sábado, 1 de junho de 2013

INOCÊNCIA NÃO É NEGLIGÊNCIA

Temos vindo a avisar os Enfermeiros, mormente aqueles que andam nas nuvens e que não sabem prever que uma das consequências de termos conquistado o estatuto de licenciados é termos a responsabilidade dos nossos actos sem que alguém lhes possa dar cobertura.

Há uns inocentes que ainda pensam que a responsabilidade da sua prática depende da assinatura do Médico e essa, em caso de azar, é capaz de lhe evitar problemas...
Santa ingenuidade!
Essa assinatura, como está a acontecer, por exemplo com as guias de tratamento, só serve para o Médico dizer que é ele que dá ordens ao Enfermeiro e que sem as suas ordens o Enfermeiro não pode fazer nada nem ter iniciativa própria. Nada disto é correcto.
Estamos a falar das feridas, onde os Enfermeiros conscientes e responsáveis pontuam e dão cartas, até aos Médicos. Toda a gente sabe isto, nomeadamente os Enfermeiros.
Sem cuidarmos de averiguar de quem é a responsabilidade desta distorção, pois ela existe, por malvadez ou covardia, é um facto; existe.
Mas, atenção, qualquer azar na execução dos tratamentos das feridas ou de qualquer outra terapêutica é da responsabilidade exclusiva dos Enfermeiros. 
Os jornais de hoje, 1 de Junho de 2013, (Público e DN) estão a relatar que vão ser julgados 2 Enfermeiros do Hospital de Aveiro, por negligência.
Falar vai dos queixos e, quando o mal é de morte, o remédio é morrer.
Se o marido, viúvo, que estava no quarto, com a mulher, na intimidade e a sós, e que nem pela cabeça nos passa a hipótese de lhe ter apertado o pescoço, hipótese tão absurda como a da negligência de Enfermeiros, perante uma morte tão silenciosa, que nem o marido viúvo, junto da grávida, hipoteticamente preocupado e sem sono, dada a hora vespertina, se apercebeu de nada, é porque as "epidurais" matam silenciosamente, que nem o próprio, nem quem o rodeia se dão conta. Foi o que aconteceu.
Mas, como se vai fazer justiça, nomeadamente aos Enfermeiros visados, porque têm direito ao bom nome, e não foram eles que fizeram a epidural à parturiente, é aí que devem ser procuradas as causas de morte e não na negligência.
A pergunta tem de se fazer: se não tivesse sofrido a epidural teria morrido e tão silenciosamente?
Noutro quarto estava uma parturiente queixosa, que disputava a atenção dum dos Enfermeiros e não morreu, porque estando em trabalho de parto não fez epidural.
Levando as coisas, até ao fundo, a lógica manda suspeitar, em primeira mão da epidural como causa de morte e não a negligência, pois a morte tão silenciosa que o próprio marido junto da vítima julgava-a dormindo, não pode ser classificada como negligência a não ser para encontrar os tais "bodes expiatórios", quando as coisas correm mal e a "imaculada ciência e os infalíveis cientistas não podem ser postos em causa", como é o caso científico da "epidural".
Estes colegas têm, desde o inicio, a nossa solidariedade e defesa, pois não há negligência, em mortes durante o sono. Aliás, como dizia Shakspear: [O sono é a antecâmara da morte].
Nem sequer o monitor pode servir de apoio da tese de negligência, pois o que o aparelho vigia é a pulsação do bebé, que pode manter-se, supomos, para lá da morte da mãe, isto partindo do pressuposto que o aparelho estava a funcionar e bem conectado e calibrado e podia não estar nem uma nem as duas coisas.
Entretanto, não incomodem quem fez a epidural, pois esses foram dormir placidamente, como se isto não tivesse nada a ver com eles, que também estão envolvidos directa ou directamente, mas sem que saibamos, não aparecem nas colunas dos jornais, nem sequer como hipotéticos corresponsáveis ou exclusivos responsáveis, da morte, pois a mulher não morreu por distracção dos Enfermeiros, mas porque sofreu de paragem cardiorrespiratória. É na causa desta paragem, que devem ser procurados os responsáveis da situação e não nos que não puderam dar conta de que a vítima falecera tão silenciosamente, que não permitiu que, tanto o marido, junto dela, como os mais à distância se apercebessem
Não esquecer que o conhecimento científico é falível, no ser humano, que é individuo, único e não é universal, por isso reage, segundo os seus sensores e não segundo os corolários científicos, que são de caris universal, supondo que o que é para um é para todo o universo. Esta teoria no ser humano é falível.

Enfermeiros, ponham as vistas nestes casos, de olhos bem abertos, pois basta aventar a hipótese mais facilmente credível, a [negligência] dos que estão alerta e atentos, ao que é perceptível e captável pelos seus 5 sentidos, do que mexer com a ciência da epidural e dos que a administraram e foram repousar, como se nada pudesse acontecer.
Há muitas perguntas a que é preciso responder, não com probabilidades ingénuas, mas com provas reais.
A menos verosímil, em nosso entender é, curiosamente, a da negligência, pois ninguém pode ser acusado de não ouvir o silêncio dos cemitérios ou da morte, numa situação real e não poética.
Aprendam com estes exemplos e tentem, como nós, imaginar as respostas concretas a situações concretas e não a ficções.

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