segunda-feira, 23 de setembro de 2013

SER ENFERMEIRO

NB: O QUE ELES DIZEM E PENSAM DE NÓS.
Não devemos desperdiçar estas lições!


Tenho 25 anos e sou auxiliar à 5 anos. Por circunstancias da vida só fiz o 12 ano, e cai de para quedas nesta profissão. O meu dia a dia no trabalho é um inferno, trabalho numa unidade de cuidados continuados da zona oeste do país. No meu primeiro dia de trabalho, o meu chefe (um enfermeiro reformado a recibos verdes) disse-me que os auxiliares colaboram com os enfermeiros, mas logo percebi que era mentira. Sou obrigado a fazer muita coisa que não me compete, a administrar medicação oral (os enfermeiros só deixam ao pé dos utentes, nem tiram do blister)a dar banhos sozinho, se for no chuveiro o enfermeiro limita-se a ficar a fazer a cama, de má vontade e quando a faz, mas também acontece dar banhos no leito sozinho. Nas transferências da cama para a cadeira de rodas ou o contrario nunca estão presentes, não colaboram a meter arrastadeiras ou urinois. Não deitam os doentes depois do das refeições e muitas das vezes nem a ronda de posicionamento e mudança de fraldas fazem. Nas tardes em 8 horas do turno da tarde, talvez 6h passem a frente de um computador delegando os doentes aos auxiliares. Não ajudam a dar as refeições, só dão aos doentes das sondas porque ainda nisso não nos conseguiram obrigar.
No turno da noite nunca se levantam do cadeirão para ir as campainhas e por vezes nem perguntam porque o doente tocou.

Ganho 513 euros brutos que com o desconto fica numa miseria, o subsídio de turno quase que nem existe. Sou constantemente humilhado pelos enfermeiros que praticamente tem a minha idade ou pouco mais velhos são, onde nem respeito têm por auxiliares que podiam ser mães deles e delas.
Acusam-nos de não limparmos as camas, rampas e etc, mas para eles ficarem sentados no pc temos que fazer o trabalho que devia também de ser deles sozinhos. O meu chefe nunca está do nosso lado, defende sempre os enfermeiros pois é da classe deles. Somos considerados a escumalha lá dentro, os porcos, os preguiçosos, os que só sabem estar sentados e de telemóvel na mão, mas isso não é verdade, fazemos muito lá dentro, ate mais do que nos compete.
Gostava que me aconselhassem, que me esclarecessem, é normal ser um enfermeiro chefe de auxiliares? como posso argumentar minimamente bem para não fazer algumas coisas sem os enfermeiros sem que me digam que "não quero fazer nada"? a nivel de ordenado ser que no serviço nacional de saude os meus colegas ganham muito mais que eu, que em 5 anos só fui aumentado 10 euros e que o próximo será aos 10 anos de casa e não vai além de mais 10 euros, não há nada que me ajuda a argumentar também neste aspecto?
Gostaria que se algum auxiliar que trabalhe numa unidade destas ou numa santa casa me diga se ganham o mesmo e se passam o mesmo que eu. As minhas colegas são quase todas mais velhas que eu, mas não se mexem para melhorar nada, tem medo, eu também tenho, mas quero construir uma vida e não sei como.
Adoro o que faço, a maioria dos meus doentes sao idosos e aprendo muito com eles, mas nestas situações, ando desmotivado."
 
A MISSÃO DOS ASSISTENTES OPERACIONAIS
Longe vão os tempos em que as administrações hospitalares planeavam e supervisionavam e os trabalhadores apenas executavam o trabalho, e ponto final.
Hoje, os hospitais como organizações que são, definem a missão, a visão, os valores e objectivos contando com a colaboração de todos os seus trabalhadores.
Os recursos humanos são o coração de qualquer organização. A existência de programas de formação periódica, através de programas qualificados e dirigidos à actualização de conhecimentos e a práticas dos Assistentes Operacionais, é fundamental para o sucesso do hospital, centro de saúde ou outro estabelecimento dedicado aos cuidados de saúde e sociais das pessoas.
Nós, Assistentes Operacionais, temos que admitir que com o passar do tempo, perdemos progressivamente algumas capacidades e com impacto na qualidade do nosso trabalho. Por isso, temos que encontrar e definir modelos de formação que nos possa requalificar e certificar competências de tempos a tempos.


9 comentários:

Anónimo disse...
Mas, eu que, tenho 35 anos de serviço, posso não ter as habilitações que nos querem impor, mas tenho a experiência da vida. Muitas das vezes nem os chefes, alguns com curso superior ou dizem que o têm,Hoje tudo quer ter o título de doutor, sabem como se fazem as coisas. É lamentável o que querem fazer connosco, somos os primeiros a ser acenados com as rescisões amigáveis. Sinto-me triste, ninguém faz nada por nós, apetece-me dizer até mesmo a associação, dos sindicatos e há longo tempo já nada espero. Qual a nossa missão? trabalhar, trabalhar, trabalhar, vejam quantas horas nos devem os hospitais. As administrações em nada se preocupam com isso; faz falta alguém é fácil, para eles, tirem-se folgas. Visão, andamos todos cegos e continuaremos com esta eterna cegueira; valores, sinceramente já não sei que valor temos no serviço de saúde. Estamos todos com grandes cataratas. Exigem aos médicos, ameaçam com greves logo tudo lhes é dado. Exigem aos enfermeiros, greves, tudo lhes dão, vejam só, não querem trabalhar 40 horas, pois é o doente que vai sofrer dizem eles, mas esquecessem-se que trabalham nos hospitais públicos e logo de seguida estão nos hospitais privados, quantas horas trabalham? muitas no privado, no público vão para o emprego. Enorme cegueira ... Acabem com a nossa carreira de vez; estou quase a ser um doente do hospital e tenho medo de ver o enfermeiro a dar-me o comprimido que era para o vizinho porque o médico começa a não ser visto e a assistente operacional vai para a mobilidade(despedimento), mas, como estou com enorme cegueira estará alguém ou talvez não a tratar-me.
Anónimo disse...
ola a todos
Marco disse...
Olá a todos!
Assim que vi este blog pensei que podia ser a ajuda que tanto preciso.
Tenho 25 anos e sou auxiliar à 5 anos. Por circunstancias da vida só fiz o 12 ano, e cai de para quedas nesta profissão. O meu dia a dia no trabalho é um inferno, trabalho numa unidade de cuidados continuados da zona oeste do país. No meu primeiro dia de trabalho, o meu chefe (um enfermeiro reformado a recibos verdes) disse-me que os auxiliares colaboram com os enfermeiros, mas logo percebi que era mentira. Sou obrigado a fazer muita coisa que não me compete, a administrar medicação oral (os enfermeiros só deixam ao pé dos utentes, nem tiram do blister)a dar banhos sozinho, se for no chuveiro o enfermeiro limita-se a ficar a fazer a cama, de má vontade e quando a faz, mas também acontece dar banhos no leito sozinho. Nas transferências da cama para a cadeira de rodas ou o contrario nunca estão presentes, não colaboram a meter arrastadeiras ou urinois. Não deitam os doentes depois do das refeições e muitas das vezes nem a ronda de posicionamento e mudança de fraldas fazem. Nas tardes em 8 horas do turno da tarde, talvez 6h passem a frente de um computador delegando os doentes aos auxiliares. Não ajudam a dar as refeições, só dão aos doentes das sondas porque ainda nisso não nos conseguiram obrigar.
No turno da noite nunca se levantam do cadeirão para ir as campainhas e por vezes nem perguntam porque o doente tocou.
Ganho 513 euros brutos que com o desconto fica numa miseria, o subsídio de turno quase que nem existe. Sou constantemente humilhado pelos enfermeiros que praticamente tem a minha idade ou pouco mais velhos são, onde nem respeito têm por auxiliares que podiam ser mães deles e delas.
Acusam-nos de não limparmos as camas, rampas e etc, mas para eles ficarem sentados no pc temos que fazer o trabalho que devia também de ser deles sozinhos. O meu chefe nunca está do nosso lado, defende sempre os enfermeiros pois é da classe deles. Somos considerados a escumalha lá dentro, os porcos, os preguiçosos, os que só sabem estar sentados e de telemóvel na mão, mas isso não é verdade, fazemos muito lá dentro, ate mais do que nos compete.
Gostava que me aconselhassem, que me esclarecessem, é normal ser um enfermeiro chefe de auxiliares? como posso argumentar minimamente bem para não fazer algumas coisas sem os enfermeiros sem que me digam que "não quero fazer nada"? a nivel de ordenado ser que no serviço nacional de saude os meus colegas ganham muito mais que eu, que em 5 anos só fui aumentado 10 euros e que o próximo será aos 10 anos de casa e não vai além de mais 10 euros, não há nada que me ajuda a argumentar também neste aspecto?
Gostaria que se algum auxiliar que trabalhe numa unidade destas ou numa santa casa me diga se ganham o mesmo e se passam o mesmo que eu. As minhas colegas são quase todas mais velhas que eu, mas não se mexem para melhorar nada, tem medo, eu também tenho, mas quero construir uma vida e não sei como.
Adoro o que faço, a maioria dos meus doentes sao idosos e aprendo muito com eles, mas nestas situações, ando desmotivado.
Alguem experiente e que saiba do que fala que me ajude por favor. Aqui ou no meu mail: mag-az@live.com.pt.
Muito obrigado a todos, virei mais vezes agora que sei que existe um "ponto de encontro" para auxiliares. Beijos e abraços
Anónimo disse...
Meu caro colega Marco, bem podes esperar sentado que ninguém te vai responder. Quem sabe responder não te vai responder, porque no hospital deles os assistentes operacionais (auxiliares)fazem o mesmo que tu fazes com a permissão deles. Já há muito que tudo isto acontece por todos os hospitais, imagina numa "santa casa". No meu hospital, a minha chefe à nossa frente diz-nos "vocês não têm nada que fazer isto e aquilo", pelas nossas costas é a primeira a beijar a mão do responsável do conselho de administração quando lhe dizem que é preciso fazer isto ou aquilo. É a primeira a lamber o rabiote dos enfermeiros, de facto concordo contigo quando dizes que quem te chefia é um enfermeiro e reformado. Não tenhas ilusões, irá piorar. Temos valor, mas só reconhecido por nós. Já no tempo das "freirinhas" as criadas eram tratadas assim, só não obrigavam a dar comprimidos porque não os havia, não passavam o tempo em frente ao pc porque não os havia, passavam o tempo com o terço na mão. Como é que queres que hoje os enfermeiros se ocupem dos doentes se estão de volta do pc e elas têm unhas de gel. Sei que ganhamos pouco, mas façamos greve não um, mas sim dois três dias seguidos, de certeza que com três dias seguidos de greve conseguiremos o que temos direito e vistos com outros olhos. Se virmos as coisas fazemos mais dias de greve durante o ano mas separados e não seguidos. Deixemo-nos de enrolar em palavras de caridade e peles de cordeiro. Não sei o que é que os sindicatos têm feito por nós e a associação? Razão tem o primeiro comentador.
Assistente Técnicodisse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Assistente Técnicodisse...

Felicito desde já o vosso trabalho. E um bem haja pela partilha das realidades ocultas. Mais uma vez pelos testemunhos, a má, digo, a falta de gestão pelas chefias é inerente a estas situações, uma vergonha.

Bom Trabalho.
susana fernandesdisse...
Em 1º lugar não se iluda, até podia ter 100 anos de serviço isso nunca irá substituir a formação académica,todos sabem apertar um parafuso mas nem todos sabem qual.
susana fernandesdisse...
Caro Marco
Onde escreveu à deve ser há 5 anos,desde que acabei o curso de enfermagem já fiz centenas de horas de formação a expensas próprias,e regressei à escola superior de enfermagem 2 vezes,isto a trabalhar em simultâneo (custa), por isso é preferível deixar-se estar no mesmo sitio e criticar os outros,a formação dos assistentes operacionais e conhecimentos são tão maus que nem são capazes de avaliar corretamente o trabalho dos outros profissionais quem os rodeiam,os assistentes operacionais são funcionalmente dependentes dos enfermeiros dado que a sua profissão(chamemos-lhe assim) não é autônoma, para bem dos doentes.A maior parte vem da rua sem formação absolutamente nenhuma,mas tendo a presunção de ser enfermeiro,mas não percebem que estão a anos luz de o ser.O sr Marco acha que quando toca uma campainha deve ser um técnico altamente qualificado que custou milhares de euros ao estado a atender a campainha, que para si é comparável aos doentes (LOL)
Espero que tenha a sorte de nunca precisar de um enfermeiro no decurso da sua vida dado que só tem 25 anos e pensa que esse dia nunca vai acontecer,mas de qualquer maneira quando estiver doente num hospital tente chamar um médico ou um colega seu quando estiver "à rasca" e só ai perceberá o monte,melhor a montanha de asneiras que escreveu. Concerteza se não gosta do que faz e de quem manda em si tem sempre a oportunidade de mudar de emprego, ou então ir estudar,não custa uma fortuna, custa mais é pensar e abrir os horizontes acerca daquilo que nos rodeia.No meu entender os A.O ganham muito para a responsabilidade que têm, ou seja, nenhuma e para o pouco que têm de pensar,caso não saiba a responsabilidade paga-se.Já agora eu estudei 18 anos da minha vida,trabalho há 17 anos tenho doentes auxiliares e colegas à minha responsabilidade todos os dias e ganho 1201€,não brinque com assuntos sérios e PENSE,PENSE-
susana fernandesdisse...
Caro Marco
Onde escreveu à deve ser há 5 anos,desde que acabei o curso de enfermagem já fiz centenas de horas de formação a expensas próprias,e regressei à escola superior de enfermagem 2 vezes,isto a trabalhar em simultâneo (custa), por isso é preferível deixar-se estar no mesmo sitio e criticar os outros,a formação dos assistentes operacionais e conhecimentos são tão maus que nem são capazes de avaliar corretamente o trabalho dos outros profissionais quem os rodeiam,os assistentes operacionais são funcionalmente dependentes dos enfermeiros dado que a sua profissão(chamemos-lhe assim) não é autônoma, para bem dos doentes.A maior parte vem da rua sem formação absolutamente nenhuma,mas tendo a presunção de ser enfermeiro,mas não percebem que estão a anos luz de o ser.O sr Marco acha que quando toca uma campainha deve ser um técnico altamente qualificado que custou milhares de euros ao estado a atender a campainha, que para si é comparável aos doentes (LOL)
Espero que tenha a sorte de nunca precisar de um enfermeiro no decurso da sua vida dado que só tem 25 anos e pensa que esse dia nunca vai acontecer,mas de qualquer maneira quando estiver doente num hospital tente chamar um médico ou um colega seu quando estiver "à rasca" e só ai perceberá o monte,melhor a montanha de asneiras que escreveu. Concerteza se não gosta do que faz e de quem manda em si tem sempre a oportunidade de mudar de emprego, ou então ir estudar,não custa uma fortuna, custa mais é pensar e abrir os horizontes acerca daquilo que nos rodeia.No meu entender os A.O ganham muito para a responsabilidade que têm, ou seja, nenhuma e para o pouco que têm de pensar,caso não saiba a responsabilidade paga-se.Já agora eu estudei 18 anos da minha vida,trabalho há 17 anos tenho doentes auxiliares e colegas à minha responsabilidade todos os dias e ganho 1201€,não brinque com assuntos sérios e PENSE,PENSE-

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