quarta-feira, 23 de julho de 2014

QUEM NÃO BERRA NÃO MAMA

Quem não chora, não mama !

Um mês depois de 66 chefias do Hospital de São João se terem demitido, o administrador do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) fez o ponto da situação das negociações com o ministro da Saúde, Paulo Macedo, que lhe permitiram já a contratação de médicos e de assistentes operacionais, mas não revelou se o Estado pretende liquidar a dívida de 73 milhões de euros que mantém para com o hospital.
Perante os deputados, António Ferreira negou que o CHSJ tenha sido privilegiado pelo Governo e empenhou-se em mostrar a eficiência da sua gestão, afirmando que outros hospitais de dimensão semelhante gastariam mais 138 milhões de euros para tratar os doentes que o São João trata.
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Surpreendeu-o a abertura do Ministério da Saúde perante o braço-de-ferro da administração do hospital?
Não houve braço-de-ferro. Não posso dizer que o Ministério da Saúde não esteve sempre aberto a discutir esses assuntos. Creio é que o ministério tem estado entre duas pressões: de um lado, os hospitais, concretamente o Hospital de S. João, com necessidades específicas, e do outro lado uma falta de sensibilidades das normas impostas pela troika para responder a essas necessidades.
Os cirurgiões do Hospital de S. João continuam a fazer em média uma cirurgia por semana ou conseguiu que essa barreira fosse ultrapassada?
Não tenho isso de cabeça, mas os cirurgiões e, em termos gerais, os médicos do S. João são os que têm maior produtividade do país pelo menos nos hospitais de nível comparado. Apresentei a análise num contexto comparativo e que se referia aos dados da OCDE de 2010, em comparação com os dados do mesmo ano em Portugal. Os relatórios sobre a produtividade dos médicos do hospital e qual é a produtividade dos médicos de outros hospitais estão disponíveis na página da Administração Central dos Serviços de Saúde.
Escreveu recentemente um livro com o título Reforma do Sistema de Saúde. É possível um consenso para reformar o SNS?
O livro que publiquei não pode ser considerado como a resposta, mas há uma coisa que eu sei: se se mantiverem as coisas como têm estado ao longo dos anos, isto vai estourar. Não há dinheiro para sustentar o SNS se não tivermos a coragem de o reformar, mas também só temos coragem de o reformar se conseguirmos um consenso à volta de ideias, pelo menos das ideias centrais do que queremos para o SNS. E é muito difícil encontrar um consenso que envolva não só as forças políticas e sociais e em que os portugueses acreditem.
Para quando a abertura do centro de hemodiálise para doentes crónicos em Valongo e quanto vai custar?
Haverá condições para até ao final do ano termos o centro de hemodiálise a funcionar. Só falta fazer obras de adaptação, que são poucas e pouco dispendiosas. Quanto a custos, será muito menos do que um milhão de euros.
JP 15/17.07.14

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