segunda-feira, 16 de setembro de 2013

ESPECIALIZADO, EM TÍTULO, NÃO É ESPECIALISTA, EM CATEGORIA

ESPECIALIZADO, EM TÍTULO, NÃO É ESPECIALISTA, EM CATEGORIA

A propósito dos considerandos tecidos por V.E. Dr. Ponciano de Oliveira, digníssimo Vogal do C. D. quanto ao problema gerado pela supressão da categoria de Enfermeiro Especialista, terá de reconhecer que foi profundamente injusto, ao criticar uma atitude perfeitamente correcta e oportuna da nossa Associada M. Oliveira não disponibilizar os conhecimentos especializados que possui, ao serviço duma Instituição, que nada tem feito para os reconhecer.

Porque uma coisa é a burrice, e não só, de quem suprimiu essa categoria da carreira, sem cuidar nas consequências, uma das quais é a que criticou: não usarem, e bem, os conhecimentos, que são seus e para os quais não estão contratados.
A outra é ser acusada de usurpação de funções pelos colegas especialistas.
A terceira é não forçar, como lhe é legítimo, a remuneração de especialista.

Há uma ideia errada acerca dos Enfermeiros, que alguns administradores consideram aptos a suprir carências definidas e indefinidas. (pau para toda a colher, como os indiferenciados).
É assim com a condução de viaturas;
É assim com o transporte dos lixos;
É assim com a exploração das suas capacidades, sem a justa remuneração.
Como diz o povo "quem não tem dinheiro não tem vícios".
Os Enfermeiros devem exercer a sua categoria, sem terem de ocupar postos de trabalho de outros profissionais.

A grande confusão está em que tudo que V. E. escreveu é aplicável ao Enfermeiro Especialista, que era uma categoria de carreira e não ao Enfermeiro Especializado a expensas próprias e nos seus horários extra-serviço.
Todas as formas de pressão como a do Director Executivo do ACES são um abuso de poder e um desrespeito pela Enfermeira que procede correctamente, pois nada impede de a remunerarem com vencimento adequado, como acontece com os Médicos, que aproveitam e promovem todas as pequenas ou grandes diferenças de formação especializada, para melhorarem imediatamente os seus vencimentos, já relativamente altos.
A nossa Associada e as demais colegas, em igualdade de circunstância, merecem um pedido de desculpas pela exploração que se está a fazer, quer na prática, quer na intenção, sem as mais que justas contrapartidas remuneradoras.
E vão sendo horas de a Administração da ARSN perceber que não haverá trabalho especializado, nos Enfermeiros, que não seja remunerado, como tal, combatendo as piedosas intenções de quem apela ao monaquismo tardio, para cobrir lacunas, que a estupidez ou coisa pior ainda, deixou a descoberto, apesar das nossas chamadas de atenção, para o que está a acontecer.
Esperamos que compreende a razão do nosso vigoroso reparo, pois vem de quem se sente profundamente ferido com tanta falta de respeito pelos Enfermeiros.   




2 comentários:

  1. Muito bem e muito correto.
    Eu proprio, Enfermeiro especializado sofro e todos sofremos este tipo de pressões.
    Está na hora de fazer qualquer coisa, e se todos nos unirmos e prestarmos apenas os cuidados para que nos pagam, o sistema não conseguia funcionar e ai sim, eles teriam de fazer alguma coisa, mas sei que não é facil pedir isto a toda a gente, pois o medo de represálias e ameaças falam mais alto.
    É preciso começar a mudar mentalidades e devagar se vai ao longe, acabando de uma vez por todas com estes oportunismos e abusos de quem esta confortavelmente sentado nos seus gabinetes com A.C enquanto os enfermeiros andam ca fora faça chuva faça sol em condições deploraveis...
    Um Abraço

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  2. Sem dúvida um tema pertinente e ao qual muito temos de agradecer ao SEP, pela manta de retalhos que negociou e à qual resolveu chamar carreira. Agora relembro ao JCA que os principais monarcas a empurrar os enfermeiros para esta e outras tropelias, são os mesmos Directores Executivos que ele tanto salvaguardou aquando das suas ilegais nomeações. Aqueles do curriculum zero, que vinham com tantas virtudes, está lembrado ?

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