domingo, 9 de abril de 2017

GREVE NO BLOCO DE ESTOMATOLOGIA CHSJ



GREVE A FAVOR DA HONRA E DIGNIDADE DOS ENFERMEIROS

Fizemos várias tentativas para evitar o recurso à greve, no bloco cirúrgico de Estomatologia do CHSJoão.
As provocações saloias e bacocas de quem julga que é a lei, se não acima e em cima dela, fizeram com que tenhamos de dar uma lição, para exigir o cumprimento da lei e, sobretudo, o respeito pelos Enfermeiros. Já não é só o dinheiro que lhes desviam, é também o respeito pelo mais elementar.
A carreira de Enfermagem (DL 437/91 de 8 de nov.nºs 1 a 12) diz claramente que a semana dos Enfermeiros é de 2ª a domingo, dividida em 5 turnos de 7 horas e 2 folgas consecutivas, porque uma é complemento da outra e não podem ser separadas (Convenção da OIT 149/80).
Ali praticavam-se turnos de 12 horas, turnos de 4 e 5 horas e turnos de 7 e/ou 8, consoante a semana é de 35 ou 40 horas, em função de esquemas muito mal esclarecidos, quanto à utilização daquela sala operatória.
O primeiro dia de greve correu bem, pois os Enfermeiros saíram a horas legais, todos.
Mas a tarde ficou a descoberto e para fazerem as cirurgias programadas, a Administração ordenou a deslocação de uma Enfermeira do bloco cirurgico central, para o bloco em greve - 1º furo à greve;
Ordenou, ainda que o recobro seja feito junto ao bloco central, pois era feito junto ao de Estomatologia, 2º furo à greve: dois furos à greve, portanto.
Vamos dar conhecimento às autoridades competentes e agiremos de acordo com a atenção que este assunto lhes merecer.
Colegas, não é fácil reabilitar a dignidade e respeito pela greve dos Enfermeiros, como se vê pela sua violação, nesta pequena amostra.
Foram muitos anos de usos indevidos e banalizações da soberana luta dos trabalhadores.
Mas nós vamos impor o respeito pela greve, nos Enfermeiros, porque a sua situação exige lutas sérias e a sério.
Os Enfermeiros têm de intuir que não se parecem com nenhuma classe trabalhadora; são únicos. E como tal têm de se assumir.
Têm peritos na matéria, bastante bem formados, pelo que não podem continuar a deixar os seus principais problemas entregues a ignorantes profundos, convictos, incorrigíveis.
A nossa estratégia é como a ferrugem; silenciosa e constante.
Como diz o outro; «não são as ondas alterosas que destroem os diques da Holanda; quem os destroi é a ferrugem, que vai roendo o ferro e, depois, basta uma leve onda para derrubar o muro/dique».

Os SE e SIPE (FENSE) sentem que deviam ser mais rápidos, mas não se esqueçam que os buracos abertos a tapar são muitos e diversos. É o que estamos a fazer.

Com amizade,
José Azevedo

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