domingo, 15 de maio de 2016

II ENCONTRO DE ENFERMAGEM DO CHUC








<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Este é o programa no qual tive o prazer de colaborar, na última mesa ou painel, na companhia de ilustres colegas "Enfermeiros" e professores nas escolas de Enfermagem: Abel Paiva e Lucília Nunes.

O tema é: «Perspectivar o Futuro em Enfermagem».

Mas ainda consegui assistir aos acordes finais do tema anterior: «Decisões e política de Saúde».
Usava da palavra a Profª. Marta Temido - Presidente da CA da ACSS.
A pergunta mais importante era por que não conseguem os Enfermeiros ser Presidentes de CA de Hospitais, como outros; Médicos e Administradores?
Enquanto isto bailava na minha memória a revelação que Leonor Beleza me fez em 1988 - «Sabe que os Hospitais, que visitei na América (EUA) eram todos comandados por Enfermeiros?»
Já sei isso há muito tempo, respondi. É que a América é uma sociedade jovem a caminho do americano, que ainda não existe.
E como nova que é, sabe que o dinheiro está acima dos preconceitos e dos corporativismo: avança quem tem melhores e mais condições para rentabilizar os recursos.
Esta mesa terminou com um desejo: «Quanto tempo vai demorar para ver um Enfermeiro a presidir ao Conselho de administração do CHUC». E bateram muitas palmas.
Como é bom sonhar, penso eu...

E sobre que falei.
Para uma orientação mínima de manutenção no tema "Perspectivar o futuro em Enfermagem".

Como penso que o futuro da Enfermagem depende da capacidade que tivermos para corrigirmos os erros que cometemos e continuamos a cometer escrevi à pressa :

1. Como se formam os Enfermeiros e por quem?

2. Como encaram a investigação e os costumes da "legis artes" (estado da arte) ?

3. Qual o papel correcto da Ordem e qual o relacionamento com os seus Membros?

4. Qual o papel dos Sindicatos e o estado dos "espírito associativo", nos Enfermeiros?

5. Quem promove a o espírito divisionista e individualista dos Enfermeiros, é quem tem interesse em mantê-los divididos, por quê  e para quê?

6. Poderá o individualismo ou o "cogumelismo", garantir a coesão suficiente para assegurar o futuro da Enfermagem, enquanto Profissão?

7. O Sindicato único e espírito hegemónico-maníaco olisiponense, têm alguma responsabilidade no desperdício das principais oportunidades perdidas pela Enfermagem?

8. Tem a "complementaridade" do famigerado REPE alguma ligação com a formação escolar dos Enfermeiros e com o seu desempenho profissional?

As abordagens que fiz a estas perguntas, podem não ter agradado aos professores, ali presentes, que nos deliciaram com exercícios dialécticos vazios e sem sentido. A forma era razoável, mas o conteúdo, vazio.
A eterna contradição de os professores de futuros Enfermeiros não praticarem uma profissão essencialmente prática, priva-os de modelos pedagógicos, onde se possam inspirar e, por que não; imitar?!
Não acredito que não tenham a certeza desta opção e ela é necessária para formar Enfermeiros menos medrosos e mais seguros. Falta-lhes a coragem para saírem da sua zona de conforto, para voltarem à cabeceira dos doentes de, onde pensam terem-se libertado, fugindo para a docência.
Como a Enfermagem tem mais teoria do que prática (quem não conhece isto), a maior parte da formação dos Enfermeiros passa ao lado dos que se intitulam seus professores.
Este é um problema sério para a Ordem resolver: quais as condições necessárias para um professor de escola de Enfermagem, para poder eliminar esta lacuna.
Em 1982 propusemos 2 meses de exercício prático, em cada ano; ou 6 meses de 3 em 3 anos.
Ana Sara tirou este artigo, o 6º,  do Decreto 324, quando Gonelha foi o Ministro da Saúde (o 1º da série, aliás).
É aqui que o comodismo de alguns, pois estar alapada num gabinete climatizado é muito diferente do que suportar as condições junto dos doentes, prejudica o futuro e evolução Enfermeira.
E valorizam este método deixando a prática junto dos doentes reais e não bonecos de laboratório, para um plano secundário.
Disse muitas mais coisas, mas elegi este parágrafo, como o mais necessário a corrigir para um futuro correcto da Enfermagem, pois é esta aberração, que todos conhecem e que poucos têm a hombridade de denunciar. Quando não se lhe juntam, toleram-na covardemente.

Considero um bom programa de reflexão pelo que vi de positivo e negativo.





A sala ainda tinha lugares para mais dos que andam perdidos no mundo Enfermeiro.

NEM DE PROPÓSITO E A PROPÓSITO <prima aqui>

Com amizade,
José Azevedo

Sem comentários:

Enviar um comentário