sábado, 24 de janeiro de 2015

HOSPITAL SETÚBAL, PJ INVESTIGA



PJ investiga morte no Hospital de Setúbal

Septuagenário morreu por lhe ter sido dado oxigénio através do sistema de soro. Estava no mesmo quarto que o homem detido por suspeita de ter assassinado a mulher

A investigação à morte de um doente de 70 anos que ocorreu na quinta-feira no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, mantém em aberto todas as possibilidades sobre as suas causas, disse à Lusa fonte da Polícia Judiciária (PJ).O septuagenário morreu depois de ter recebido oxigénio através do sistema de soro, em circunstâncias que estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária de Setúbal. Ao que a TVI apurou, o indivíduo foi encontrado com a máscara tirada e o tubo do balão de oxigénio posto no cateter do soro. Há um elemento nesta morte que levanta suspeitas: este homem estaria no mesmo quarto de João Pinheiro, o bancário reformado de 53 anos, detido na madrugada de quinta-feira, suspeito de matar a mulher de 52 anos, funcionária da Câmara Municipal de Setúbal e já sinalizada como vítima de violência doméstica. A polícia deteve este homem, que ameaçou suicídio ainda no local do crime, e conduziu-o ao hospital São Bernardo, em Setúbal.ervencionado, devido a escoriações que apresentava no corpo, mas ficou fora de risco de vida, embora internado neste hospital durante esta quinta-feira, dia em que acontece este estranho e alegado homicídio. Uma fonte hospitalar disse à Lusa que o doente que morreu esta quinta-feira estava numa enfermaria e não numa enfermaria de cuidados intermédios, como foi referido inicialmente, a recuperar de uma intervenção cirúrgica. A mesma fonte, confrontada com a possibilidade de ter sido o próprio doente a provocar a troca que o fez receber oxigénio em vez de soro, reconheceu tratar-se de um cenário possível. Em comunicado enviado à Lusa, o Centro Hospitalar de Setúbal limitou-se a confirmar o óbito ocorrido na quinta-feira, acrescentando apenas que o caso foi participado às entidades judiciais e que está em segredo de justiça.

Convém  reparar na notícia que admite erro técnico, quando nem em hipótese isso seria possível.
Por isso, quem estiver próximo não esquecer de combater a ideia que tecnicamente é absurda.
Se alguma coisa é da nossa culpa é não termos vigiado entradas e saídas das visitas.
Mas se não fazemos isso é porque os limites mínimos de Enfermeiros são tão escassos que não dão para as necessidades, como esta de acompanhar as visitas.
Estamos a tentar a concessão do dom da ubiquidade aos Enfermeiros, já que o governo teima em pensar que os Médicos é que resolvem estes problemas só recorrendo à possíbilidade de ter Enfermeiros em vários lugares ao mesmo tempo. e que pode minorar a escassez do grupo.
Vamos ver ver o nos responde ZEUS. (José Azevedo)


//<>//

OCDE diz que Portugal cortou na Saúde o dobro do que negociou com a troika

Relatório destaca cortes nas despesas com o pessoal e “concentração e racionalização” da oferta em centros de saúde e hospitais como principais caminhos seguidos.
As despesas com internamentos têm descido mas os cuidados continuados continuam a gerar mais despesa ADRIANO MIRANDA



As medidas do Governo de contenção da despesa no sector da saúde fizeram com que Portugal acabasse por cortar o dobro do que era exigido no memorando de entendimento com a troika, diz um relatório da OCDE.
Esta é uma das principais conclusões do relatório Health Spending Growth at Zero – Which countries, which sectors are most affected?, que acaba de ser publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e que compara os cortes no sector da saúde em vários países. A OCDE ressalva que este relatório limita-se a analisar as tendências e não a discutir a eficácia das medidas ou o seu efeito no estado de saúde da população. O relatório refere que a Alemanha foi o único país da OCDE que não registou um abrandamento na taxa de despesa em Saúde em 2010, em comparação com os anos anteriores.
Num dos pontos do documento, a OCDE refere que o Governo português assumiu o compromisso de fazer “poupanças significativas” no sector da saúde em 2011 e 2012, nomeadamente através de cortes nas despesas com o pessoal, “concentração e racionalização” da oferta em centros de saúde e hospitais do Serviço Nacional de Saúde e cortes nos benefícios obtidos através dos impostos, como as deduções de despesas em sede de IRS.
“Em Setembro de 2011, o país anunciou uma redução de 11% no orçamento do Serviço Nacional de Saúde para 2012, o dobro do corte do memorando de entendimento com a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional”, lê-se no documento. Numa das tabelas, as contas da OCDE apontam para que a despesa em 2011 tenha caído 5,2% face a 2010, quando a média de todos os países que integram a organização foi de um crescimento de 0,7%. Tudo isto fará com que o país alcance em 2013 uma despesa pública em Saúde pouco superior a 5,1% do produto interno bruto (PIB), quando a média da zona euro se estima que seja na ordem dos 7%. Em 2010 a despesa portuguesa representava mais de 10%.
Segundo o documento, depois da crise económica e financeira que estalou em 2008, diversos países começaram a tentar conter o contínuo crescimento da despesa no sector da saúde, alcançando taxas na ordem dos 0% em 2010 e conseguindo mesmo valores negativos em 2011.
Ao final da noite desta sexta-feira, o Ministério da Saúde desmentiu os dados da OCDE, acusando a organização de ter confundido dados dos universos EPE [Hospitais Entidades Públicas Empresariais] e SNS [Serviço Nacional de Saúde].”
Por email, a assessora do ministro assegurou que “o orçamento do SNS para 2012 (expurgando o efeito do Plano de Regularização de Dívidas) registou uma redução de 4,67% e não de 11%”. “Analisando a conta do SNS, verificou-se uma redução da despesa total em 2012 de cerca de 600 milhões de euros (-6,8%)”, especifica.
Há, segundo afirma, uma confusão “entre o processo de privatização dos HPP [Hospitais Privados de Portugal] e o inexistente processo de privatização dos EPE”. Assumiu-se que o HPP “estaria integrado na rede do SNS, o que como se sabe não é correcto”.
A mesma receita em vários países
No mesmo relatório, a OCDE acrescenta que, independentemente do país, a receita para controlar a despesa pública neste sector tem sido quase sempre a mesma e passa por três caminhos: ajustar orçamentos, aumentando as contribuições dos cidadãos; regular a procura de serviços; e controlar o custo dos cuidados prestados. Aliás, a contenção de custos têm sido feita tanto nos medicamentos como nos cuidados ambulatórios, hospitalares e serviços administrativos. Só a área de cuidados continuados tem continuado a exercer uma forte pressão nos orçamentos, continuando a crescer, ainda que a um ritmo mais controlado.
Em muitos países, em especial na Estónia, Irlanda e Hungria, a estratégia tem também passado por “grandes reduções nas verbas alocadas à prevenção e saúde pública entre 2008 e 2010”, alerta o documento, que destaca Portugal como um exemplo de um país em que os orçamentos para estas áreas têm subido, apesar da contenção noutros parâmetros. Sobre a política do medicamento sublinha-se que Portugal introduziu uma série de medidas destinadas a reduzir o preço dos fármacos, assim como centralizou a compra deste tipo de produtos em meio hospitalar, criando ainda linhas orientadoras de apoio à prescrição dos médicos.
Impactos a longo prazo
Em Novembro, a OCDE já tinha divulgado dados que indicavam que as despesas de Saúde tinham caído em toda a União Europeia em 2010, o que aconteceu pela primeira vez em décadas devido aos esforços dos governos para conterem os défices orçamentais e conseguirem convergir com as metas de Bruxelas. O documento advertia, contudo, que a redução ou abrandamento da despesa poderá ter um impacto a longo prazo nos cuidados de saúde.
“É importante assegurar um acompanhamento contínuo dos dados e dos indicadores no domínio da Saúde e dos sistemas de Saúde, a fim de obter indícios do impacto potencial da alteração das circunstâncias económicas e das políticas de Saúde ao nível do acesso aos cuidados, da sua qualidade e dos seus resultados”, referia o relatório, que dizia ainda que a redução da despesa pública foi conseguida através de medidas que incluíram a redução de salários, o aumento dos pagamentos directos por parte dos utentes e a imposição de restrições orçamentais nos hospitais.
O documento destacava que a percentagem do PIB dedicada à Saúde estabilizou ou desceu em 2010, com os Estados-membros a afectarem em média 9% do respectivo PIB. Portugal situava-se ligeiramente acima desta média, com 10,7%.
Já antes, em Junho, um outro relatório do mesmo organismo dizia que um pouco por toda a Europa os governos estavam a cortar nas despesas com a Saúde e em 2010, ao contrário do que era tendência desde 2000, o crescimento dos gastos no sector foi nulo ou muito baixo. O documento dizia que Portugal não foi excepção, tendo-se passado de um ritmo de crescimento de 2,3% para 0,6%. Mas em plena crise os portugueses continuavam a ser dos que mais pagam directamente do seu bolso despesas com saúde: 26% face aos 20,1% da média dos 34 países da OCDE.
O relatório destacava que Portugal, em termos de percentagem do PIB, gastava um pouco acima da média da OCDE, mas, se os números forem vistos à lupa, ou seja, quanto é alocado neste sector por habitante, a média é bastante inferior à dos países da OCDE: os gastos em Saúde per capita são de 2196 euros, enquanto na média dos países chega aos 2631 euros. Nos EUA, por exemplo, é de 6629 euros.

Notícia actualizada com reacção do Ministério da Saúde

Sem comentários:

Enviar um comentário