domingo, 22 de fevereiro de 2015

DEMISSÕES EM BLOCO PORQUE PUSERAM OS OVOS NO MESMO CESTO

Mas a sua relativa importância, por causa disso, das demissões, lembra-nos os governos de Itália, aqui há uns anos; o governo demitia-se e a coisa continuava a rolar, daí a sua relativa importância.
Já viram algum serviço ser prejudicado com as demissões dos directores de serviços hospitalares.
Se conhecerem algum, digam-me para acertar a estatística, essa forma de ler as coisas, à distância inventada pela nossa ilustre Colega Florence Nightingale.

Com governantes mais perspicazes, talvez, já deviam ter diversificado os ninhos, para porem os ovos.
Nós bem os avisamos, mas eles não nos levam a sério, porque não sabem ou porque não podem, ou ambas as coisas.
Talvez tenha de ser mais claro:
O maior erro que se cometeu no SNS foi entregar a sua Administração à Classe Médica sem ter em consideração o seu perfil e o seu modo de ser e de estar.
Podíamos começar pela forma como afastam os outros com a expressão Pessoal Não-Médico, onde metem, também os Enfermeiros.
O que esta expressão evidencia para os seus utilizadores é um egoísmo feroz e radical.
Mas não são só indícios, há aqui a prova da sua incapacidade, para tamanha responsabilidade sobre tantas contingências como as que existem no SNS.
Porque se sentem isolados, pois os Enfermeiros, apesar de distraídos vão acusando o desgaste de se verem tão preteridos e secundarizados pelos Administradores, também eles sob o controlo do Pessoal Médico, desde a base à cúpula.
Como os directores que se julgavam os mais espertos lá do sítio começam a ver que que a sua esperteza lhe está a entrar no prestígio da sua arte Asclepíade (nome pouco usado, ver médico diz o dicionário universal da língua portuguesa conforme acordo ortográfico, da Texto.
Mas se virmos o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, da Editorial Verbo- (Asclépio gr.  ou Esculápio, latino. é um  s.m. De Esculápio, Teonnimo < deus grego da medicina>) Médico.
Ora reza a lenda que Asclépio (na Grécia) é simultaneamente o herói e o deus da Medicina. É filho de Apolo, mas as lendas relativas ao seu nascimento são bastante díspares. Conta-se que Apolo possuíra Corónis, bela filha do rei Flégias, da Tessália e engravidou-a. Mas Corónis, enquanto guardava a criança, no ventre, cedera aos amores de um mortal, Ísquis, filho de Élato.
Avisado desta falta, pela indiscrição duma gralha, Apolo matou a infiel e, no momento em que o corpo estava colocado, sobre a fogueira, para arder, Apolo arrancou-lhe do seio a criança, ainda viva, (foi por apoleana, hoje cesariana, talvez a primeira, portanto, a tendência, já vem de longe). Foi assim que nasceu Asclépio.
Foi confiado por seu pai ao Centauro Quíron, que lhe ensinou medicina.
Asclépio adquiriu rapidamente grande destreza nesta arte. Descobriu, inclusivamente, o meio de ressuscitar os mortos. (Embora ainda conservem, na crença popular esta reminiscência, desconhece-se, em que curva da história, perderam essa faculdade, apesar de herdeiros directos de Asclépio).  Na verdade ele, Asclépio, recebera de Atena o sangue que escorreu das veias da Górgona; enquanto as veias do lado esquerdo tinham espalhado veneno violento, mortal, o sangue do lado direito era benéfico e Asclépio sabia utilizá-lo para dar vida aos mortos. O número de pessoas que ele ressuscitou, deste modo, é considerável. Entre elas conta-se Capaneu, Licurgo (provavelmente na guerra contra Tebas, em que figuraram entre as vítimas dois heróis com este nome), Glauco o filho de Minos, e, o mais comummente referido, Hipólito, filho de Teseu.
Zeus, lá do Olimpo, perante tantas ressurreições, receou que Asclépio alterasse a ordem do mundo e fulminou-o com o raio.
Para se vingar de Zeus, Apolo matou os Cíclopes.
Após a sua morte, Asclépio foi transformado em constelação e tornou-se no Serpentário.
Atribuem-se-lhe dois filhos, ambos médicos: Podalírio e Macáon, referenciados já na Ilíada.
Fases posteriores da lenda, atribuem-lhe uma mulher - Epíone e filhas: Aceso, Íaso, Panaceia, Egle e Higia.
O culto a Asclépio, fixou-se principalmente em Epidauro, no Peloponeso, onde se desenvolveu uma escola de medicina, cujas práticas eram sobretudo mágicas, mas que preparou o advento de uma medicina mais científica. Esta arte era praticada pelos Asclepíades, ou descendentes de Asclépio.
O mais célebre é Hipócrates, cuja família se ligava ao deus Asclépio.
As insígnias usuais de Asclépio eram umas serpentes enroladas à volta de um pau, mas também eram pinhas, coroas de loureiro, eventualmente uma cabra ou um cão. 

Finalmente, estes Asclepíades, feitos directores de serviço, descobriram que as coisas não andavam, tão divinamente, quanto desejam, também porque os não Asclepíades se estão marimbando, para as suas divindades.
Aqui e ali, já se ouve um ou outro herege a materializar a coisa, nestes termos domésticos:
eles é que o ganham; eles que o trabalhem.

Se o Ministério da Saúde quer saber, onde se perdeu o fio à meada, foi no longínquo ano de 1977, com o Decreto nº 30/77. Talvez aí, encontre a inspiração para a correcção urgente do modo de administrar hospitais.

Caso não acredite em nós, por sermos de casta inferior, mande os seus mais fiáveis brâmanes, a terras, onde não cometeram os mesmos erros lusos. E se os cometeram, há muito, que os corrigiram.
Alguns promotores de subidos fenómenos asnáticos, pensando que se benziam, partiram o nariz, ao destruírem a carreira e cadeia de comando da Enfermagem.
Nem sequer conheciam o fenómeno bumerangue, que se está a abater, sobre eles com toda a força, mostrando o seu calcanhar de Aquiles, ponto fraco de (o dos pés leves). 

Com amizade,
José Azevedo





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