segunda-feira, 7 de abril de 2014

"Pobres dos Pobres; são Pobrezinhos

Almas sem lar,/
Aves sem ninho!

[Quem te manda, ó sapateiro, tocar rabecão, ou ir além da chinela] Este adágio popular adapta-se bastante bem à nossa causa: o reconhecimento do título de "Enfermeiro que já foi nosso, passou por fotocópia para os Médicos e, agora volta por decreto à "casa mãe".
É assim com os Enfermeiros desde que têm a concorrência dos Médicos nos CSP, que já foram "assistência primaria".
Que terá de anómalo o regresso do título que já tiveram noutros países. Basta atravessar o Atlântico e ver h quantas décadas dos séculos passados esse cognome classificou Enfermeiros de Família.
Não diz a Lei de Pisco, por adopção de normas internacionais que o Enfermeiro trata 300 a 400  famílias!?
Ora se Enfermeiro tem entre 300 e 400 famílias para cuidar, quantas mais serão necessárias para ser Enfermeiro familiar?
Mas tem mais; desde 1982 que os Enfermeiros cuidavam 1000 a 1100 clientes.
Depois começam as confusões dos profectas que anunciavam a vinda de Pisco a inventar módulos de 3 consultórios; um no meio dos dois, um de cada Médico, destinado à Enfermeira ensanduichada, no meio dos consultórios.
Ora a intelligentsia Pisca, que já infectava os legisladores que antecederam a sua missão impossível e impensável perita em matemáticas de alta dimensão, concluiu: Uma Enfermeira por cada consultório onde cada Médico é consultado, ou não, por um número fictício de 1500 utentes (que já inclui mortos e emigrados), a Enfermeira ensanduichada entre consultórios tem como distribuídos 3000 contribuintes.
O perigo desta alarvice é que houve quem a escrevesse no Diário da República.
Estamos a partir da famélica hipótese de a Enfermeira ser uma espécie de assistente de consultório e só isso.
Entretanto, tinha muito mais que fazer, mas o cálculo era inalterável, porque os locatários dos consultórios disputavam, à vez a presa sem dom da ubiquidade.
Desde a nomenclatura, sua e circundante, a maior parte dos substantivos são do léxico enfermeiro que MF adoptou sem modificações, ao bom estilo do "chega-p'ra-lá".
Agora dizem que as decisões dos licenciados em Enfermagem não são suas; são dos Médicos, sempre.
Consultamos várias enciclopédias e vários peritos e em nenhum encontramos um licenciado a determinar o conteúdo funcional e a competência legal de outro licenciado, que por natureza tem responsabilidades próprias, como os licenciados em medicina.


Este pedaço de texto do tal comunicado do Colégio da especialidade de Clínicos Gerais é bastante petulante.
Lembro-me, a propósito das subidas competências de alguns que foram obtidas em dois anos de curso de medicina, para tapar os buracos que traziam na alma e no corpo. Pois era nesse estado de alma e de corpo que traziam das antigas colónias portuguesas, que se preparavam para fazer as cadeiras do curso em tempo recorde.
Se quiserem nomes podemos lembrar alguns.
Se pretenderem saber a crise que houve na escassez da água benta para os baptizar e aprovar em concurso bento, tal a dose da bendita água, também se fornecem dados reais;
Se quiserem nomes de Colegas Enfermeiros/as e do trabalho que tiveram para os ensinarem a andar, mesmo depois da ensaboadela, que lhes deu o Instituto do Clínico Geral, é só dizerem, mesmo os controleiros deste blog, também podem fazê-lo; nós informamos.
Sabemos que ninguém é perfeito e alguns nascem mesmo tão tortinhos que nunca mais se endireitam, mas a petulância que evidenciam só se pode redimir:
Os Médicos não são os que definem as competências técnicas dos Enfermeiros, por uma simples e linear razão; não percebem nada de Enfermagem, alguns nem de medicina. Com a agravante de adormecerem no título que o imaginário popular lhes outorgou, com o que nada temos  a ver. Mas, por favor, não se metam connosco, armados em mandantes, porque ficam mal os Médicos e os Enfermeiros, pois nem aqueles são mandantes dos Enfermeiros; nem estes são obedientes dos Médicos. Seria aceitável que os Médicos participem em reuniões de definição de competências dos Enfermeiros, desde que os Enfermeiros sejam presentes às reuniões de definição de competências dos Médicos. E só nessa condição.
Será que não vos informaram que os Enfermeiros são licenciados como vós e com igual capacidade legal para definirem as suas competências que não são delegação de Médicos; são o que as "lesges artis" definirem com a exclusiva deliberação da Ordem dos Enfermeiros que tem uma estrutura igual à Ordem dos Médicos.
E mesmo que o Bastonário dos Enfermeiros não tenha os apoios que tem o da Ordem dos Médicos, obviamente, nem por isso deixa de ter igual poder e competência legais para definir o que é o Enfermeiro, como a Ordem dos Médicos o tem, relativamente aos seus membros e só a estes.
Não tem nada a ver com os Enfermeiros.
Sabemos que isto retira prestígio exclusivo e poder exclusivo aos Médicos; mas o objectivo é mesmo esse: ou ainda não perceberam isso.
Respeitem para serem respeitados.

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