Vale a pena reflectir sobre o teoria do conhecimento, a gnosiologia; para podermos distinguir o que é "senso comum" e o que é "conhecimento científico"; o objecto do conhecimento, quem e como o conhece: à base do senso comum ou da ciência.
O senso comum baseia-se na opinião;
A ciência ou conhecimento científico baseiam-se na evidência, porque o conhecimento científico é "universal e necessário": universal, porque se pode observar em todo o mundo, nas mesmas condições; necessário, porque tende para aquele fim: é assim e não pode deixar de ser: é evidente.
Descartes autor da Dúvida Metódica, que permitia duvidar de tudo e todos, como método, chegou ao famoso "cogito ergo sum": Eu penso e se penso é porque existo. Se não pensasse não existia, para pensar: é evidente.
Para a Medicina ser uma ciência, o objecto do seu conhecimentos, do seu saber, que é o Homem, tinha de ser Deus Uno, porque só Deus, que é único, reúne as condições do conhecimento científico; ser universal e necessário.
Ora, o Homem é único, enquanto entidade própria, mas é múltiplo enquanto espécie, onde todos têm algo de diferente do outro, embora sendo semelhantes todos os da mesma espécie. Aí não há universalidade, quando se trata de um ser individual, que é único, enquanto essência, mas é múltiplo, enquanto espécie, apenas semelhante, e não exactamente igual.
Para a Enfermagem a coisa é precisamente igual, porque o objecto é o mesmo: o Homem.
Claro que os antropólogos mais globais dizem coisas como:
« E se Deus fosse a ciência»?
Com amizade,
José Azevedo
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