Há quem diga que estou sempre a falar da greve de 1976!
Ora, se aquele foi o ponto mais alto das conquistas da Enfermagem Portuguesa, onde beliscará a lembrança destes irritadiços, lembrar aos jovens Enfermeiros, o velho provérbio: "Se queres bolota, trepa"!
Ninguém dá nada sem ser para evitar males maiores. Por isso, os Enfermeiros têm de se afirmar pela positiva.
Os Enfermeiros têm de individualizar o seu valor, para que recebam a respetiva recompensa.
Foram sempre, martirizados com o trabalho da equipa, onde têm muita dificuldade em identificar o "EU", no meio do "NÓS".
Com o Médico passa-se o contrário: não consegue aceitar o "NÓS", no mundo do seu "EU".
Não foi por acaso que o outro disse: "Na equipa de saúde o mais importante é o Médico": é exatamente o "Eu" a excluir-se do "Nós"!
Duas maneiras diferentes de ver o mesmo mundo. Mas a culpa não é dos outros; é nossa, dos Enfermeiros, que não sabem ou não querem combater mitos e exorcizar medos injustificados.
Quando afirmo que os Enfermeiros são os profissionais mais bem colocados para exercerem a defesa dos doentes e dos sãos, sei que estou a pregar no deserto, pois não se vê conteúdo programático da sua formação que preencha esta lacuna.
Parece estarem à espera dos DDT.
Lembram-se da chefe que foi levar, ao Médico, as notas de Enfermagem para este ler ao telefone, informando o estado da doente da cama 5, que, a menos de 10 metros, assistia divertidíssima, à cena caricata!
Votos de Páscoa da Ressurreição!
José Azevedo
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