segunda-feira, 5 de maio de 2014

VMER ENGODO DA VIDA ETERNA





NB:
É uma pena que para controlar mais uma área, a da ASSISTÊNCIA PRÉ HOSPITALAR o Bastonário da Ordem dos Médicos ajude a deixar morrer pessoas por falta de assistência.

Já se viu que os Médicos que andam nas VMER falam línguas estrangeiras, num número significativo, o que quer dizer, só por si, que é, para os Médicos, uma área de transição. De pouco interesse profissional. O Bastonário da Ordem devia pensar nisto.

Mesmo que lhe custe engolir a verdade; quem tem o papel fundamental, quem manobra na assistência pré-hospitalar é o Enfermeiro, mais do que o Médico. E não só na pré-hospitalar, mas dentro dos serviços de urgências, onde chefiei o do CHSJ durante 11 anos, para dizer ao Bastonário da OM, que não andei nas VMER, mas tenho a experiência necessária para lhe poder afirmar que se o Enfermeiro perder o controlo da situação, o sinistrado morre.

Por este andar ainda somos capazes de o ouvir sugerir às pessoas não conhecedoras da matéria que as operações que têm de ser feitas na assistência pré-hospitalar são de altíssima cirurgia, como trepanações, operações ao coração para o repor a funcionar, ou coisa do género, para dar uma explicação plausível, da sua teimosia em dizer que o problema das VMER é a falta de Médicos.
Para falar com mais propriedade devia conhecer, primeiramente o interesse que os seus colegas têm por andar naquelas viaturas, para não continuar a dizer que a falta de Médicos inactiva as VMER.

A culpa não é só dele; é, sobretudo de quem não quer mudar o método: o Governo.
É curioso como o mesmo Bastonário, da mesma Ordem, já não tem os mesmos argumentos para  os tripulantes de ambulância de emergência (TAE).

Não sei por que espera o SR. Ministro da Saúde para pôr 2 Enfermeiros treinados e portadores da formação do suporte avançado de vida e que gostem de trabalhar nesse tipo de assistência, numa viatura que não seja tão inútil, nos fins a que se destina. Mais importante que a crença das pessoas, na eficácia corporativa médica da assistência; é salvá-las, enquanto é tempo, enquanto estão vivas; como parar hemorragias, segundo dizem, que foi o caso das Caldas da Raínha.
Muito para além da manipulação da opinião pública, a quem desonestamente,  se incute o convencimento seguro: se a VMER trouxer um Médico, já ninguém morre.
Ora, isto é falso: 3 minutos é um lapso de tempo muito curto para recuperar a função cardiorespiratória; mas é o que as células cerebrais aguentam, sem alimento.
Para além disso a recuperação é inútil porque não é possível.

A estratégia que o Ministério da Saúde está a seguir, baseada, porventura, nas informações do Bastonário da Ordem dos Médicos, não é boa, nem aconselhável, porque lhe falta a eficácia nos resultados, que deviam ser submetidos a estatísticas sérias e comparadas.
Numa área tão sensível o Ministério da Saúde devia diversificar os métodos de assistência e seguir o exemplo de outros países, que superaram muitos destes problemas mobilizando os Enfermeiros naquilo para que estão habilitados e onde são mais eficazes nos resultados.

A vida das pessoas merece mais atenção dos responsáveis que andam há tempo demasiado para tentar sair do método errado, pela mesma via que o faz ser errado.
Quando assim acontece, mandam as regras mudar de método e de conselheiro.
E o Povo agradecerá.

Com amizade,
José Azevedo 

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