A VERDADE E A MENTIRA

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A VERDADEIRA VERDADE E A VERDADEIRA MENTIRA

DOSTOIEVSKI DISSE QUE «A VERDADEIRA VERDADE É SEMPRE INVERSOMIL (inacreditável); PARA LHE DAR VEROSIMILHANÇA (parecido com a verdade) É PRECISO MISTURAR-LHE UM POUCO DE MENTIRA».

ORA, SE LEVARMOS À LETRA O QUE O ESCRITOR RUSSO DISSE, NÃO ADIANTA A RUI RIO ESTAR A FALAR VERDADE, PORQUE VALE MAIS UMA MENTIRA DO COSTA DO QUE 100 VERDADES DE RIO.

E MAIS; SE PARA A VERDADE SER SEMELHANTE AO "VERO" OU VERDADEIRO (VERO-SIMILHANTE) PRECISA DE TER UM POUCO DE FALSO, "FALSU", BASTA VIRAR O BICO AO PREGO E TEMOS O MENTIROSO COSTA A, NAS SUAS RECONHECIDAS MENTIRAS, A JUNTAR-LHE UM POUCO DE VERDADE OU "VERO" PARA SER "FALSUSIMILHANTE", O SEU DISCURSO, ISTO É; PARA QUE SEJA UMA AUTÊNTICA FALSIDADE.

PORTANTO:

SE A VERDADE PRECISA DE UM CHEIRINHO DE MENTIRA, PARA FICAR PARECIDA COM A VERDADE COMO DIZ DOSTOIEVSKI;

TAMBÉM A MENTIRA PARA SER SEMELHANTE À MENTIRA, PRECISA DE UM CHEIRINHO DE VERDADE, digo eu.

O ESPANTOSO É QUE OS NOSSOS CARNEIROS DO "PANURGIO", COM O SEU FARO E SERVILISMO CANINOS, UM CHEIRINHO DE MENTIRA, NO RIO, É MENTIRA TOTAL;

MAS, JÁ UM CHEIRINHO DE VERDADE, NO COSTA NÃO É O GARANTE DUMA FALSIDADE TOTAL, É, PELO CONTRÁRIO: VERDADE ABSOLUTA.

SE EM VEZ DO FARO USASSEM A CABEÇA, A RAZÃO, ESTAVAM MAIS PROTEGIDOS DOS BONS E MAUS CHEIROS, OU MESMO CHEIRINHOS.

(José Azevedo)