sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

COMER DEPRESSA DE MAIS FAZ MAL - AS USF E O SEUS MEANDROS

Quando o Missionário Dr. Pisco dava o golpe na construção das USF, nós alertámos para um conjunto de de alterações, que guardamos cuidadosamente, pois estamos a prever o que está a acontecer e de que o Sr. Rui Cardeira foi corresponsável ao servir de "pau de cabeleira", aparecendo como interlocutor a substituir os Sindicatos, entre os quais o SE.
Não tem, por isso, qualquer autoridade moral para estar a tentar atirar com o problema, que, em parte é da sua responsabilidade, pois serviu de tampão às nossas propostas, porque sendo os únicos que temos poder legítimo e legal para as fazer, fomos secundarizados pelo Sr. Enf.º Rui Cardeira que ganhou, por isso o 8º lugar na Direcção da Associação das USF-AN; falamos do início, entenda-se...
Devia ter percebido, (e quem dá o que tem a mais não é obrigado), e não percebeu que sendo o número de Enfermeiros e Administrativos igual aos de Médicos, que até estão a mais num Serviço de Assistência de Saúde Primária organizado por governantes responsáveis, se destinava a fornecer o "meu, minha Enfermeiro, Enfermeira a um Médico que a concorrência rejeita por não ter atingido os objectivos, como agora se diz.
Vêm falar agora de rácios?
A que propósito?
Alguma vez os 1500 visitadores de Médico dão o mesmo trabalho a este, sentado na sua secretária, que 800 ou 900 utentes, a precisar de cuidados de Enfermeiro, mais ou menos demorados, dão ao Enfermeiro?
Não haverá um animal racional que veja o que quer dizer 1500 para 1500?
Nos dizemos, porque reunimos as condições exigidas ao bicho: é para cada Médico/a dos que sendo do tipo refugo, vieram parar aos CSP, possa ter o seu amparo (o meu Enfermeiro/a), por perto, quando suas excelentíssimas estão a receber visitas dos potenciais hiponcondríacos saudáveis. Têm mais horror à solidão do que a Natureza ao vácuo.
Infelizmente, têm quem os atenda, mesmo que não os entenda, porque o objectivo é traçado pelos fabricantes da molécula patenteada. Eles só obedecem.
Reparem no exemplo do plasma, para os hospitais, porque é um bom exemplo.
Ainda recentemente, fizemos mais uma tentativa de introduzir correções na Portaria 301, a dos ID, que foram escarnecidas por todos, pondo estes Sindicatos, SE e SIPE que as apresentaram, para bem do Serviço, foram escarnecidos e desprezados, porque há sempre uma Associação tipo Associação USF-AN a avalizar estas anomalias, de que se vão queixando.
É que todo aquele barulho de redefinição de IDs não passou duma tentativa de o grupo dos incentivos, volantes, que os outros só recebem depois de feita a avaliação da consecução ou não dos objectivos traçados aleatoriamente, passar a ser recebido mensalmente pelos Médicos, indexados, por conta, aos vencimentos mensais dos Médicos.
Não lêem o que escrevemos e os avisos que fazemos, sofrem as consequências que antecipámos.
Não culpem a OE, porque é outra Associação que pouco ou nada tem a ver com a situação, porque não tem contatos diretos com estas situações práticas. A OE define princípios espirituais e não materiais.
Voltem-se para o impoluto Dr. Correia de Campos, que na sua estratégia de aumentar os rendimentos do trabalho, aos Médicos (até queria estender o modelo USF, como defende num dos seus livros retóricos, aos hospitais), entregou a causa ao PCP e seus representantes na área da saúde, que conheceis bem e é daí que vêm todos os males de que a Enfermagem está a padecer, porque a todas as arremetidas que fazemos para melhorar as situações há sempre um tampão ignorante e servil a impedir o avanço das nossas propostas.
Depois vertem lágrimas de crocodilo (que chora ao comer as vítimas), para se desculparem do mal que ajudam a praticar.
Se nos ouvissem, riscavam a versão de ter Médicos de 2ª escolha nos Cuidados de Saúde Primários, a fazer triagens e entregavam essas tarefas aos Enfermeiros que as fazem muito mais bem.
Depois, até podiam ser pagos à peça, nos seus consultórios, que até podiam ser alugados a partir das salas que agora ocupam, nos CS e pagos por consulta.
Quem quer apostar como as rácios acabavam-se para eles, porque os Enfermeiros tinham sempre alternativas para remeter o cliente ao generalista ao lado...
´´E difícil dominar aquilo a que Matthias Rath, promotor do "Movimento Vida", classifica de [forças do mal ou cartel química], mas não é impossível dominá-las para níveis inofensivos, assim haja vontade e honestidade políticas.
Nós colaboramos inteiramente com responsáveis que queiram arriscar, pois precisamos de arranjar dinheiro para pagar pelo menos o dobro do vencimento com metade do esforço, aos Enfermeiros, quem são os obreiros da coisa.

Como diz, numa rábula, o saudoso Zé Viana, actor, que morreu de acidente na via Cascais-Lisboa, «....antigamente era proibido, hoje é tolerado e, qualquer dia, vai ser mesmo obrigatório».
Embora as situações sejam diferentes, já se nota que, hoje, as nossas conversas, deste tipo sobre a matéria em apreço, deixam os curiosos a pensar.
Porém, quando se tornar inevitável aumentarem os salários dos Enfermeiros sem artificiosos recursos a incentivos discriminatórios, logo diabólicos, vão ter de nos dar razão dessa que racionaliza, nas rácios.
Vá lá, Colegas, sejam optimistas e avisem o jacaré, para que sossegue porque a lagoa vai secar.
Com amizade e muita atenção,
José Azevedo


{Chamo a atenção para que os rácios por médico e enfermeiro estabelecidos na lei são aqueles que constam no Artigo 9.º do DL 298/2007 (USF).

Que os próprios profissionais que se encontram em USF Mod B (ou que tal desejem) pretendam listas superiores (até 2.412 UP), compreende-se. Agora o que não se compreende nem tolera é que a administração imponha unilateralmente rácios superiores (a 1.917 UP para os médicos). 

Henrique Botelho 
___________________
hmbotelho@gmail.com
+351 917 323 305
+351 916 884 610





No dia 5 de dezembro de 2014 às 08:31, José Nogueira <enfnogueira@gmail.com> escreveu:
Boa tarde.

Seria importante a OE adequar os rácios à realidade das USF, verificando-se desta forma uma vicissitude regulamentar que é o enfermeiro, para obter um número de unidades contratualizadas previstas em lei, logo atingíveis e praticáveis mediante um determinado número de unidades ponderadas, tem obrigatoriamente de infringir o previsto no referido regulamento e trabalhar sobre supostas dotações não seguras.

Depreendo daqui inúmeros problemas que podem surgir, algo que poderia ter sido salvaguardado.

Além de que,os rácios apresentados para USF agora são exactamente os mesmos de 2011 altura em que foi publicado um guia de recomendações, não contemplando agora uma adequação do número de horas de trabalho perante horários de 40 horas ao número de utente previstos nos rácios.

Aliás, uma lista de 1550 utentes para horário de 40 h e consequentes 1733 horas/ano de trabalho efectivo daria mais de 1h e 6 minutos por utente por ano!

Por outro lado, é pressuposto a evidência de dotações seguras nas unidades de saúde, sendo esse um indicador obrigatório para a acreditação da idoneidade formativa e para, dessa forma, operacionalizar o Modelo de Desenvolvimento Profissional preconizado pela OE.

Cumprimentos.

No dia 3 de dezembro de 2014 às 17:38, Henrique Botelho <hmbotelho@gmail.com> escreveu:




ORDEM DOS ENFERMEIROS
Regulamento n.º 533/2014
Norma para o cálculo de Dotações Seguras
dos Cuidados de Enfermagem

A.l — Unidade de Saúde Familiar
Para efeitos de fixação da dotação do número de enfermeiros necessários (EN) em cada Unidade de Saúde Familiar (USF), aplica -se o seguinte rácio:
1 — Enfermeiro/1.550 utentes
ou
1 — Enfermeiro/350 famílias

A.2 — Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados
Na fixação da dotação de pessoal de enfermagem que integra cada Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), considera -se adequado observar o seguinte rácio:
1 — Enfermeiro/1.550 utentes
ou
1 — Enfermeiro/350 famílias


A OE perdeu 2 excelentes oportunidades:

1 - uniformizar os rácios entre os MF e os EF. (Artigo 9.º do DL 298/2007).

 2 - Utilizar uma metodologia (unidades ponderadas ao invés de números absolutos) que, longe de definitiva e perfeita, constitui um significativo passo em frente através da padronização etária das listas de utentes com vista a permitir alguma comparabilidade e ajuste quanto à carga de trabalho estimada. 

Ficaram a perder principalmente aqueles que acompanham listas com distribuição etária superior à lista-padrão. Teoricamente os que mais trabalham.

Foi pena.


Henrique Botelho 





No dia 3 de dezembro de 2014 às 17:11, Rui Cardeira <cardeira27@gmail.com> escreveu:

pois...
Mas estes também não são os modelos que a Ordem defende... A verdade é que se podia ir muito além e transpor para este documento parte daquilo que está na lei... por exemplo lei refere que os enfermeiros têm listas de utentes, a ordem anda para trás e diz que não há listas, mas sim rácios... Isto dá mais força à ideia "enraizada" do EF como nome do enfermeiro que exerce na Unidade, mas não como metodologia... em termos práticos se o exercicio nos CSP for por área e não por lista o termo rácio adequa-se que nem uma luva...
Enfim... prometi a mim mesmo que iria começar a respirar fundo quando via determinadas "coisinhas" mas o mau feitio ganha sempre... ;)
Rui Cardeira

Rui Cardeira
Enfermeiro

No dia 3 de dezembro de 2014 às 17:01, João Rodrigues <smzcjnr@gmail.com> escreveu:

Sobre USF ou UCSP pouco ou nada se diz.
É pena....
JR
Em 3 de dezembro de 2014 17:00, Rui Cardeira <cardeira27@gmail.com> escreveu:

Ainda assim, convém dar a mão à palmatória e ver que a OE seguiu aquilo que começou a ser trabalhado na anterior direcção e temos pela 1ª vez um documento unico para a gestão dos recursos humanos de enfermagem...

Rui Cardeira
Enfermeiro

No dia 3 de dezembro de 2014 às 16:25, João Rodrigues <smzcjnr@gmail.com> escreveu:
Então a OE ainda fala em nº de utentes.
Será que em breve, iremos ter utentes para MF e SC, e nº de utentes para enfermeiros das USF e das UCSP?!

Já agora, além ligado à OE sabe o porquê de só a enfermagem hospitalat ter direito a diferencaição de cargas horárias perante as diversas actividade de intervenção?

Anexo, DR com respectivo "Regulamento"}
--


-- 

Sem comentários:

Enviar um comentário