sexta-feira, 5 de setembro de 2014

AFINAL...MINISTÉRIO DESCONVOCA REUNIÃO COM SEP, EM 17











Ministério desconvoca reunião com Sindicato dos Enfermeiros

Encontro com secretário de Estado só vai acontecer a 17 de Setembro. Sindicato acredita que cancelamento vai "acender" os ânimos, num dia marcado por mais uma greve no Centro Hospitalar de Lisboa Central.
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A reunião entre o secretário de Estado adjunto da Saúde, Fernando Leal da Costa, e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), marcada para a tarde desta terça-feira, foi desconvocada pela tutela, segundo disse ao PÚBLICO a dirigente sindical Guadalupe Simões, que assegura que os protestos vão continuar depois do dia ter sido assinalado com uma greve de nove horas no Centro Hospitalar de Lisboa Central com níveis de adesão acima dos 80%.
De acordo com Guadalupe Simões, o encontro foi desmarcado por o SEP já ter tido da parte da manhã uma reunião com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e por o Ministério da Saúde considerar que as questões que deveriam dominar o encontro com Leal da Costa, relacionadas com os cuidados de saúde primários, poderiam ser discutidas numa outra reunião que já estava marcada para dia 17 de Setembro. O PÚBLICO tentou contactar o Ministério da Saúde, sem sucesso.
A responsável da direcção do SEP lamenta a atitude da tutela e assegura que o cancelamento do encontro só vem “acender” os ânimos num Verão marcado por greves de enfermeiros em várias instituições. A próxima será na Unidade Local de Saúde do Alto Minho nos dias 28 e 29 de Agosto. “No âmbito do processo negocial já tínhamos uma reunião marcada para dia 17 de Setembro, mas o encontro de hoje que foi desmarcado estava pedido desde Março e não entendemos esta postura”, afirmou Guadalupe Simões.
No que diz respeito ao encontro com a ACSS, que se tinha comprometido a fazer um levantamento das carências destes profissionais a nível nacional, a sindicalista diz que na reunião apenas foram apresentados ao SEP dados sobre os concursos de enfermeiros que estavam em curso nas unidades que o sindicato tinha adiantado que tinham mais urgência.
A estimativa do SEP e da Ordem dos Enfermeiros aponta para que sejam necessários 25 mil profissionais de enfermagem em todo o país. Do lado da tutela, o ministro já assumiu que faltam profissionais e comprometeu-se a abrir mais concursos, mas sem adiantar o número total em défice. O PÚBLICO solicitou à ACSS o que existe do levantamento que fizeram mas não teve resposta.
Ainda assim, a verdade é que os rácios internacionais apontam para que Portugal esteja aquém do recomendado. Os dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), relativos a 2011, indicam que nessa altura existiam no país 6,1 enfermeiros por cada 1000 habitantes, sendo que a média desta organização é de 8,8. Mesmo assim, em 2000 o rácio era ainda pior, de apenas 5,4 por cada 1000 habitantes.
No caso dos médicos a situação é ao contrário, com Portugal com um rácio de 4,0 por cada mil habitantes, contra uma média de 3,2. Os números da OCDE indicam ainda que o rácio de enfermeiro por médico é de 1,5, muito abaixo da média dos países da União Europeia, de 2,8. Já neste ano, o próprio Instituto Nacional de Estatística, a propósito do Dia Mundial da Saúde, também divulgou dados que indicavam que entre 2002 e 2012 houve um acréscimo de 23 mil enfermeiros com o rácio a passar de 4,0 em 2002 para 6,2 em 2012.
A falta destes profissionais também já foi mencionada pela própria troika(Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), que alertou para o “impacto ao nível de custos que poderá advir de uma utilização de médicos em cuidados que poderiam ser prestados por enfermeiros”, recomendado o reforço da oferta de enfermeiros como forma de tornar o Serviço Nacional de Saúde mais sustentável.
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