Os Enfermeiros são o grupo mais perseguido e abusado pelo atual Governo, copiando com requintes de malvadez e displicência, o famigerado Sócrates-Ana Jorge - Manuel Pizarro de 2009.
A este abuso não é alheia a horda de Administradores, que invadiu os hospitais, em qualidade e número indesejáveis, dos quais a Sr.ª Dr.ª Marta Temido, Ministra da Saúde, foi presidente da respetiva Associação.
Os papagaios mal treinados dizem que as 35 horas/semanais, a que os Enfermeiros regressaram, pois é esta a sua semanada por lei (DL 437/91 de 8/09 - nº1) são as responsáveis por muitas coisas que acontecem ou não, nos serviços do SNS.
O relatório "Balanço Social" do MS de 2018 atribui, aos Enfermeiros, 3.200.000 de horas suplementares, nesse ano.
Cerca de 90% dessas horas são pagas aos Enfermeiros de forma singela, não obstante serem extraordinárias, porque estão para lá do ordinário e legal, em folgas de compensação, portanto: os Enfermeiros a pagarem-nas uns aos outros, dado que para um ir de folga o outro(s) tem lhe cobrir a falta, ou ficam por pagar, simplesmente.
A coação das chefias, sobre os subordinados, é a principal responsável por isso, e não só.
Um exemplo prático; para pagar uma folga de compensação, onde estão 4 Enfermeiros e ficam 3, não é problema; quando o número de Enfermeiros para assegurar "serviços mínimos", numa situação de greve e desses 4 uma é mãe e amamenta tendo, por isso, de sair uma hora mais cedo, "cai o Carmo e a Trindade", como diz o portuense. Mas é esta a mentalidade reinante.
Os números: 3.200.000 de horas, ditas suplementares, resultam disto e nisto;
1 - Um Enfermeiro realiza 1680/horas/ano (48 semanas x 35 horas = 1680);
2 - Se 1 Enf.º vale 1680; para as 3.200.000 de horas são, foram, necessários 1.904 Enfermeiros - (3.200.000/1680=1904 Enfº).
Ora esta é, entre várias, uma parcela que o Estado/SNS, está a roubar aos Enfermeiros.
Imaginem, por mero exercício mental; se isto se passasse com os Médicos o que aconteceria?!
A quadrilha dos administradores hospitalares, conta com os Médicos (alguns) e com a prestimosa colaboração das "chefias de conveniência" e transitórias, que introduziram na Enfermagem e que o SEP/PCP, aceitaram e controlam, a seu jeito e interesses.
É por isto e muito mais, que a situação da Enfermagem é muito mais grave do que parece e exige medidas de reparação urgentes, pois em cada dia a situação piora.
José Azevedo
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