domingo, 25 de fevereiro de 2018

PALMAS E PALMADAS

CARTA DA BASTONÁRIA<CLICAR>
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Sábado, 23/02/2018 participámos, em Braga, pelas 21H30 numa sessão de boas vindas, aos Sindicatos recém formados  da iniciativa  da Seção Regional do Norte da Ordem.
O motivo da reunião foi: «discutir o presente, pensar o futuro».
No fim da coisa, houve uma distribuição de palmas, para a Ordem e de palmadas, para dois Sindicatos - o SEP e o SE - Os outros dois, ainda em estado de graça virginal, de origem, foram obsequiados com um prémio de consolação, a indiferença.
Até houve um comentador, tipo sábio, de seu nome Humberto de Caminha, com boa cotação na bolsa dos palpites, que fez um comentário ao evento, onde confundiu a minha referência à perspetiva linear do tempo, que Santo Agostinho, Doutor da Igreja, defendia: 1 - já não, o passado; 2 -  agora, o presente; 3 - ainda não, o futuro. E concluiria que o tempo era nem mais nem menos; uma sucessão ininterrupta de agoras. Isto foi, obviamente, para recentrar o tema da conversa e pensar a influência que o AGORA, tem , terá, no "ainda não" ou seja; no futuro, necessariamente.
O Sr. Humberto confundiu isto com Bíblia, onde não sou versado.
Abrilhantou a sessão, uma Enfermeira, que inebriada com a flama das suas próprias palavras, disse: deixem-se de fazer política; é só política, referindo-se aos Sindicatos...
Duma só golfada demonstrou que nem sabe o que é política, nem Sindicatos, porque lhe faltou acrescentar: "política partidária".
Imagine, quem puder e quiser, o que seriam os Sindicatos, sem uma política!
Seriam uma espécie de faróis a assinalar a terra aos barcos, mas com a luz apagada.
Os Sindicatos são associações políticas, por excelência, mas de política laboral.
O que a Colega não disse, mas digo eu: é um crime para os Associados de um Sindicato, usá-lo, como correia de transmissão de ação partidária,  na sua ação. sindical, isto é; estar ao serviço de um partido, em vez de fazer a política da profissão, que servem.
A maior afronta que se fez, em Portugal, ao movimento sindical, foi criar no seu interior, o direito de tendência.
Parece um bem, que a democracia nos trouxe, mas é um cancro, que destrói, qualquer hipótese de ação concertada.
Se, pelo menos copiassem os ingleses, que criaram um "partido trabalhista", invertendo a coisa: não são os partidos que vêm aos sindicatos; são estes que conquistam votos para se instalarem no Parlamento e, por que não, para governarem.
Mas chama-se TUC, ao movimento sindical, ou seja: "Trade Unions Congress".

A louvável ação da Ordem, não passa disso e tem de se contentar com as palmas.
Porquê?
Quando, dentro da mesma Central Sindical se cria outro Sindicato de Enfermeiros, porque o cofundador da central, nós, não se rege por tendências sindicais, nem política partidária;
Quando se tenta dar autonomia a um movimento de especialistas da maternidade, criando um Sindicato, para captar nestes especialistas e noutros descontentes os apoios necessários à sobrevivência;
Quando se apela à desindicalização, para exibir a vergonhosa percentagem de 75% de não sindicalizados, dos tais que despejam, na Ordem dos Enfermeiros as suas frustrações, cheios de esperança, como os que põem os seus escritos, nos buracos do Muro da Lamentações,
apelar à união de ação, no objetivo comum - a criação duma nova carreira -  seria uma coisa ideal, se antes não fossem criadas as condições do divisionismo e do confusionismo.
Querem uma prova?
A FENSE criou um projeto, que tem muito do que foi na revogação do DL 437/91 (anterior carreira) e que foi muito louvado neste encontro:
Mal foi conhecida a tabela de 2020€, para início;
Mal foi conhecida a designação de Enfermeiros diretores, para o desempenho das funções de direção e chefia, ;
 Mal foi criada a categoria de Enfermeiro Especialista, como fulcro da dinâmica da profissão, tudo isto, e muito mais, constante do projeto de ACT da FENSE;
Logo apareceram os defensores da COMPLEMENTARIDADE DA ENFERMAGEM, a chamarem gestores, aos diretores; a definirem 1600€, para inicio de tabela salarial dos Enfermeiros e outras vergonhas, demonstrativas do que pensam dos Enfermeiros. 
Ora bem: sabendo-se, como nós sabemos, a origem destas contrapropostas;
Sabendo-se que o objetivo é tentar dividir a nossa força, demonstrada em 15 de setembro 2017,
Tentar a união é uma piedosa intenção, no mínimo ética.
Pelo menos não podem acusar os verdadeiros lutadores por uma Enfermagem, que tem de voltar a ser o que já foi, ainda que isto perturbe e prejudique a evolução da INSTALAÇÃO da ASSISTÊNCIA PRIVADA, de que ficaram parados, nas atuais circunstâncias.
E os que não conseguem aderir à nossa ideia, se lutam pela Enfermagem:
fiquem quietos e calados.
Pelo projeto FENSE,
José Azevedo

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