terça-feira, 9 de junho de 2015

POLÍTICA DE SAÚDE (TSD-PORTO 06.06.2015)





POLÍTICA DE SAÚDE (TSD-PORTO) < CLIQUE AQUI >

Foram 3 horas de debate sobre saúde nas quais intervieram vário oradores, como Marco António, Rui Nunes e as convidadas da outra.
Miguel Leão com a sua tese da exclusividade e Solari com os problemas dos hospitais e a competitividade sã (diz ele) entre o São João e o Santo António dá outra dinâmica à saúde do distrito.

Um conjunto de convidados comentavam. O Enfermeiro do painel falou do tempo e de tudo menos de Enfermeiros. Foi o exemplo vivo duma oportunidade perdida.

Tive de lembrar, trazendo à terra os intervenientes:

1 - O principal problema da saúde, em Portugal é ORGANIZAÇÃO porque quem a comanda não é organizado nem pensa nem quer vir a ser, pois é a desorganização que alimenta os circuitos paralelos, que também precisam de viver.

2 - A medicina preventiva não é medicina, logo não existe. Estar a ouvir um Médico falar de Medicina Preventiva é como ouvir uma viola num funeral, porque sendo a medicina diagnóstico da doença e cura da mesma, se se põe a prevenir as doenças ou o que é pior, a promover a saúde, estamos perante uma espécie de sadomasoquismo sanitário, em que é o Médico a cavar a sua morte e sepultura, com a prevenção das doenças, cuja cura é a sua razão de ser.

3 - Acabem com a aldrabice das USF, pois não se lhes reconhecem vantagens, a não ser económicas para alguns, cavando desigualdades inconstitucionais (para trabalho igual salário igual); mas o ambiente que gera a sua construção e funcionamento, com o epitáfio de "os maiores", gera um ambiente péssimo, entre profissionais, que não se sentem eleitos, mas discriminados por um/uma  iluminado/a que se propõe fazer o mesmo que os outros fazem, mas com melhores condições, que começam nas instalações e acabam, nas remunerações, contrariando a mais elementar regra de administração: se aumentares o salário de um trabalhador procura todos os que estão nas mesmas condições e aumenta-os de igual modo. Neste caso USF é ao contrário, por isso nunca vai dar certo.
Ora um Partido Humanista, como é o PSD, deve promover: «ou há moralidade ou comem todos».

4 - Se não tivéssemos tanto dinheiro, talvez o gastássemos mais bem: se 85% da massa salarial total do Ministério da Saúde são para remunerar a Classe Médica e, apenas 15%, para todos os outros, onde estão incluídos os Enfermeiros, isto significa que o PSD tem de estar mais atento aos esquemas, que os mandantes montam, transformando o SNS e a sua sustentabilidade, num problema das remunerações da Classe Médica, que olha por si e muito bem e os outros, que se lixem, para não ganharem verrugas.

São estas verdades, que têm de ser ditas, no local e hora próprios, como era o caso, mesmo que se assemelhem a picadas de moscardo. Mas foi para ir às causas últimas das coisas, que me dediquei a estudar um pouco do filosofar; por dever de ofício, obviamente e nunca por vaidade, mas sim por necessidade.

Com amizade
José Azevedo




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