segunda-feira, 11 de março de 2013

ENFERMEIROS AFASTADOS


 

Tem alguns sinónimos: ausentes, distantes, retirados, arredados e até, desterrados. A questão está em saber se esse afastamento é voluntário ou imposto.

Se é voluntário, a coisa é mais grave;

Se é imposto, é mais fácil criar as sinergias, para retomar a posição na administração a que os Enfermeiros têm direito e a  saúde precisa e merece, mas que o prec administratório, que invadiu os serviços de saúde, ajuda a marginalizar. Tudo é número; até eles, administrunculos são uns números.

Ora, sem a sensibilidade enfermeira tudo é perigoso e inerte.

Surpreendeu-nos positivamente a Senhora Presidente da SRC da OE, que começa por dizer no Diário de Coimbra de 7/03/2013: «Os enfermeiros estão a ser progressivamente afastados das funções de gestão nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), não obstante serem a classe profissional mais representativa no sector. {não obstante faltarem lá muitos para operar a reforma que se impõe e não a do “mais-do-mesmo-para-pior}

A SRC, bem como as outras Secções Regionais estão a trabalhar numa proposta conjunta, para enviar à tutela, que recrie o papel (e a tinta) da direcção de enfermagem.

A SRC considera que atualmente se verifica um vazio em termos de hierarquia e que esta penaliza a qualidade e supervisão técnica dos cuidados de enfermagem. Lembrando que antes da reforma daquele sector da saúde a direção de Enfermagem estava garantida. (Mas já havia uma escola a minar, reciclando, com adaptações, o papel que teve, em 1975 na preparação dos chefes  para serem nomeados por concordância e conveniência, do tipo “ovos moles”). Estamos perante um vazio legal nesta matéria, já que os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), entretanto criados não contemplam a figura de enfermeiro diretor. Os enfermeiros sendo a classe profissional mais representativa, não faz sentido que não sejam chamados a fazer a gestão dos seus próprios cuidados e, pelo contrário, tenham vindo a ser progressivamente arredados dessas e de outras funções de direção, contesta a responsável regional (nacional por inerência) da Ordem…». Isto é o que dizem e pensam os representantes da OE.

E o que diz e pensa a Ordem dos Médios?

 «A Ordem dos Médicos recusa a necessidade de criação de outras especialidades de enfermeiros nos centros de saúde e reforça a importância da enfermagem ficar sob a liderança responsável do médico de família».

Perante esta dispersão impõe-se a pergunta;

Quem manda?

Na Ordem dos Enfermeiros o atrevido e desbragado bastonário da OM, tenta mandar, como se vê claramente, pelo que impõe aos enfermeiros, ao não querer especialidades, nos enfermeiros e ao pô-los sob a liderança do “familiado”.

Mas o desbragado manda mesmo, perante a passividade dos semi-eunucos  que andam por aí.

Senão vejamos: não consegue o cujo dito meter o vogal de enfermagem no conselho clínico (o acamado) e outros piores do que ele, não lhe iam fazendo a vontade, ao quererem vender‑nos, impingindo-nos um enfermeiro diretor, nesse “pomposo encargo de vogal de conselho clínico”, entre muitos outros, onde tem como função, reunir uma vez por mês, segundo o estatuto do órgão e, depois da reunião, volta à sua especialidade, que o bastonário da OM não deixa exercer, porque o familiado esgota esse conceito, nos P1.

Claro que alguém tem de ter tento e responsabilidade e devolvemos a proposta à procedência, exigindo respeito pelos Enfermeiros, incluindo os dos Cuidados Primários, e a criação urgente da direção de enfermagem, liderada por Enfermeiros e não por autoconvencidos.

Mas, atenção; lembram-se do que e dos “quems” andaram a prometer em termos de chefias de enfermagem por nomeação de favor e complementaridade e cumplicidade?

Lembram-se do apoio que alguma escolas de enfermagem deram ao fazer o figurino dessa chefia?

Como, em 1975 fizeram com as direções de escolas, etc…

Não culpemos somente os outros; há entre nós, quem ajude a destruir a enfermagem, por não entender a sua superioridade ou não admitir. É por aí, que temos de começar a arrumar a casa. Sem limparmos esse joio, o trigo da seara não cresce, porque o joio, como erva daninha que é, atrofia o desenvolvimento da planta boa.

O joio sabe do que falamos e do que andou a prometer à claque de apoio. Banalizar a enfermagem é abrir as portas à liderança de outros profissionais, que julgam os enfermeiros de bom comer, como diria o outro…

Acordem, Colegas; ajudem-nos a acabar com estas fantochadas, que tanto têm prejudicado a nossa Profissão.

Ao ataque!

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