segunda-feira, 28 de outubro de 2013

AINDA NÃO TEMOS EXPLICAÇÃO DE NÃO SER O QUE PARECE

O desconhecimento do que é o exercício da Enfermagem e de outras coisas, na onda de campistas que invadiu a Saúde e as suas instituições prestadoras de cuidados de qualidade aceitável, faz com que descurem a vantagem da estabilidade, entre os Enfermeiros, Profissão estrutural dessa Saúde.

Este factor é tão importante, que até o Secretário de Estado da Saúde o conhece e manda um escrito à outra estrutura sindical a dizer, exactamente isso: "façam constar entre os vossos (deles) representados que se querem ter direito à côdea têm de garantir a estabiliade nos Enfermeiros!"

Esta encomenda interessa a ambas as partes:
- De um lado, estão os que não querem ver os Enfermeiros subir às alturas a que têm direito, como todos os outros, que não são vítimas da medicomania, nem a têm como estorvo, por perto;

- Do outro, está o principal patrão dos Enfermeiros, a pedir estabilidade gratuita, esquecendo, ou fingindo, que "casa onde não há pão todos ralham com e ou sem razão".

Chega, até nós, o que parece ser o requinte da malvadez: há Enfermeiros com 3 anos de contrato a serem despedidos;
- Há Enfermeiros da "empresa", a serem aliciados de que lhes vão abrir um concurso para passarem a ocupar o lugar daqueles que estão ser despedidos, para poderem ser, como aqueles, despedidos, mais tarde.

Mas o que é isto?

Quando é que o Sr. Secretário de Estado da Saúde deixa de colaborar passivamente, esperamos que, com as origens e sustentação destas empresas?

Quando é que o Governo deixa de ser notícia, no semanário Expresso, como demonstramos acima, com a recusa dos Médicos aos contratos e permite que se tratem Enfermeiros desta maneira?

Quando é que as ou a ARS deixa de dar cobertura, sabe-se lá, a que preço, a estas empresas fraudulentas, que recebem pelo trabalho dos Enfermeiros, que sugam a 100 e lhes pagam, somente 30 ou 40?

Quando acaba esta pouca-vergonha ou mesmo, esta nenhuma-vergonha?

Se estes administradores da coisa pública tivessem interesse, em garantir à população cuidados de saúde de qualidade, apoiavam a profissionalização autêntica dos Enfermeiros e criavam-lhes condições de salários e carreiras decentes.

Estar a permitir, activa ou passivamente estes tratamentos para com os Enfermeiros é ser cúmplice da instabilidade do sector mesmo que o(s) outro(s) diga(m) o contrário do que pensa(m) e permite(m).

A razão que nos assiste fundamenta-se em verdades muito simples:

Os Enfermeiros, sendo humanos, que são, não nascem ensinados;
A sua aprendizagem é feita de erros humanos e de tentativas para os corrigir;
A experiência do "usa e serás mestre" é própria daqueles que, com o tempo vão reduzindo os erros a uma escala de valor reduzido, tanto menor, quanto maior for a experiência que se vai adquirindo no campo do "usa e serás mestre".

Não é preciso deixarem supor que alguém está a receber "luvas" pela sobrevida dessas "empresas contratantes", para que a sua atitude de administração danosa seja crime, à face da ética, ainda que passe despercebida, à lei cega. Basta impedir ou desperdiçar a experiência de que os Enfermeiros precisam, para irem corrigindo os erros humanos, a que a sua natureza humana obriga, como a qualquer aprendiz desta ou de qualquer outra profissão.

Fazer luz sobre esta obscuridade contratual é um bem para a Saúde.
E vós, Colegas, vítimas dela, ajudai-nos a iluminá-la, para espantar os que vos roubam o dinheiro e o sossego, para continuarem a poderem ser ouvidos, mesmo contra tudo que é decente!

Com amizade,
José Azevedo

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