Quem se interesse por discursos dialécticos, retóricos e de merda que é um genero literário que está a emergir (ver "falar merda" neste mesmo blogue para conhecer as origens próximas deste género literário que está a ser muito usado, até pelo Primeiro Ministro de Portugal, deve estar radiante com a pedrada no charco lodoso que a Bastonária dos Enfermeiros lançou, entrando com una anfibologia que obrigou os que só ouvem e vêem de um lado (unilaterais).
E não é que ao 3º dia deram conta que estavam exactamente a saudar com pompa e circunstância a nova Bastonária dos Enfermeiros, coisa que certamente não esperava...
E calaram-se para estarem de acordo com ela.
Andavam uns pedinchões a esmolar subsídios para a sustentabilidade do SNS e eis que a Bastonária nossa deu-lhes o melhor contributo; dar aos Enfermeiros o que é dos Enfermeiros, aos Médicos o que é dos Médicos e aos Doentes os seus direitos e deveres.
E começam a perceber que há diferenças substanciais entre este triângulo, que tem sido, erradamente considerado "médico-cêntrico", porque o Marquês de Pombal serôdio, herdeiro do pensamento de um déspota iluminado, que foi o Marquês de Pombal I, está sempre a falar na televisão; ora a dar-nos os bons dias, ora, as boas noites, o que sugere aos distraídos ,a visão teocêntrica da coisa.
Ora as ligeiras e breves palavras da Bastonária dos Enfermeiros mexeram no "satus quo" e os instalados, nem sequer, como, agora se está a ver, ouviram o que ela disse, mas viraram-se unanimemente, inspirados pelo despotismo iluminado serôdio, para o que pensam que ela devia ter dito, mas não disse.
E soltaram-lhe a matilha (que nos perdoem os eficazes cães de guarda), que desataram a ladrar; uns por conta própria, outros por conta deles e dos outros, que nem chegaram a falar.
Até o Bastonário emérito veio dizer, que nunca tinha ouvido nem visto morrer alguém pelo método estoico da eutanásia. Talvez um dia perceba que fez parte de um género de surdos-mudos, que eram escolhidos por essa caterística, pelos "déspotas iluminados", que até impingem a medicina, como uma ciência, que só admite a distanásia com a intenção falida de alcançarem a ortotanásia, por isso abocanham os "paliativos" cuidados essencialmente Enfermeiros, para garantirem a distanásia a quem quer morrer e o despotismo iluminado não deixa.
Mas disto não falam, que é bem mais problemático do que a eutanásia.
Se tivessem de comer o pão que o diabo amassou como muitos Enfermeiros comeram, e comem; se tivessem sido incentivados a olhar em redor, já que se auto-elegem o centro da coisa, teriam tido ouvidos para ouvirem o que a Bastonária dos Enfermeiros, que se limitou a sugerir as sugestões da problemática, disse efectivamente.
Quando se vai à ontologia da coisa, dão-se fenómenos curiosos, mas previsíveis.
Quando a Teologia pretendeu ser uma ciência, surgiu o Abelardo, que até foi castrado pelo tio bispo da Heloisa que pariu um filho ilegítmo, a quem batizaram com o nome de Astrolábio;
e ainda Anselmo, que foi santo e escreveu o célebre argumento ontológico sobre Deus:
«Deus é algo maior que o qual nada pode ser pensado», usando o tipo de raciocínio de Mário Soares, quando disse: " só os burros é que não aprendem".
Ora, os Maniqueus da época, muito semelhantes aos sábios de hoje, contrapuseram ao argumento anselmeano: « Se Deus é só pensamento, uma formiga é maior do que Ele, porque existe também na realidade».
E Anselmo carescentou - e criado -
Os antropólogos do nosso tempo, já aventam a hipótese: « E se Deus fosse a ciência?»
Será que os Médicos tiveram acesso a este discurso dos antropólogos ou Maniqueus NW?
Tempo não lhes falta, enquanto cozinham as listas de espera, para percorrerem estes discursos esotéricos maniqueistas e talvez, por isso; se auto-denominem Esculápios, considerando a medicina como esculapíada, ou ciência de Esculápio, ou ciência dos deuses!
De tudo isto sobra de líquido:
1 - A Ordem dos Enfermeiros tem de preparar urgentemente o estatuto dos Enfermeiros se transformarem em advogados dos doentes, para acabar com os juizes em causas próprias;
2 - Começarem a dar voz à Enfermagem silenciosa, para que o povo perceba as diferenças e dissemelhanças que há entre Enfermeiros e Médicos. Que não esperem pela hora da morte para reconhecerem essas coisas.
Vejam o astrolábio que foi apferçoado pelos portugueses antes dos déoptas iluminados e sua descendência:
Com amizade,
José Azevedo
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