirar este e aquele, porque sobra pessoal.
Como nos enojam, estes matemáticos ignaros que nem contas sabem fazer.
Lembram-nos a anterior ministra da saúde, que dizia na sua observação vesga: «nunca vi os Enfermeiros tão disponíveis e solícitos, como na greve».Se conseguisse ver mais além, notaria que esse fenómeno resulta da indefinição dos serviços mínimos que os demolidores dos efeitos da greve decretaram, onde nem as rotinas faltam e que 2 Enfermeiros têm de fazer por 10.
Por isso correm;
Por isso dão nas vistas vesgas de qualquer cegueta.
Eles, os matemáticos, que nem pensem em retirar um só Enfermeiro, para pôr mais um Médico, extinguindo mais uns quantos cuidados de Enfermeiro, por duas razões:
1 . São muito poucos os Enfermeiros para os horários actuais;
2 . Estamos a preparar um processo, invocando a Convenção 149, da OIT, dedicada aos Enfermeiros e que proíbe o aumento dos horários dos Enfermeiros, pois foi feita para os reduzir, logo não permite o seu aumento.
Ora, na hierarquia das fontes do Direito as Convenções sobrepõem-se às Leis.
Sendo assim, e é, os exploradores dos Enfermeiros podem descansar, pois não é por essa via, que os vão explorar mais, visto que temos a providência cautelar concluída e a sua entrega é feita esta semana, nos Órgãos de Soberania respectivos.
Finalmente, se lutam pela qualidade, como nós, devem saber que "depressa e bem, não há quem"e os Enfermeiros, lentamente vão intuindo, que os primeiros beneficiários dos cuidados prestados com a dimensão correcta do tempo, são os Doentes e, seguidamente, beneficia a Enfermagem, que se engrandece e destaca com essa prática qualificada.
HD!

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