Hoje vimos no noticiário por encomenda que andavam à procura de Médicos para Chaves, Vila Real e Lamego. Convém não desligar esta notícia da anterior onde se fala da emigração Médica dos que querem especializar-se noutros mundos.
Por que, sendo estas terras tão próximas de Bragança e respectiva ULSNE, onde andam aos encontrões ao trabalho que não existe, com uma média baixíssima de produção, não podiam pedir uns quantos emprestados?
Não é só porem os Enfermeiros mal pagos e mal compreendidos a virem trazer os doentes junto destas fontes de atendimento; o governante da área devia também mandar os Médicos para outros pontos de atendimento dos doentes que eles deviam atender lá.
É com estes desperdícios que depois dizem que não há dinheiro para remunerar convenientemente os Enfermeiros.
Sei que há pessoas que não gostam de que se abordem estas questões. Mas sendo elas que inquinam o ambiente, pois se há 85% de gastos da massa remuneratória só com o grupo médico e 15% é a sobra para todos os outros, onde estão os Enfermeiros.
Terem a safadeza de dizer que não sabem onde estão os médicos alapados com baixo rendimento, a remunerarem com o dinheiro, que pertence a quem trabalha, mas que não tem as "forças do mal" a imporem as suas regras de protecção ao dito grupo, é obra.
Depois vêm os escândalos dos plasmas, das octapharmas e afins a revelarem as causas do medicocentrismo exacerbado, desenfreado.
Os mais ingénuos, e nós temos tantos, meu São Cricalho da Maia, nem sabem ver que o bolo do SNS é o mesmo. A nossa luta centra-se com fixidez na forma injusta de o distribuir. É evidente que se se gasta a mais com a química e outras formas de esbanjar para garantir emprego, saindo da governação, como está, à vista, na fotonovela socrática e os seus cúmplices. Podem chamar-nos anjinhos mas não nos vão chamar parvos com tiverem de se confrontar com a lição mestra que vamos dar aos visíveis e invisíveis, que nos exploram.
Sabemos que há muitos Enfermeiros a quererem lutar, não há maneira do sol na eira e chuva no nabal, mas de forma a fazer mossa. Também nós queremos satisfazer-lhes essa disponibilidade.
Mas temos de reunir as condições para que ninguém fique para trás, caso seja necessário para impor a justiça e a recompensa pelo nosso trabalho.
Queremos deixar uma marca para os próximos 30 anos, como a de 1976.
Também temos de neutralizar umas moscas varejeiras que continuam a sacudir sobre nós, com uns zunzuns irritantes, a merda que transportam dos poios de abastecimento onde poisam. Desculpem o vigor da linguagem, mas temos de a adequar à realidade que vivemos.
Vamos de vagar que temos pressa...
Com amizade
José Azevedo
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