quinta-feira, 31 de julho de 2014

HERMAFRODITISMO CLÍNICO OU MEDICOENFERMEIRO

Na caixa das mensagens Hermes, o mensageiro, deixou-nos a indicação de que: a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto PUBLICOU (clique aqui (lá abaixo) uma orientação dirigida aos Senhores Enfermeiros (Colegas, quando ouvirem ou lerem alguém a tratar-vos por um Sr. Enfermeiro ou uma Senhora Enfermeira, ponham-se à defesa, pois a vossa senhoria é evidente e não precisa de ser lembrada. Imaginem se pegavam a dizer um Sr. Médico, sim; porque poucos são os DRs), a dar instruções, como devem preencher os formulários para efeitos curriculares de como se portou o aluno: ao fazer o penso, ao administrar o injectável, "and so on". E andam os Enfermeiros a dirigir-se ao Sr. Médico, quando não conseguem algaliar uma vítima das circunstâncias?!)
Fomos informados oficiosamente de que também as faculdades de Enfermagem, já estão a preparar os Enfermeiros, para substituírem os Médicos, nos CSP, numa espécie de universalização dos cuidados.
Essa treta de Médico só passar receitas e Enfermeiro só fazer o que o Médico manda, está a dar os últimos suspiros; vem aí a "new wave". Nesta nova vaga todos fazem tudo e em todo o lugar; já que os Enfermeiros não tiram umas coisas de médico, são os médicos a tirarem uns saberes enfermeiros. É o que está a dar na emigração e no desemprego de Enfermeiros.
Toda a gente vai poder fazer tudo e em todo o lado.
Não vale a pena o Sr. de Pombal preocupar-se tanto, com as competências dos Enfermeiros, que é uma profissão titulada, que todo mundo gosta de ter. Agora, até os seus representados Médicos, querem ser, de Enfermeiros.
O Sr. Ministro da Saúde não precisa de se preocupar, com as competências, que passam progressivamente a figurinhas de retórica para lembrar as práticas do passado, porque a Natureza está a encarregar-se de nos dar razão, corrigindo entendimentos, eventualmente mal concebidos.
 Não se esqueçam que foi no Norte que o Sr. Médico Vilas Boas fez as suas experiências bem sucedidas com os RRE e, depois USF/B, porque encontrou um terreno prenhe de boa-fé. 
Vamos saber se as outras faculdades de Medicina do país, exceptuando aquelas, onde preparam médicos falcões, outra forma de ver o mesmo assalto, estão a ter o mesmo entendimento da formação do médico do futuro.
Não foi por acaso que começamos com Hermes a quem Zeus juntou Afrodite dando o Hermafrodita, que se emprenha a si mesmo, pois a coisa do 2 em 1, já vem de longe.
Assim, estão a ver o médico hermafrodítico a não ter de dar ordens a uma senhora Enfermeira mal disposta: ele receita-se e administra-se a terapêutica.
Os legistas têm de retirar a 3ª parte da receita, que era relativa ao Médico a dirigir-se ao Enfermeiro.
Pensem nisto, Colegas.
Com amizade e tolerância mal contida,
José Azevedo

(Anexos)

[Exmo. Sr.

Na Sequência de uma interpelação feita pela coordenadora, da USF onde exerço funções, para participar na formação de estagiários do curso de medicina, foi-me entregue um documento da faculdade de medicina do Porto.
Nesse documento, intitulado "medicina comunitária (prática clínica) ano letivo 2014-2015" "registo de pratica", constam, entre outros, todas as atividades que o enfermeiro deve orientar aos alunos do curso de medicina.
Esta informação não é da ARSNorte nem do ACES Maia/Valongo, nem existe por parte destas entidades qualquer informação sobre este assunto.
De acordo com parecer da OE, de 24-02-2012 " formação assegurada por enfermeiros a outros profissionais que não enfermeiros", fiquei com dúvidas se este pedido colide com as indicações da OE.
Contatei a Enfª Chefe do ACES Maia/Valongo, Enfª LP, que afirmou desconhecer qualquer documento com este teor e que informou que deveria entrar em contato com a OE para obtenção de esclarecimentos,
A questão que se coloca é se estamos a falar de um documento oficial, e qual a validade deste por não ter seguido os canais de comunicação da ARS norte ou do ACES Maia/Valongo, e qual o melhor procedimento a ter com esta informação. Somos obrigados a prestar este tipo de formação?
desde já agradecido pela sua atenção,
com os melhores cumprimentos],

questionário da FMUP < clique aqui para ver como é...>


Que dizem a este hermafroditismo profissional clínico!?
A que se deve esta iniciativa;
à fraqueza dos Enfermeiros?
à força dos Médicos?
ou à junção de Hermes com Afrodite.
Estou a alertar-vos, caros Colegas Enfermeiros para a necessidade de mostrarem as mesmas dúvidas que este colega preocupado.
Ou ando a ler pouco ou a ouvir e a ver mal, mas a verdade é que ainda não vi, não li, não ouvi o Sr. de Pombal e Bastonário Médico usar uma ou várias das vias de comunicação, ao seu serviço permanente, sobre este hermafroditismo medicoenfermeiro.
É estranho, não é?
Será que pensam que vão ficar muito mais tempo a dar ordens aos Enfermeiros, para além daquelas das receitas?
Até quando, ó Catilina, ousas abusar da nossa paciência, diria Cícero nas suas catilinárias! 
José Azevedo

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