Enfermeiros mantêm greve nacional, apesar de apelo do Ministério da Saúde
Greve marcada para esta sexta-feira.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anunciou nesta quinta-feira que vai manter a greve nacional, marcada para sexta-feira e dia 21, respondendo negativamente ao apelo do Governo para reconsiderar as datas do protesto, tendo em conta o "cenário extraordinário" do surto deLegionella.
A decisão foi anunciada em conferência de imprensa, no final de uma reunião dos dirigentes do SEP que se realizou para avaliar o apelo do Ministério da Saúde.
A tutela pediu ao SEP para reconsiderar as datas da greve nacional, tendo em conta o "cenário extraordinário" do surto de Legionella.
O director-geral da Saúde defendeu nesta quinta-feira que a greve nacional de enfermeiros marcada para sexta-feira não surge num momento “oportuno” perante o surto de Legionella no concelho de Vila Franca de Xira e que conta já com 302 casos identificados. Francisco George telefonou a Guadalupe Simões, da direcção do SEP, para lhe transmitir as suas preocupações. “De manhã cedo falei pessoalmente pelo telefone e expliquei à senhora enfermeira Guadalupe Simões que não era oportuno [fazer greve] em termos dos riscos que isso representa para os doentes”, disse aos jornalistas, à margem da apresentação de um relatório do Programa Nacional para as Doenças Cérebro Cardiovasculares.
O responsável da Direcção-Geral de Saúde acrescentou que, “perante uma epidemia, fazer greve não iria dignificar estes processos reivindicativos dos enfermeiros”. “Teríamos ou teremos em função da greve uma tradução nos cuidados aos doentes. Estamos a falar de 300 pneumonias em tratamento, cada uma delas com terapêutica endovenosa de 12 dias de duração e quase 50 doentes em regime de cuidados intensivos e alguns em regime de ventilação”, reforçou George.
O SEP anunciou no início da semana uma greve nacional de dois dias, esta sexta-feira e dia 21 deste mês, em protesto pelos cortes salariais nas horas extraordinárias, exigindo a progressão na carreira e a reposição das 35 horas de trabalho semanais. O surto de Legionella com origem no concelho de Vila Franca de Xira infectou, até quarta-feira, 302 pessoas e o número de mortos pode subir para nove, segundo dados da Direcção-Geral de Saúde.
Greve pode "comprometer a prestação de cuidados", diz ministério
Numa carta, com data de quarta-feira e a que a Lusa teve acesso, o ministério afirma recear que a greve, a acontecer nos dias anunciados, "possa comprometer a prestação de cuidados de saúde", considerando que estão em causa "necessidades em saúde indispensáveis e inadiáveis".
Numa carta, com data de quarta-feira e a que a Lusa teve acesso, o ministério afirma recear que a greve, a acontecer nos dias anunciados, "possa comprometer a prestação de cuidados de saúde", considerando que estão em causa "necessidades em saúde indispensáveis e inadiáveis".
"Sem questionar o direito constitucional à greve, solicita-se que, tendo em conta o interesse público e o cenário epidemiológico extraordinário actual, se dignem avaliar a oportunidade da paragem laboral já decretada, as consequências nos cuidados prestados às pessoas e a percepção social sobre a greve e os seus riscos", refere a carta, assinada pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira. O ministério argumenta que o surto de Legionella"ainda não se encontra debelado, podendo ainda aumentar o número de doentes com necessidade de cuidados de saúde" bem como a necessidade de recursos humanos, nomeadamente enfermeiros.
Indica ainda que não é possível estimar a evolução do número de infectados por Legionella, nem quantificar o número de enfermeiros indispensáveis para assegurar os cuidados de saúde exigidos. "(...) Nesta situação de desafio excepcional torna-se ainda mais importante que todos os agentes do sector demonstrem o grau de profissionalismo e responsabilidade que tem sido a chave do sucesso na resposta aos desafios do momento", refere também a carta dirigida ao presidente do SEP.
Ministério avalia serviços mínimos
Apesar do apelo do Governo, a greve não foi desmarcada. Após o anúncio da decisão do SEP, o Ministério da Saúde adiantou que vai avaliar os serviços mínimos exigíveis nos hospitais onde estão a ser tratados os infetados comLegionella. Em comunicado, o Ministério da Saúde sublinha que esta paralisação, marcada para sexta-feira e o próximo dia 21, "atingirá apenas os serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde, onde estão a ser tratados mais de 90% dos doentes infetados com ´legionella`".
O Ministério da Saúde adiantou ainda que, para "garantir os níveis de cuidados adequados no contexto extraordinário do momento, está a preparar as medidas necessárias à diminuição de impactos negativos sobre os doentes e a população". Neste comunicado, o gabinete de Paulo Macedo acusa o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que convocou o protesto, de não compreender "a gravidade do momento" e de colocar "as suas reivindicações acima do bem-estar dos doentes".
É escandalosa e descarada a utilização que estão a fazer do nosso Sindicato dos Enfermeiros - SE.
Desde manhã deste dia 13 do azar nosso em que as redes da comunicação social têm usado o nosso nome para falar da continuidade das negociatas entre Manuel Teixeira e o Sindicato dos Portugueses que precisam do nosso nome para se afirmarem como Enfermeiros.
Que a comunicação social confunda Enfermeiros com Portugueses, não nos surpreende, embora para noticiar certos assuntos saibam que existimos e somos diferentes.
Que os nossos Colegas dos Portugueses não tenham a distinta lata de se identificarem a estarem a abandalhar o nosso nome, com acções de greve sem tom nem som, sem qualquer interesse para os Enfermeiros, obedecendo apenas à organização que os comanda e telecomanda e aos fusos políticos de circunstância e alternância sem que isso tenha nada a ver com as muitas necessidades dos Enfermeiros, a maior parte delas da responsabilidade dos Portugueses, a quem não interessam Enfermeiros com o nível a que a outra Enfermagem, a da FENSE (SE e SIPE) os alcandoraram.
Tantas notícias sobre uma greve, a que não aderiram os Sindicatos maioritários (SE e SIPE), usando o nome do nosso Sindicato dos Enfermeiros, pode ser mais uma manobra do Ministério da Saúde (Dr. Manuel Teixeira - Secretário Estado da) não expressa mas implícita na negociata que celebrou com os Portugueses acerca da exigência que lhes fez para manterem a estabilidade calma e quieta, para lhes oferecer a portaria da Direcção de Enfermagem com os buracos da responsabilidade dos mesmos para instalar coordenadores de baixo nível administrativo.
Usar e abusar de um nome que não detêm, com tamanha profusão, sem o honroso e honrado desmentido, que se impõe, pode significar denegrir o nosso nome, por antecipação, quando tiver de nos responder às negociações, que suspendeu com o mais reprovável unilateralismo, negociações, essas sim, exclusivas dos interesses Enfermeiros.
Depois, como este Senhor Secretário de Estado não atendeu às bem fundadas propostas que fizemos para corrigir as asneiras que patrocinou, quando presidia à ACSS, justamente em cumplicidade sindical unicitária, inconstitucional, com os Portugueses, provavelmente quer fazer passar a mensagem de que para ele, por Sindicato de Enfermeiros só há um; o da CGTP e mais nenhum..
Vamos estar atentos.
Com efeito, o Sr. Secretário de Estado da Saúde devia dialogar com o Ministro da Saúde e perguntar-lhe o que ele, Ministro, quer dizer com a "banalização das greves dos Portugueses", para lhe estar a dedicar tanta negociata subjacente, quando é certo que as anteriores greves inspiraram o Sr. Ministro à classificação de "banal", dada a sua óbvia e baixa adesão, é imperioso estar atento, porque há mais qualquer coisa, que a seu tempo veremos, pois pode estar o Sr. Secretário a querer fazer passar, mais uma vez, os seus eleitos negociadores para manter os Enfermeiros num estado de "estabilidade durante 3 anos como negociou o Sr. Secretário de Estado com os Portugueses.
Com o SE e SIPE as greves não são banais e só se fazem,quando estão em causa os interesses dos Enfermeiros, como é o caso.
Para já, temos o direito a não ver o nosso nome de Sindicato de Enfermeiros - SE envolvido em greves que não decretámos, não por ser greve, mas por ser esta greve.
Tudo isto é muito estranho!
Não para nós, obviamente.
Com amizade e 7 olhos na coisa,
José Azevedo
Ora vejam:Cara(o) Colega
GREVE NACIONAL DE 14 e 21 MANTEM-SE
Independentemente das “manobras de diversão” do Ministério da Saúde que aconteceram hoje, dia 13 (Ver em www.org.sep.pt e Comunicado em divulgação amanhã de manhã), o SEP ESCLARECE:
1 – A Greve decretada para dias 14 e 21 mantém-se em todas as Instituições do SNS, sem excepções.
2 – O Despacho emitido pelo Ministério da Saúde (ver anexo), em que altera o número de Enfermeiros que devem assegurar os Cuidados Mínimos é EXCLUSIVAMENTE DIRIGIDO aos HOSPITAIS DE VILA FRANCA DE XIRA e AMADORA SINTRA e aos CENTROS HOSPITALARES DE LISBOA NORTE, CENTRAL E OCIDENTAL (os que recebem doentes do surto).
2.1 – NAS RESTANTES INSTITUIÇÕES DO PAÍS (E DE LISBOA E VALE DO TEJO), O NÚMERO DE ENFERMEIROS A ASSEGURAR OS CUIDADOS MÍNIMOS SÃO OS QUE CONSTAM DO PRÉ-AVISO DE GREVE DO SEP (“n.º de enfermeiros do Turno da Noite”).
3 – O Despacho do Ministério da Saúde, RELATIVAMENTE A ESTAS 5 INSTITUIÇÕES, APENAS ALTERA O N.º DE ENFERMEIROS QUE DEVEM ASSEGURAR OS CUIDADOS MINIMOS (os que, em cada um dos Turnos, estão escalados). Assim:
3.1 - ESTES ENFERMEIROS, das citadas 5 Instituições de Lisboa, PODEM E DEVEM FAZER GREVE (independentemente dos boatos, não se trata de nenhuma “requisição civil”);
3.2 – ESTES ENFERMEIROS, das citadas 5 Instituições de Lisboa, DECLARAM-SE EM GREVE NOS TERMOS HABITUAIS DE OUTRAS GREVES NA SUA INSTITUIÇÃO;
3.2 – ESTES ENFERMEIROS, das citadas 5 Instituições de Lisboa, ESTANDO EM SERVIÇOS MINIMOS, APENAS PRESTAM OS CUIDADOS MINIMOS, nos termos de Greves anteriores … nos Serviços onde os houver que prestar … sendo que, “Serviços Mínimos são os cuidados que, não sendo prestados, colocam em risco a vida.”
4 – Apelamos a que todos estes Enfermeiros em Greve, ainda que a assegurar Cuidados Mínimos nos termos do ponto anterior, usem o devido autocolante em sinal de afirmação, revolta e indignação face á atitude prepotente e autoritária do Ministério da Saúde;
EXORTAMOS TODOS OS ENFERMEIROS DAS INSTITUIÇÕES DO PAÍS A ADERIR MACIÇAMENTE À GREVE
- Dando a justa resposta que o Governo e Ministério da Saúde merecem face à não solução dos nossos problemas;
- Repudiando a imposição unilateral do Ministério da Saúde, relativamente aos colegas destas 5 Instituições de Lisboa;
- Exaltando a nossa insatisfação, revolta e indignação.
Lisboa, 13 de Novembro de 2014
A Direcção
Sindicato dos enfermeiros avalia se mantém greve de amanhã devido à legionela
13.11.2014 - 08:35
O Ministério da Saúde pediu ao Sindicato dos Enfermeiros para reconsiderar as datas da greve nacional, marcada para esta sexta-feira e para dia 21, tendo em conta o cenário "extraordinário" do surto de "legionella". Estrutura sindical reúne esta manhã para decidir que resposta dar.
O Sindicato dos Enfermeiros reúne, esta manhã, para decidir que resposta dar ao apelo do Ministério da Saúde, que considera útil o adiamento da greve marcada para amanhã, sexta-feira, e dia 21, devido ao surto de legionela.
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Considerando tão válidos os argumentos do Governo para solicitar o adiamento como as dos enfermeiros para fazerem grave, o Sindicato dos Enfermeiros prometeu, em declarações na Antena 1, dar uma resposta até ao fim da manhã. "O serviço público é nossa principal razão para fazer greve", argumenta.
Numa carta, com data de quarta-feira e a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério afirma recear que a greve, a acontecer nos dias anunciados, "possa comprometer a prestação de cuidados de saúde", considerando que estão em causa "necessidades em saúde indispensáveis e inadiáveis".
"Sem questionar o direito constitucional à greve, solicita-se que, tendo em conta o interesse público e o cenário epidemiológico extraordinário atual, se dignem avaliar a oportunidade da paragem laboral já decretada, as consequências nos cuidados prestados às pessoas e a perceção social sobre a greve e os seus riscos", refere a carta assinada pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira.
O Ministério argumenta que o surto de 'legionella' "ainda não se encontra debelado, podendo ainda aumentar o número de doentes com necessidade de cuidados de saúde" bem como a necessidade de recursos humanos, nomeadamente enfermeiros.
Indica ainda que não é possível estimar a evolução do número de infetados por 'legionella', nem quantificar o número de enfermeiros indispensáveis para assegurar os cuidados de saúde exigidos.
"(...) nesta situação de desafio excecional torna-se ainda mais importante que todos os agentes do setor demonstrem o grau de profissionalismo e responsabilidade que tem sido a chave do sucesso na resposta aos desafios do momento", refere também a carta dirigida ao presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
O SEP anunciou no início da semana uma greve nacional de dois dias, esta sexta-feira e dia 21 deste mês, em protesto pelos cortes salariais nas horas extraordinárias, exigindo a progressão na carreira e a reposição das 35 horas de trabalho semanais.
O surto de 'legionella' com origem no concelho de Vila Franca de Xira infetou, até quarta-feira, 302 pessoas e o número de mortos pode subir para nove, segundo dados oficiais.
Num comunicado com a situação atualizada até às 15:00 de quarta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) fala também em nove mortes, explicando que cinco deles morreram de facto devido à 'legionella' e que os outros quatro permanecem em investigação.
A confirmarem-se os quatro casos, sobe para nove o número de mortos.
A 'legionella', que provoca pneumonias graves e pode ser mortal, foi detetada na sexta-feira, no concelho de Vila Franca de Xira, tendo provocado já 302 casos de infeção. Estão confirmadas cinco mortes enquanto quatro óbitos estão em investigação.
O secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa, disse quarta-feira que as autoridades estão convictas de que eliminaram todas as fontes de contaminação por 'legionella' em Vila Franca de Xira e que o assunto "está resolvido".
Leal da Costa acrescentou que "há um conjunto de investigações que estão a ser feitas", mas não apontou qualquer local em concreto.
A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.
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