terça-feira, 9 de agosto de 2016

PORTUGUESES PÕEM EM RISCO DE FALÊNCIA O FABRICO DE CADEIRAS DE RODAS


GENÉTICA

Portugueses descobrem gene que pode abrir caminho para a regeneração da medula espinal

2.216
Cientistas portugueses do IGC identificam um gene, o Oct4, que, quando ativado em ratinhos, faz com que as células progenitoras, que se diferenciam noutras células, continuem a 'construir' o tronco
As conclusões da investigação, realizada pelo IGC, em colaboração com a Universidade norte-americana da Florida, foram publicadas na revista Developmental Cell
ROBERT GHEMENT/EPA
Autor
  • Agência Lusa
Mais sobre
Uma equipa de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) descobriu o gene que controla o desenvolvimento do tronco, o que pode abrir caminho para a regeneração da medula espinal em caso de lesão. O gene em causa chama-se Oct4, que, quando ativado durante mais tempo, em ratinhos, faz com que as células progenitoras, que se diferenciam noutras células, para formar tecidos e órgãos, continuem a ‘construir’ o tronco.
O mesmo gene, que existe nos vertebrados, inclusive nos humanos, explica, segundo a equipa, por que motivo as cobras têm um esqueleto tão comprido: o Oct4 mantém-se ativo durante um longo período na fase de desenvolvimento do embrião.
O investigador Moisés Mallo, que lidera o grupo, disse à Lusa que, agora, talvez se possa “encontrar as condições experimentais”, em culturas de células humanas, que reproduzam o mecanismo “e escolher, dentro das que fazem o tronco, as que fazem a medula, e que possam reparar uma lesão”.
A ideia será investigar se o Oct4 pode ser utilizado para “expandir as células que formam a medula espinal” e ver se, com elas, é possível regenerá-la em caso de dano.
As conclusões da investigação, realizada pelo IGC, em colaboração com a Universidade norte-americana da Florida, foram publicadas na revista Developmental Cell.
O grupo de Moisés Mallo foi contemplado, em 2014, com o Prémio Melo e Castro, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com o qual se propôs estudar, durante três anos, as características das células progenitoras da medula espinal, e depois multiplicá-las em laboratório para, eventualmente, regenerar tecidos que estão danificados em doentes com paraplegias ou tetraplegias, de modo a que estes possam recuperar movimentos.

Sem comentários:

Enviar um comentário