quinta-feira, 20 de agosto de 2015

MORRER E SÓ; É AINDA MAIS TRISTE


Estava-se a promover o testamento vital, para saber a quem deixar os órgãos, agora inúteis.
Comandava as intervenções Maria de Belém Roseira, pelo lado da Assembleia da República.
Havia várias intervenções de vários lados, onde não faltaram as das Ordem dos Enfermeiros.
Resolvi meter a colherada quando o tema descambou para o lado dos cuidados paliativos, porque até aprendi durante a vida profissional as 5 fases da aproximação da morte, para Enfermeiros.
Ora os cuidados paliativos são exatamente os que começam onde acabam as capacidades da medicina. Servem somente para paliar, suavizar, atenuar.
E disse:
Quantos mais Médicos andarem à volta destes cuidados, menos paliativos são e, até enganam as pessoas moribundas com falsas expetativas, o que não é eticamente aceitável.
Quando abandonei a sala a chefe dos cuidados paliativos do HSJoão, disse categoricamente que eu era a vergonha da Enfermagem, pois não percebe o que são cuidados paliativos. A seu lado, muda e queda estava a Médica, cujo silêncio era sintomático e que ocupava o lugar que ela, Enfermeira não sabia ocupar, nesta circunstância dos cuidados paliativos, a sua hipotética competência.
Portanto como a bacoquice portuguesa é: quando se fala de saúde, doença ou agonia é tudo médico, não deixam lugar para os Enfermeiros se organizarem e montarem estruturas simples e eficazes de ajudarem as pessoas a bem morrer, como são funções suas de Enfermeiro.
Se há situações em que o bom é inimigo do ótimo, esta é uma dessas.
É o que temos e somos...
José Azevedo



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