Sim...
O que é afinal, um Enfermeiro?
É uma
realidade complexa.
Não foi por acaso que o outro classificou a licenciatura dos
Enfermeiros como uma “licenciatura com o grau de complexidade, o máximo da
escala.”
Mas além da complexidade temos de lhe adicionar uma pitada de
“mística”, quando atinge aquele ponto, que na doçaria se costuma ouvir chamar
de ponto de rebuçado, que é,
exactamente aquele onde o Enfermeiro tem de se transcender, para fingir que,
depois de se corrigir, ou prevenir o erro; depois de corrigir os erros do
próximo, tem de fingir que nada sabe, como a mais humilde das ervinhas.
Vem isto a propósito de uma Enfermeira ter sido destacada
para fazer a integração da Médica Pediatra, no serviço e respectivas rotinas
procedimentais.
A outra colega chamava a atenção para o cuidado que a
integradora punha nessa função, cuidado que não lhe é reconhecido quando tem de
fazer a integração de Enfermeiros, recém-chegados.
E se visses o ar de satisfação da Enfermeira, comentava!
Parecia a rainha do universo, vertido no seu pequeno mundo.
Que dirá a isto o poeta do Choupal?
Nós dizemos que; no tempo em que os Enfermeiros falavam,
também para fora, era normal ensinar os formandos da medicina a dar uns pontos,
bem dados; umas injecções, sem dor, umas terapêuticas adequadas a determinados
casos de urgência, enfim, ninguém subsumia ninguém.
Entretanto, à medida que a medicina foi deixando de ser
liberal e passou a ser funcionária, esta relação acaba progressivamente por adulterar-se.
Para o nosso gosto é uma bênção das alturas, que alguém, já
repare nestes pormenores.
Podemos, assim, esboçar um perfil provisório: - Enfermeiro é
aquele profissional que sabe para si e para ensinar os outros, num primeiro
momento; mas que, no momento seguinte, tem de perder a consciência de que é
isso mesmo!
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