terça-feira, 11 de junho de 2013

ATÉ QUANDO, CATILINA, OUSAS ABUSAR DA NOSSA PACIÊNCIA?

 
NB -
Estas são as perspectivas, que temos: «haver Médicos de Familia sem doentes e doentes sem Médico de Família», disse à RR, o Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Familiar, Rui Nogueira, como se pode ler no extrato acima.

Por outro lado, os que não aderiram à dita "medicina familiar" não entram no esquema Vilas Boas/Pisco, porque não são especialistas dessa doença, que é ser portador do virus "familiar"; uma portuguesice: fazer das generalidades uma especialidade, que até impede Médicos de gabarito de entrarem no esquema selecto, inspirado pelo dueto acima referido.
Se nos ouvissem, ou, em alternativa, a voz da razão, já de há muito tinham organizado os CSP, nos moldes, que outros viventes, com as mesmas necessidades, que nós, já fizeram, de há muito.
Mas para isso tinham de organizar a dita "Medicina Familiar" em torno dos Enfermeiros, que o outro chamou de "porteiros", dando prioridade às UCC.
Os lapsos da língua: « Há doentes, sem Médico de Família; há Médicos de Família, sem doentes», dizia Rui Nogueira, baseado na sua formação em doenças.
E os que não são doentes, que ainda são a maioria esmagadora, terão de ser contados como tal?
E lá vem ao de cima a tendência do "inventor de doenças": se não tem doença, vamos arranjar-lhe uma. Se não o dizem, pensam-no e...
Sabemos que é difícil combater lobies, que outros foram alimentando e ampliando, para se manterem à tona, que começam nas autarquias e vão até aos ministérios, não é tarefa fácil.
 Mas, já agora, não é dos fracos que reza a história e a crise pode ajudar a racionalizar o sistema. Pode funcionar como as enxuradas; arrazam antes, mas purificam, depois. São naturais, sábias...
Como é sabido, pela experiência, as UCC, apesar dos ataques e dificuldades que mandaram levantar-lhes para que a moda não avance, têm, não obstante as dificuldades referidas, que são muitas, estado a dar o sinal de rumo certo para os CSP.
Nem sequer é preciso deixar de chamar "Médico de Família" ao "Clínico Geral": basta que lhe atribuam o mesmo papel, perante o cidadão doente, que o Enfermeiro detecta, à distância, que se atribui aos Médicos das outras especialidades que, por avença, atendem os doentes que os Médicos Especialistas em "sinaleiros" ou placas giratórias de orientação de doentes, lhes mandam.
É de facto deprimente, ver ir ao sul das Américas, contratar Médicos para prolongarem a irracionalidade das USF, não vão as UCC ganhar-lhes a dianteira, onde os Enfermeiros ocupam o seu papel na saúde e não andam a inventar doenças e quejandas, chamando doentes aos sãos, para preencher objectivos desajustados, com o fim de onerar os CSP, onde se compensam, relativamente, os que não conseguiram vagas, nos hospitais, seus lugares de preferência.
Para se saber a origem desta tendência, basta olhar de soslaio para as origens das simpatias políticas dos promotores e ver, em que são semelhantes e/ou diferentes (se é que há diferenças) as manifestações, à porta dos CS, clamando por MF.
{Quousque tandem, Cattilina, audes abutere patientia nostra}?

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