Cuidados de baixo valor também são usados em momentos de cuidados agudos.
Por exemplo, a cesariana as taxas de secção são preocupantemente elevadas na maioria dos países (ver secção 1.3).
Outro exemplo refere-se ao uso da Intervenção Coronária Percutânea (ICP), procedimento no qual
um dispositivo chamado "stent" é usado para abrir vasos sangüíneos bloqueados. O uso de "stents" em alguns pacientes de maior risco podem reduzir o risco de eventos cardiovasculares.
Em pacientes mais estáveis, há pouca evidência de que os "stents" reduzam o risco de morte e outros resultados maus (Hochman et al., 2006, Boden et al., 2007), mas ainda continuam a ser utilizados stents neste grupo.
Nos Estados Unidos, quase todos os ICP agudos foram classificados como apropriados. Contudo,
12% das indicações, não agudas, foram classificadas como inapropriadas, 38% como duvidosas e apenas 50%, como adequados (Chan et al., 2011).
Há evidências de excessos de tratamentos, em muitas outras intervenções dispendiosas.
Numa análise dos hospitais australianos, por exemplo, há cinco procedimentos de "não fazer"
em média, mais de 100 vezes, por semana. Os cinco procedimentos de "não fazer" foram:
Vertebral para as fracturas vertebrais osteoporóticas dolorosas (procedimento cirúrgico
Fracturas de compressão na coluna vertebral);
Artroscopia de joelho para osteoartrite;
Uterino laparoscópico ablação do nervo para dor pélvica crônica (um pequeno segmento de ligamento que transporta fibras nervosas é destruído);
Remoção de ovários saudáveis, durante uma histerectomia;
E oxigénio hiperbárico, terapêutica para uma série de condições, incluindo cancro, doença de Crohn e
(Duckett et al., 2015). A caixa 2.3
Caixa 2.3. Casos comuns de sobrediagnóstico ou sobretratamento
●Imagens para dor lombar.
●Imagens para dores de cabeça.
●Antibióticos para infecção do trato respiratório superior.
●Absorção de raios X de energia dupla (utilizada para medir a densidade mineral óssea).
●O teste pré-operatório em pacientes de baixo risco (eletrocardiograma, eletrocardiograma de esforço,Radiografia de tórax).
●Antipsicóticos em pacientes idosos
.●Nutrição artificial em pacientes com demência avançada ou câncer avançado.
●Inibidores da bomba de prótons na doença do refluxo gastro-esofágico.
●Colocação do cateter urinário.
●Imagem cardíaca em pacientes de baixo risco.
●Indução de trabalho.
●O rastreio do cancro (teste de esfregaço cervical, antigénio CA-125 para cancro do ovário,Rastreio de antigénio específico da próstata, mamografia).
●Cesariana.
Fonte: Adaptado de Hurley, R. (2014),
"Os Médicos podem Reduzir o Uso Prejudicial de Drogas no Mundo?", BritânicoMedical Journal, vol. 349, g4289, http://dx.doi.org/10.1136/bmj.g4289.
Eis a lista mais alguns casos comuns de uso excessivo, abusos.
O sobretratamento pode até ser um problema em áreas há muito consideradas do domínio
do subtratamento.
No caso da malária, o subtratamento pode resultar na progressão da doença para a morte. Isso levou a um tratamento "pressuposto" para todos os pacientes com febre de pacientes endêmicos.
Áreas onde os testes de diagnóstico não estavam disponíveis. Esta resposta levou a um tratamento
antipalúdico.
Apesar da disponibilidade crescente de testes diagnósticos rápidos (RDTs), o sobretratamento continua a ser um problema (Ochodo et al., 2016).
O aumento do consumo de antibióticos é um caso especial que agora se tornou uma prioridade global urgente para a ação, como discutido detalhamento no Capítulo 3.
O sobretatamento também engloba questões que são menos diretas, tais como cuidados de fim de vida (Quadro 2.4).
NB: - ESTES DADOS SÃO COLHIDOS NO RELATÓRIO DA OCDE SOBRE SAÚDE E SUAS MALEITAS E VIRTUDES, NO ANO DE 2017.
NÃO VAMOS DEIXAR DESCANSAR OS RESPONSÁVES, QUE GASTAM MAL O DINHEIRO QUE LHES DÃO, EM NEGOCIATAS, MUITAS VEZES CORRUPTAS, PARA DEPOIS NÃO TEREM DINHEIRO PARA PAGAREM DECENTEMENTE AOS ENFERMEIROS.
Com amizade,
José Azevedo
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