sábado, 30 de maio de 2015

ENFERMEIRAS-OS; A FORÇA, QUE VAI FAZER A MUDANÇA




Quem tem dúvidas desta força não tem só isso, tem de ter mais qualquer coisa.



Duas pequenas observações para os mais curiosos:

1 - Quem ofereceu aquelas centenas de voluntários, foram disponíveis Enfermeiras, que, usando os seus telefones particulares (ainda não havia a ideia de telemóvel) bloquearam as linhas telefónicas do Ministério dos Assuntos Sociais, à época, com voluntários, que iam sendo tirados à sorte, e sem autorização dos próprios, da lista telefónica. O regozijo e reconhecimento do êxito do seu apelo, foi sol de pouca dura. 
Quando o Sr. Secretário de Estado da Saúde, foi informado pelo presidente do Comité Nacional da Greve (eu próprio) de que devia fazer a experiência, contactando um, ou mais, dos voluntários, que não passavam duma selecção aleatória, que o Comité Nacional da Greve fez, na emergência, constataria que já íamos, muito à frente, em questões de estratégia. E o Secretário, sabedor da verdade evidente das nossas informações, foi de baixa, porque a ideia de convidar os estranhos tinha sido dele. A diarreia tomou conta dele e do seu fracasso.

2 - Reparem como, em 1976, raciocinavam os Enfermeiros Comunistas, aliás arredados da Direcção do Sindicato, hoje SEP, acerca das greves. É por estas e por muitas outras que o atual Ministro da Saúde, classifica as greves, que fazem de: banais, inócuas, rotineiras, como as dos transportes.
Como nunca ninguém os ensinou a jogar bridje, nem póquer, não sabem esconder o jogo. O resultado está à vista: perde sempre a Enfermagem.
Se, no mínimo, soubessem os contornos do conceito da proporcionalidade, sabiam que o do "sol na eira e chuva no nabal" não se adequa a greves, muito menos de Enfermeiros. 

Convém lembrar que, na diáspora dos Enfermeiros, pelo orbe terráqueo, alguns foram parar à Finlândia, levando na bagagem o livro, cuja capa se expõe, aqui.
Foi, precisamente, usando a mesma ameaça de abandono dos serviços , que usáramos em 1976, que as nossas colegas finlandesas conseguiram transformar a sua greve, num êxito, em 2011.


Com amizade,
José Azevedo






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