domingo, 16 de fevereiro de 2014

SOCIALISMOS UTÓPICOS

A razão demser destes três temas?

Porque há uma partido político: PPD/PSD, cujo fulcro das suas acções e intenções é a PESSOA HUMANA, que tem uma matriz ideológica, que era assinalada com 3 setas:
A seta vermelha significa que tem uma parte de socialismos utópicos, na sua constituição original;
A seta branca significa que os personalismos e humanismos, que constituem a doutrina social da Igreja, também integram o conjunto. Neste contexto se encontra Teilhard Chardin, por isso o insiro aqui;
 A seta preta significa o anarquismo, que também ajuda ao leque ideológico do PPD/psd.
O aproveitamento alaranjado nada tem a ver com a sua matriz ideológica, nem os fundadaores, (nos quais me conto com o nº 371 da série original) têm culpa nas actuais transformações, alaranjadas por causa do daltonismo da dominância.
Estes pontos filosófico-ideológicos destinam-se a satisfazer a curiosidade dos que buscam as causas das coisas, que vão perdendo o seu significado original, por falta de quem o relembre.
Mas a vida é assim e Teilhard diz isso duma maneira muito reflectida!
Com amizade e verdade,
José azevedo

 

Socialismos Utópicos. Jean-Christian Petitfils

Durante este rápido exame histórico dos socialismos utópicos, da Antiguidade até nossos dias, procuramos descrever as grandes constantes dessa corrente de pensamento original, que parece conhecer um novo florescimento a cada grande crise do espírito, como se as agitações do momento incitassem os homens a buscar nos sonhos uma desforra da realidade: crise da cidade grega, crise do Renascimento, crise da consciência européia, crise da sociedade industrial, crise, enfim, da sociedade contemporânea.
No conjunto, essas constantes reencontram-se nas críticas que foram feitas pelos adversários do utopismo. A primeira, é de ter uma concepção racionalista da verdade que se deve impor por si mesma e triunfar sem problemas sobre o erro, como se em matéria social pudesse haver uma única resposta a todos os problemas que surgem. A segunda crítica é o conhecimento imperfeito da natureza humana e da extraordinária diversidade da vida. Daí a tendência dos teóricos a quererem tudo antecipadamente, a quererem prender os seres humanos em limites rígidos e tratá-los como simples marionetes, sob pretexto de criar um homem novo, pacífico, altruísta, econômico, trabalhador e dedicado à coletividade. A terceira crítica feita aos utopistas é de se inclinarem a uma atitude contemplativa, ou pelo menos de levarem, como disse Jean-Marie Domenach, “os espíritos generosos a negligenciar os obstáculos, os inimigos e os meios de combatê-los”. Pretendendo rejeitar tanto o caminho revolucionário como o caminho reformista, não corre o socialismo o risco de condenar-se à impotência? É certo que poderíamos demonstrar o papel criador do utopismo. A história fez nascer as utopias, mas estas fazem, por vezes, a história.
No nível teleológico, é preciso reconhecer que os pontos de convergência são menos numerosos. Cada modelo conserva sua originalidade própria, muito embora se inspire por vezes em doutrinas anteriores. Como poderia ser de outro modo, se a utopia surge muito mais como uma resposta pessoal às inquietações ou às angústias de uma época do que como uma resposta coletiva de um grupo de cidadãos? Também as soluções variam com o caráter dos indivíduos, indo do modelo espartano à utopia taitiana, do modelo estatizado e robotizado ao sonho de uma sociedade libertária e auto- administrada. Um grande número de utopias, entretanto, se inscreve numa visão metafísica do universo e busca, por meio de uma nova mística ou de um elo religioso reforçado, ligar a cidade terrestre à “cidade de Deus”.
Em relação aos séculos passados, nossa época parece marcar uma modificação bastante profunda nos objetivos das utopias sociais. Aquilo que apenas se ousava sonhar, antigamente, tornou-se uma realidade aflitivamente banal. Produzir objetos comuns em grande série, reduzir o tempo de trabalho em proveito do lazer, melhorar a “qualidade de vida”, tudo isso tornou-se possível graças ao progresso das ciências e das técnicas. Somente que, ao se concretizar, o sonho parece ter perdido seu sabor. Advém então o tempo das incertezas. Em nossos dias, os utopistas evitam dar-nos a visão de um futuro maravilhoso. Trata-se, em geral, de conter o crescimento, limitar os efeitos do que se chamou de “choque do futuro”. O discurso utópico fala menos, hoje, de libertação, de abundância ou simplesmente de felicidade do que de poluição, de ecologia, de “socialismo de sobrevivência”, como se o progresso fulgurante da humanidade, realizado desde há alguns anos, tivesse acabado por assustar as imaginações mais audaciosas. Há um tom novo, ousado, pessimista, que não encontrávamos no tempo dos pioneiros do socialismo. “As utopias são realizáveis”, já dizia Berdiaeff, “a vida caminha com as utopias. E talvez comece um novo século, um século onde os intelectuais e as classes cultas sonharão com os meios de evitar as utopias e de retornar a uma sociedade não-utópica, menos ‘perfeita e mais livre’.”
A atual proliferação das contra-utopias, na linha de Wells (Herbert George Wells) e George Orwell, descrevendo o futuro em termos apocalípticos, não será um indício precursor desse novo século profetizado pelo pensador russo? O interesse que se volta a evidenciar, hoje, pelos socialismos utópicos não anunciaria simplesmente o desaparecimento dessa forma de pensamento? Seria temerário — para não dizermos utópico! — acreditar nisso. É próprio do homem seu estado de perpétua insatisfação, que sem dúvida sempre o levará, pela magia do encantamento onírico, a romper as duras barreiras da realidade, a fim de sonhar mais livremente com a realização, na terra, dos nobres ideais de paz, justiça, igualdade e fraternidade. Tanto isso é exato que ele conserva, no mais profundo de seu coração, a doce nostalgia dos paraísos perdidos. (Socialismos Utópicos, p.181/183)


O que é Socialismo Utópico:

Socialismo utópico foi uma corrente de pensamento estabelecida por Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier. O socialismo utópicotinha como objetivo a criação de uma sociedade ideal, que seria alcançada de forma pacífica graças à boa vontade da burguesia.
O nome socialismo utópico surgiu graças à obra "Utopia" de Thomas More, sendo que a utopia é referente a algo que não existe ou não pode ser alcançado. De acordo com os socialistas utópicos, o sistema socialista se instalaria de forma lenta e gradual.
Karl Marx se distanciou do conceito de socialismo utópico, visto que de acordo com essa corrente a fórmula para alcançar a igualdade na sociedade não era discutida. O oposto do socialismo utópico é o socialismo científico, que criticava o utópico porque este não tinha em conta as raízes do capitalismo. Karl Marx classificava os métodos dos utópicos de "burgueses", porque eles se baseavam na transformação súbita na consciência dos indivíduos das classes dominantes, acreditando que só assim se alcançaria o objetivo do socialismo.
O socialismo utópico surgiu como resposta aos abusos causados pelo liberalismo e capitalismo na altura da Revolução Industrial. Nesta ocasião, muitos trabalhadores (sendo muitos deles crianças) viviam em grande miséria e eram explorados, com horários de trabalho absurdos e sem condições. Na Inglaterra, Robert Owen chegou colocar em prática alguns princípios do socialismo utópico em algumas das suas fábricas, reduzindo a carga horária, aumentando os salários e providenciando soluções de habitação para os seus trabalhadores.

Socialismo científico

O socialismo científico, também conhecido como marxismo, era uma corrente oposta ao socialismo utópico. Criado por Karl Marx e Friedrich Engels, o socialismo científico tinha como base a análise crítica e científica do capitalismo.
Os socialistas científicos criticavam o socialismo utópico porque viam nesta corrente uma passividade e uma utopia, pois esperavam que os indivíduos exploradores ganhassem uma consciência social para que as reformas fossem postas em prática. O socialismo científico tinha objetivos semelhantes, mas tinha uma visão menos "romântica", pois previa melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores através de uma revolução proletária e da luta armada.
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