{Vamos estar atentos para vermos onde está a razão ou razões deste gato miar.
Temos de ir à procura dos ratos, que o gato denuncia.
Vamos saber quantos Adalbertos há ou se algum tem mais que uma cara. E se tem mais, quantas tem ao certo?
Quem se lembra, ainda do presidente da ética e da forma como foi pressionado?
Quem sabe as semelhanças que há entre a Maçonaria e a Obra de Deus (Opus Dei)?
Quem sabe o nome do Papa que expulsou a Maçonaria da Igreja e abriu a Porta à Opus Dei?
Qual o fim de juntar estas organizações e culpá-las a ambas num aparente jogo de espelhos?
Quem encomendou o trabalho dito de investigação a dita investigadora que até usou um método científico!...
Mas haverá investigação sem esse método?
Sabendo-se que a SAÚDE passou do ócio para o negócio, quem estará a promover a bastante visível estratégia da cegonha e da raposa face à localização do caçador?
Hospital de Santa Maria investigado por “cunhas” e suspeitas de corrupção
Ex-director clínico do hospital que fez denúncias de alegadas ilegalidades em Fevereiro diz que ainda não foi ouvido pela Inspecção das Actividades em Saúde nem pelo Tribunal de Contas.
O Hospital de Santa Maria (Lisboa), um dos três maiores do país, foi quarta-feira abalado pela divulgação de um estudo que conclui que esta unidade onde trabalham quase sete mil pessoas estará sob a influência de “uma teia de lealdades a partidos políticos, a lojas maçónicas e a organizações católicas” e onde serão comuns actos de pequena corrupção, como "trocas de favores".
A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) abriu um processo de averiguações e a organização católica Opus Dei apressou-se a desmentir tal conclusão, sublinhando que não foi sequer contactada pelos investigadores. O Centro Hospitalar de Lisboa Norte (a que pertence o Hospital de Santa Maria) recusou-se a comentar “um estudo que desconhece”.
A averiguação da IGAS vai ser integrada numa investigação que a inspecção já tem em curso e que foi aberta a pedido do ministro da Saúde, na sequência de denúncias de alegadas ilegalidades feitas pelo anterior director clínico do hospital, Miguel Oliveira e Silva. “Não estou surpreendido com as conclusões deste estudo”, diz ao PÚBLICO o médico que em 13 de Fevereiro abandonou o cargo, depois de ter denunciado, junto do Conselho de Administração do hospital, que havia material para doenças cardiovasculares, como próteses, e material ortopédico que estaria a ser adquirido “sem caderno de encargos”.
Miguel Oliveira e Silva afirma que, além disso, entregou em mãos à IGAS e ao Tribunal de Contas um dossier sobre “as obras da consulta de cardiologia que deveriam ter acabado em Agosto” e se foram prolongando no tempo, ultrapassando em muito o orçamento inicial. “Até hoje, porém, ainda ninguém me ouviu”, lamenta o médico, que foi presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e permaneceu poucos meses no cargo de director clínico.
Oliveira e Silva recorda ainda que foram os directores de vários serviços, nomeadamente de cirurgia vascular e cardiotorácica, que pediram a realização de um inquérito à administração do hospital por causa do material que estaria a ser comprado sem caderno de encargos. “A informação do departamento de compras foi a de que não havia caderno de encargos e até hoje não foi desmentida”, sublinha.
As conclusões do estudo que esta quinta-feira vai ser apresentado em Lisboa são de natureza diversa. O Hospital de Santa Maria é uma das seis instituições avaliadas no estudo “Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal” que é patrocinado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. As outras organizações são a EDP, os CTT, a Euronext Lisboa (Bolsa de Valores), a Autoridade Tributária e a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) e a classificação foi efectuada considerando factores internos (grau de meritocracia, imunidade à corrupção e “ilhas de poder”) e externos (proactividade, abertura tecnológica e aliados).
Foi justamente nas três primeiros que o Santa Maria recebeu nota negativa. Os investigadores (da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade de Princeton) frisam no relatório que a situação mais “problemática” que encontraram foi a deste hospital, onde a “meritocracia” estará mais “comprometida” por uma combinação de factores.
Na parte referente ao Santa Maria - e que é da responsabilidade da socióloga Sónia Pires - afirma-se que neste hospital são “prática comum” actos de pequena corrupção como a “troca de favores”. Exemplos? Fazer “passar à frente nas listas de espera amigos e familiares” ou um médico "canalizar doentes que têm que fazer análises para laboratórios privados dos quais é sócio”. São afirmações atribuídas a dirigentes e funcionários do hospital que responderam a um inquérito e foram entrevistados entre 2012 e 2013 . No total foram 29 os que quiseram dar o seu testemunho. A taxa de resposta aos mais de 200 inquéritos foi de 17%, pelo que as conclusões deverão ser lidas com cautela. O facto é que nenhum dos inquiridos disse acreditar na ausência de corrupção no hospital, segundo os investigadores.
A imagem do hospital sai assim muito chamuscada no retrato traçado nesta análise, em que se afirma que os interesses públicos e e privados de "grupos poderosos", nomeadamente na classe médica e nas direcções de serviços, chegam a condicionar o funcionamento da unidade. À TSF, Sónia Pires sublinhou, porém, que se passa no Santa Maria não é um caso isolado e deverá verificar-se também noutros hospitais do país.
Além disso, os investigadores sublinham que a situação era pior há uma década, quando “estava fora de controlo”. Não havia, por exemplo, “registos de utilização do equipamento” e verificavam-se “roubos regulares, por parte de médicos e de outro pessoal, que se serviam a seu bel-prazer dos armazéns do hospital para fornecer as suas clínicas privadas".
Interesses e corrupção minam Hospital de Santa Maria, diz estudo
Um estudo revelou que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está envolto numa teia de interesses e de lealdades a partidos políticos, à maçonaria e a organizações católicas.
O Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por uma teia de interesses e lealdades a partidos políticos, à maçonaria eorganizações católicas, conclui um estudo que avaliou a qualidade e funcionamento de seis instituições nacionais. A análise ao Hospital de Santa Maria (HSM), a cargo de Sónia Pires, salienta que, “apesar das melhorias registadas a partir de 2005″, a unidade hospitalar “continua atravessada por fortes conflitos de interesse e atos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção“.
“A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersetam a esfera do HSM”, refere o estudo “Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que vai ser apresentado na quinta-feira. A investigadora, que se baseou em questionários e entrevistas recolhidos entre 2012 e 2013, traça um retrato negro da instituição onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de “grupos poderosos“, nomeadamente na classe médica e na direção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico.
O diagnóstico era ainda pior há dez anos: “a situação estava fora de controlo, não havendo registos de utilização do equipamento e verificando-se roubos regulares, por parte de médicos e de outro pessoal, que se serviam a seu bel-prazer dos armazéns do hospital parafornecer as suas clínicas privadas“. O fecho do hospital chegou a ser ponderado e foi necessária “a intervenção enérgica” do ministro da Saúde, que nomeou um novo Conselho de Administração e um novo presidente para salvar a instituição, refere o documento, acrescentando que esse dirigente e a sua família receberam ameaças de morte e chegaram a ser acompanhados por uma escolta policial.
Sónia Pires destaca que “as condições melhoraram” entretanto, mas continuam a ser “prática comum” pequenos atos de corrupção como, por exemplo, “troca de favores, fazendo passar à frente, nas listas de espera, amigos e familiares, e o médico assistente canalizar os pacientes que têm de fazer análises para laboratórios privados dos quais é sócio”. A corrupção foi mais evidente até meados de 2000, e sofreu uma quebracom a reorganização dos serviços.
“Com efeito, a introdução da informatização dos serviços, as alterações nas chefias dos serviços de apoio (com a vinda de atores do setor privado bancário ou do setor dos seguros de saúde), a entrega de relatórios de contas por serviço, área ou departamento, ou a externalização de certos serviços (como a alimentação, a lavandaria ou obras de manutenção) fazem com que o despesismo seja mais controlado”, adianta o relatório.
O documento revela igualmente casos de absentismo de chefias médicas nos serviços de ação médica e nomeações dos diretores de serviço feitas “à revelia das normas e regulamentos”. Justifica, por outro lado, a permanência de alguns médicos no serviço público com o facto de “pertencer ao HSM ser útil para conseguir o estatuto social e simbólico próprio à profissão”, admitindo que, embora se mantenham os melhores elementos, há ausência de meritocracia, nas nomeações e na promoção.
“Os processos de nomeação não são claros e estão atravessados por outras dinâmicas como os jogos de interesse e as lutas entre professores na Faculdade de Medicina, e a presença de dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa — como a maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos (ligação mais recente, temporalmente, e com ênfase particular no Partido Comunista e no Partido Socialista)”, salienta a investigadora, baseando-se nas informações que recolheu.
Santa Maria foi a organização mais mal classificada entre as seis analisadas no estudo (Autoridade Tributária, ASAE, EDP, Bolsa de Lisboa, Hospital de Santa Maria e CTT), destacando-se essencialmente na avaliação sobre inovação e flexibilidade tecnológica. No entanto, a partir de 2011, as restrições orçamentais no Serviço Nacional de Saúde condicionaram a introdução de maior flexibilidade tecnológica e inovação nos serviços, notou Sónia Pires.
O estudo envolveu vários investigadores e foi coordenado pela professora da Universidade Nova de Lisboa Margarida Marques e pelo professor da Universidade de Princeton Alejandro Portes.
<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>>>>>>>
O Hospital de Santa Maria é uma instituição “órfã” e suborçamentada
O Hospital de Santa Maria foi “abandonado à sua sorte” e estásuborçamentado para fazer face aos elevados custos que tem com os seus utentes, devido ao seu estatuto de hospital de fim de linha, refere também Sónia Pires.
Segundo a investigadora, as relações entre o Hospital de Santa Maria e os seus aliados naturais, o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças,deterioram-se nos últimos anos, num contexto de “sucessivos cortes orçamentais, que atingiram dezenas de milhões de euros” e passaram a ser “de confronto”.
“O Hospital de Santa Maria é, para todos os efeitos, uma instituição órfã”, diagnostica a investigadora, salientando que, “para fazer face à crise, o Conselho de Administração do Hospital foi abandonado à sua sorte, tanto pelos utentes, como pela Faculdade de Medicina, ou ainda as organizações profissionais médicas”.
Apesar das fortes restrições, o estudo destaca que o hospital procurou “manter os compromissos com os utentes, durante o período de governação interna de 2010-2012”, com o atendimento indiscriminado de utentes e a dispensa de medicamentos e tratamentos caros.
“É opinião unânime que o HSM é suborçamentado pelos custos elevados em medicação e que o seu estatuto de hospital de fim de linha deve ser considerado pela tutela para rever os pagamentos feitos em sede de contrato-programa”, sublinha Sónia Pires.
Por outro lado, apesar da perceção negativa do HSM e dos hospitais públicos, em geral, na opinião pública portuguesa devido às longas de listas de espera para consultas e cirurgias, a investigadora valoriza “o trabalho árduo” em contexto de crispação económica grave, “nomeadamente no que diz respeito ao atendimento de todos os utentes (vindos do setor privado e do setor público, da região de referência ou fora dela, e dos PALOP) e no facto de contemplar os melhores cuidados possíveis” aos utentes.
O HSM assume “um papel fundamental” perante os doentes do setor privado, salientaram vários responsáveis ouvidos para este trabalho, já que os seguros de saúde só permitem tratamentos até um determinado nível de complexidade devido aos tetos de reembolso preestabelecidos, levando muitos utentes com doenças complexas a recorrer aos serviços públicos.
O HSM foi escolhido como estudo de caso para avaliar, de forma indireta o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as respetivas políticas governamentais.
<<<<<<<<<<<///>>>>>>>>>
Dados que apontam corrupção no Santa Maria assentam em metodologia científica, diz investigadora
A investigadora da Universidade de Lisboa responsável pelo relatório sobre qualidade e funcionamento do Hospital de Santa Maria afirmou hoje que os dados recolhidos que apontam para corrupção naquela instituição foram "cuidadosamente analisados, com base numa metodologia científica".
Sónia Pires, que avaliou a qualidade e funcionamento daquele Hospital, no âmbito do estudo "Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, afirmou que "o estudo fundamenta-se em dados que foram recolhidos e, portanto, o material empírico foi feito com uma base científica".
A investigadora reagia às declarações hoje feitas à Lusa pelo presidente do Hospital Santa Maria, que admitiu processar os autores do estudo encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, cuja análise apresenta esta unidade de saúde como estando minada pela corrupção.
"Os dados foram cuidadosamente analisados, foram feitos com base numa metodologia científica, pelo que estou particularmente surpreendida com esta reação", disse a investigadora.
De acordo com as conclusões do estudo, hoje apresentado em Lisboa, o Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por uma teia de interesses e lealdades a partidos políticos, à maçonaria e organizações católicas.
Segundo a análise de Sónia Pires, "apesar das melhorias registadas a partir de 2005", a unidade hospitalar "continua atravessada por fortes conflitos de interesse e atos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção".
"A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersetam a esfera do HSM", refere o estudo.
Na quarta-feira, a organização Opus Dei desmentiu "categórica e integralmente" as afirmações que constam do estudo de que nos processos de nomeação dentro do Hospital de Santa Maria interferem "dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa --- como (...) a Opus Dei".
A investigadora, que se baseou em questionários e entrevistas recolhidos entre 2012 e 2013, traça um retrato negro da instituição onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de "grupos poderosos", nomeadamente na classe médica e na direção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico.
"Aquilo que o ensaio escreve [...] e os dados indicam que houve um processo durante largos anos de um fenómeno de corrupção em larga escala, mas isso, e eu quero frisar, que tudo o que está avançado foi feito com base em dados que foram recolhidos junto de agentes internos ao Hospital, bem como agentes externos do Hospital", fundamentou Sónia Pires.
<<<<<<<|||||>>>>>>>
Estudo revela que interesses e corrupção minam Hospital de Santa Maria
O estudo sobre o HSM incide sobre dados recolhidos entre 2012 e 2013.
O Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por uma teia de interesses e lealdades a partidos políticos, à Maçonaria e à Opus Dei, conclui um estudo que avaliou a qualidade e funcionamento de seis instituições nacionais.
A análise ao Hospital de Santa Maria (HSM), a cargo de Sónia Pires, salienta que, "apesar das melhorias registadas a partir de 2005", a unidade hospitalar "continua atravessada por fortes conflitos de interesse e actos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção".
"A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersectam a esfera do HSM", refere o estudoValores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que vai ser apresentado na quinta-feira.
A investigadora, que se baseou em questionários e entrevistas recolhidos entre 2012 e 2013, traça um retrato negro da instituição onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de "grupos poderosos", nomeadamente na classe médica e na direcção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico. À TSF a autora refere que o que se passa no HSM não é um caso isolado e deverá passar-se também noutros hospitais do país.
O diagnóstico era ainda pior há dez anos: "A situação estava fora de controlo, não havendo registos de utilização do equipamento e verificando-se roubos regulares, por parte de médicos e de outro pessoal, que se serviam a seu bel-prazer dos armazéns do hospital para fornecer as suas clínicas privadas."
O fecho do hospital chegou a ser ponderado e foi necessária "a intervenção enérgica" do ministro da Saúde, que nomeou um novo conselho de administração e um novo presidente para salvar a instituição, refere o documento, acrescentando que esse dirigente e a sua família receberam ameaças de morte e chegaram a ser acompanhados por uma escolta policial.
Sónia Pires destaca que "as condições melhoraram" entretanto, mas continuam a ser "prática comum" pequenos actos de corrupção, como, por exemplo, "troca de favores, fazendo passar à frente, nas listas de espera, amigos e familiares, e o médico assistente canalizar os pacientes que têm de fazer análises para laboratórios privados dos quais é sócio".
A corrupção foi mais evidente até meados de 2000 e sofreu uma quebra com a reorganização dos serviços. "Com efeito, a introdução da informatização dos serviços, as alterações nas chefias dos serviços de apoio (com a vinda de actores do sector privado bancário ou do sector dos seguros de saúde), a entrega de relatórios de contas por serviço, área ou departamento, ou a externalização de certos serviços (como a alimentação, a lavandaria ou obras de manutenção) fazem com que o despesismo seja mais controlado", adianta o relatório.
O documento revela igualmente casos de absentismo de chefias médicas nos serviços de acção médica e nomeações dos directores de serviço feitas "à revelia das normas e regulamentos".
Justifica, por outro lado, a permanência de alguns médicos no serviço público com o facto de "pertencer ao HSM ser útil para conseguir o estatuto social e simbólico próprio à profissão", admitindo que, embora se mantenham os melhores elementos, há ausência de meritocracia, nas nomeações e na promoção.
"Os processos de nomeação não são claros e estão atravessados por outras dinâmicas, como os jogos de interesse e as lutas entre professores na Faculdade de Medicina, e a presença de dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa – como a Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos (ligação mais recente, temporalmente, e com ênfase particular no PCP e no PS)", salienta a investigadora, baseando-se nas informações que recolheu.
Uma instituição "órfã" e suborçamentada
O Hospital de Santa Maria foi "abandonado à sua sorte" e está suborçamentado para fazer face aos elevados custos que tem com os seus utentes, devido ao seu estatuto de hospital de fim de linha.
O Hospital de Santa Maria foi "abandonado à sua sorte" e está suborçamentado para fazer face aos elevados custos que tem com os seus utentes, devido ao seu estatuto de hospital de fim de linha.
Segundo Sónia Pires, as relações entre o Hospital de Santa Maria e os seus aliados naturais, o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças, deterioram-se nos últimos anos, num contexto de "sucessivos cortes orçamentais, que atingiram dezenas de milhões de euros" e passaram a ser "de confronto".
<<<<<<<<<<||||||>>>>>>>>
Estudo retrata Hospital de Santa Maria minado por interesses e corrupção
Pedro A. Pina, RTP
O maior hospital do país está minado por uma teia de interesse e lealdades a partidos políticos, à maçonaria e organizações católicas, conclui um estudo da investigadora Sónia Pires, encomendando pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
“Apesar das melhorias registadas a partir de 2005, a unidade hospitalar continua atravessada por fortes conflitos de interesses e atos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção”, refere o estudo Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugalque vai ser apresentado quinta-feira.
Segundo o estudo, citado pela agência Lusa, “a Maçonaria, a Opus Dei e a ligação aos partidos políticos ainda são três realidades que intersetam a esfera do Hospital de Santa Maria”.
O site da RTP tentou obter uma reação do Hospital de Santa Maria a este relatório. José Pinto da Costa, assessor do Conselho de Administração, afirmou apenas “que o hospital não se pronuncia, porque não conhece o estudo, que só vai ser apresentado quinta-feira”.
A investigadora Sónia Pires, que realizou o estudo com base em questionários e entrevistas recolhidas entre 2012 e 2013, traça um retrato negro do maior hospital do país, “onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de grupos poderosos, nomeadamente na classe médica e na direção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico”.
No entanto, “o diagnóstico era pior há dez anos, quando a situação estava fora de controlo não existindo registos de utilização do equipamento e verificando-se roubos regulares, por parte de médicos e de outro pessoal, que se serviam a seu bel-prazer dos armazéns do hospital para fornecer as suas clínicas privadas”.
“As condições melhoraram, entretanto, mas continua a ser prática comum pequeno atos de de corrupção como, por exemplo, troca de favores, fazendo passar à frente nas listas de espera, amigos e familiares, e o médico assistente canalizar os pacientes que têm de fazer análises para laboratórios privados dos quais é sócio”, destaca Sónia Pires.
O encerramento do Hospital de Santa Maria chegou a ser ponderado e foi necessária a “intervenção energética do ministro da Saúde, que nomeou em novo Conselho de Administração e um novo presidente para salvar a instituição”, relata o estudo, que acrescenta “que esse dirigente e a sua família receberam ameaças de morte e chegaram a ser acompanhados por escolta policial”.
Corrupção mais evidente até 2000
O relatório considera que a “corrupção foi mais evidente até meados de 2000”, tendo sofrido “uma quebra com a reorganização dos serviços”.
“Com efeito, a introdução da informatização do serviço, as alterações nas chefias dos serviços de apoio (com a vinda de atores do setor privado bancário ou do setor dos seguros de saúde), a entrega de relatórios de contas por serviço, área ou departamento, ou a externalização de certos serviços (como a alimentação, a lavandaria ou obras de manutenção) fazem com que o despesismo seja mais controlado”, sublinha o documento.
A partir de 2011 “as restrições orçamentais no Serviço Nacional de Saúde condicionaram a introdução de maior flexibilidade tecnológica e inovação nos serviços”, frisou a investigadora.
O relatório divulga igualmente “casos de absentismo de chefias médicas nos serviços deO documento justifica a permanência de alguns médicos no serviço público com “o facto de pertencer ao Hospital de Santa Maria ser útil para conseguir o estatuto social e simbólico próprio da profissão”.ação médica e nomeações dos diretores de serviços feitas à revelia das normas e regulamentos”.
“Os processos de nomeação não são claros e estão atravessados por outras dinâmicas como os jogos de interesse e as lutas entre professores da Faculdade de Medicina, e a presença de dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa – como a Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos (ligação mais recente, temporalmente, e com ênfase particular no Partido Comunista e no Partido Socialista) ”, sublinha Sónia Pires, com base nas informações recolhidas.Instituição “órfã”
O estudo Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal revela ainda que o Hospital de Santa Maria “foi abandonado à sua sorte e está suborçamentado para fazer face aos elevados custos que tem com os seus utentes, devido ao seu estatuto de hospital de fim de linha”.
“O Hospital de Santa Maria é para todos os efeitos uma instituição órfã para fazer face à crise, o Conselho de Administração do hospital foi abandonado à sua sorte, tanto pelos utentes, como pela Faculdade de Medicina, ou ainda as organizações profissionais médicas”, salienta a investigadora. “É opinião unânime que o Hospital de Santa Maria é suborçamentado pelos custos de medicação e que o seu estatuto de hospital de fim de linha dever ser considerada pela tutela para rever os pagamentos feitos em sede de contrato-programa”, acentua-se no estudo.
Para Sónia Pires, “as relações entre o Hospital de Santa Maria e os seus aliados, o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças, deterioram-se nos últimos anos, num contexto de sucessivos cortes orçamentais, que atingiram dezenas de milhares de euros, e passaram a ser relações de confronto”.
No entanto - e apesar das fortes restrições -, “o hospital procurou manter os compromissos com os utentes, durante o período de governação interna de 2012-2012, com o atendimento indiscriminado de utentes e a dispensa de medicamentos e tratamentos caros”.
Apesar da perceção negativa do Hospital de Santa Maria e dos hospitais públicos, em geral, na opinião pública devido às longas listas de espera para consultas e cirurgias, Sónia Pires destaca “o trabalho árduo, em contexto de crispação económica grave, nomeadamente no que diz respeito ao atendimento de todos os utentes (vindos do setor privado, do setor público, da região de referência ou fora dela, e dos PALOP) e no facto de contemplar os melhores cuidados possíveis a todos os utentes”.
Vários responsáveis ouvidos pela investigadora salientaram que “o Hospital de Santa Maria assume um papel fundamental perante os doentes do setor privado, já que os seguros de saúde só permitem tratamentos até um determinado nível de complexidade devido aos tetos de reembolso preestabelecidos, levando muitos utentes com doenças complexas a recorrer aos serviços públicos”.
Opus Dei desmente envolvimentos
Num comunicado enviado às redações a Opus Dei desmente categórica e integralmente o conteúdo de tal afirmação e revela que a investigadora Sónia Pires a contactou para o seu trabalho.
Sendo uma afirmação que põe em causa a natureza e a finalidade desta instituição da Igreja Católica, pedimos publicamente à Senhora Dra. Sónia Pires que, caso tenha proferido as palavras que lhe são atribuídas, retire a afirmação
Se a afirmação, apesar de lhe ser atribuída, tiver sido dita, afinal, por alguma pessoa envolvida no estudo, desejamos que as autoridades competentes realizem uma investigação sobre as suspeitas levantadas.
Em qualquer caso, a prelatura do Opus Dei está e estará sempre disponível para colaborar com as autoridades.
Estudo analisou seis instituições
O estudo, que envolveu vários investigadores e foi coordenado pela professora da Universidade de Lisboa Margarida Marques e pelo professor da Universidade de Princeton Alejandro Portes, analisou o funcionamento e qualidade de seis instituições públicas e privadas. Baseou-se em dados recolhidos ao longo de um ano (entre 2012 e 2013).
Além do Hospital de Santa Maria, que foi a organização mais mal classificada no conjunto de seis, o estudo analisou ainda a Autoridade Tributária e Aduaneira, a ASAE, EDP, Bolsa de Lisboa e CTT, destacando-se essencialmente na avaliação sobre inovação e flexibilidade tecnológica.
O Hospital de Santa Maria foi escolhido como estudo para avaliar, de forma indireta, o Serviço Nacional de Saúde e as respetivas políticas governamentais.
Segundo o estudo, citado pela agência Lusa, “a Maçonaria, a Opus Dei e a ligação aos partidos políticos ainda são três realidades que intersetam a esfera do Hospital de Santa Maria”.
O site da RTP tentou obter uma reação do Hospital de Santa Maria a este relatório. José Pinto da Costa, assessor do Conselho de Administração, afirmou apenas “que o hospital não se pronuncia, porque não conhece o estudo, que só vai ser apresentado quinta-feira”.
A investigadora Sónia Pires, que realizou o estudo com base em questionários e entrevistas recolhidas entre 2012 e 2013, traça um retrato negro do maior hospital do país, “onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de grupos poderosos, nomeadamente na classe médica e na direção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico”.
No entanto, “o diagnóstico era pior há dez anos, quando a situação estava fora de controlo não existindo registos de utilização do equipamento e verificando-se roubos regulares, por parte de médicos e de outro pessoal, que se serviam a seu bel-prazer dos armazéns do hospital para fornecer as suas clínicas privadas”.
“As condições melhoraram, entretanto, mas continua a ser prática comum pequeno atos de de corrupção como, por exemplo, troca de favores, fazendo passar à frente nas listas de espera, amigos e familiares, e o médico assistente canalizar os pacientes que têm de fazer análises para laboratórios privados dos quais é sócio”, destaca Sónia Pires.
O encerramento do Hospital de Santa Maria chegou a ser ponderado e foi necessária a “intervenção energética do ministro da Saúde, que nomeou em novo Conselho de Administração e um novo presidente para salvar a instituição”, relata o estudo, que acrescenta “que esse dirigente e a sua família receberam ameaças de morte e chegaram a ser acompanhados por escolta policial”.
Corrupção mais evidente até 2000
O relatório considera que a “corrupção foi mais evidente até meados de 2000”, tendo sofrido “uma quebra com a reorganização dos serviços”.
“Com efeito, a introdução da informatização do serviço, as alterações nas chefias dos serviços de apoio (com a vinda de atores do setor privado bancário ou do setor dos seguros de saúde), a entrega de relatórios de contas por serviço, área ou departamento, ou a externalização de certos serviços (como a alimentação, a lavandaria ou obras de manutenção) fazem com que o despesismo seja mais controlado”, sublinha o documento.
A partir de 2011 “as restrições orçamentais no Serviço Nacional de Saúde condicionaram a introdução de maior flexibilidade tecnológica e inovação nos serviços”, frisou a investigadora.
O relatório divulga igualmente “casos de absentismo de chefias médicas nos serviços deO documento justifica a permanência de alguns médicos no serviço público com “o facto de pertencer ao Hospital de Santa Maria ser útil para conseguir o estatuto social e simbólico próprio da profissão”.ação médica e nomeações dos diretores de serviços feitas à revelia das normas e regulamentos”.
“Os processos de nomeação não são claros e estão atravessados por outras dinâmicas como os jogos de interesse e as lutas entre professores da Faculdade de Medicina, e a presença de dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa – como a Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos (ligação mais recente, temporalmente, e com ênfase particular no Partido Comunista e no Partido Socialista) ”, sublinha Sónia Pires, com base nas informações recolhidas.Instituição “órfã”
O estudo Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal revela ainda que o Hospital de Santa Maria “foi abandonado à sua sorte e está suborçamentado para fazer face aos elevados custos que tem com os seus utentes, devido ao seu estatuto de hospital de fim de linha”.
“O Hospital de Santa Maria é para todos os efeitos uma instituição órfã para fazer face à crise, o Conselho de Administração do hospital foi abandonado à sua sorte, tanto pelos utentes, como pela Faculdade de Medicina, ou ainda as organizações profissionais médicas”, salienta a investigadora. “É opinião unânime que o Hospital de Santa Maria é suborçamentado pelos custos de medicação e que o seu estatuto de hospital de fim de linha dever ser considerada pela tutela para rever os pagamentos feitos em sede de contrato-programa”, acentua-se no estudo.
Para Sónia Pires, “as relações entre o Hospital de Santa Maria e os seus aliados, o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças, deterioram-se nos últimos anos, num contexto de sucessivos cortes orçamentais, que atingiram dezenas de milhares de euros, e passaram a ser relações de confronto”.
No entanto - e apesar das fortes restrições -, “o hospital procurou manter os compromissos com os utentes, durante o período de governação interna de 2012-2012, com o atendimento indiscriminado de utentes e a dispensa de medicamentos e tratamentos caros”.
Apesar da perceção negativa do Hospital de Santa Maria e dos hospitais públicos, em geral, na opinião pública devido às longas listas de espera para consultas e cirurgias, Sónia Pires destaca “o trabalho árduo, em contexto de crispação económica grave, nomeadamente no que diz respeito ao atendimento de todos os utentes (vindos do setor privado, do setor público, da região de referência ou fora dela, e dos PALOP) e no facto de contemplar os melhores cuidados possíveis a todos os utentes”.
Vários responsáveis ouvidos pela investigadora salientaram que “o Hospital de Santa Maria assume um papel fundamental perante os doentes do setor privado, já que os seguros de saúde só permitem tratamentos até um determinado nível de complexidade devido aos tetos de reembolso preestabelecidos, levando muitos utentes com doenças complexas a recorrer aos serviços públicos”.
Opus Dei desmente envolvimentos
Num comunicado enviado às redações a Opus Dei desmente categórica e integralmente o conteúdo de tal afirmação e revela que a investigadora Sónia Pires a contactou para o seu trabalho.
Sendo uma afirmação que põe em causa a natureza e a finalidade desta instituição da Igreja Católica, pedimos publicamente à Senhora Dra. Sónia Pires que, caso tenha proferido as palavras que lhe são atribuídas, retire a afirmação
Se a afirmação, apesar de lhe ser atribuída, tiver sido dita, afinal, por alguma pessoa envolvida no estudo, desejamos que as autoridades competentes realizem uma investigação sobre as suspeitas levantadas.
Em qualquer caso, a prelatura do Opus Dei está e estará sempre disponível para colaborar com as autoridades.
Estudo analisou seis instituições
O estudo, que envolveu vários investigadores e foi coordenado pela professora da Universidade de Lisboa Margarida Marques e pelo professor da Universidade de Princeton Alejandro Portes, analisou o funcionamento e qualidade de seis instituições públicas e privadas. Baseou-se em dados recolhidos ao longo de um ano (entre 2012 e 2013).
Além do Hospital de Santa Maria, que foi a organização mais mal classificada no conjunto de seis, o estudo analisou ainda a Autoridade Tributária e Aduaneira, a ASAE, EDP, Bolsa de Lisboa e CTT, destacando-se essencialmente na avaliação sobre inovação e flexibilidade tecnológica.
O Hospital de Santa Maria foi escolhido como estudo para avaliar, de forma indireta, o Serviço Nacional de Saúde e as respetivas políticas governamentais.
<<<<<<<||||||>>>>>>>
Sociedade
Santa Maria admite processar autores do estudo que denuncia corrupção no hospital
O presidente do Hospital Santa Maria, em Lisboa, admitiu hoje processar os autores do estudo encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, cuja a análise apresenta esta unidade de saúde como estando minada pela corrupção.
"O que está em causa é toda uma instituição que é património de SNS e dos portugueses. Uma instituição como o [Hospital] Santa Maria não pode ser tratada desta forma, nem se pode reescrever a história", disse Carlos Martins, em entrevista à agência Lusa.
Segundo o administrador, o hospital vai enviar o estudo para "as entidades que têm competência inspetiva e de auditoria externas" e para o escritório de advogados da instituição para que verifiquem de que forma é que podem "valer o bom nome da instituição".
Questionado sobre a intenção de processar a Fundação Francisco Manuel dos Santos, Carlos Martins foi perentório: "Não descarto nenhuma hipótese, nenhuma em absoluto".
Segundo o estudo "Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal", encomendado pela fundação, o Hospital de Santa Maria está minado por uma teia de interesses e lealdades a partidos políticos, à maçonaria e organizações católicas.
"A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersetam a esfera do Hospital de Santa Maria", refere o estudo.
Carlos Martins, que desde 2013 dirige o conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), de que fazem parte o Santa Maria e o Pulido Valente, recebeu as notícias sobre o estudo com "surpresa e indignação".
"Surpresa porque, de acordo com o compromisso assumido pela equipa de investigadoras com esta instituição, o estudo tinha um âmbito académico, um grau elevado de confidencialidade, seguia as boas práticas científicas e seria do conhecimento do conselho de administração o seu relatório preliminar", disse à Lusa.
A indignação do administrador deveu-se ao facto de, em termos de rigor científico e em relação ao compromisso entre a equipa de investigadores e a instituição, "nada disso foi cumprido".
"Mais lamentável é que se coloque em causa, perante um país, uma instituição com 60 anos de serviço público", afirmou.
Para Carlos Martins, este estudo "lança sobre toda a instituição uma imagem de más práticas de gestão, de interesses organizados, de captura, de orfandade, de abandono pelos acionistas da instituição", o que "é de uma irresponsabilidade tremenda".
"Quem diz que a instituição está órfã e está capturada tem de provar", sublinhou.
O administrador reconhece que se vive hoje "um momento politicamente mais quente que o normal: estamos em ano de eleições legislativas".
"Sei que, internamente, também é um momento com uma temperatura mais elevada, já que há eleições para a faculdade [de Medicina] -- também visada no estudo -- e o conselho de administração termina o seu mandato no final do ano".
"Não acredito que há bruxas, mas começam a existir circunstâncias demasiado estranhas", desabafou.
O estudo envolveu vários investigadores e foi coordenado pela professora da Universidade Nova de Lisboa Margarida Marques e pelo professor da Universidade de Princeton Alejandro Portes.
Entretanto, um comunicado, a Reitoria da Universidade Nova de Lisboa veio esclarecer que o estudo em causa "é da exclusiva responsabilidade dos investigadores envolvidos e não reflete a posição institucional desta universidade".
Também a organização Opus Dei desmentiu "categórica e integralmente" as afirmações que constam do estudo de que nos processos de nomeação dentro do Hospital de Santa Maria interferem "dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa --- como (...) a Opus Dei".
Lusa/SOL
<<<<<<||||>>>>>>
Dados que apontam corrupção no Santa Maria assentam em metodologia científica - Investigadora
A investigadora da Universidade de Lisboa responsável pelo relatório sobre qualidade e funcionamento do Hospital de Santa Maria afirmou hoje que os dados recolhidos que apontam para corrupção naquela instituição foram «cuidadosamente analisados, com base numa metodologia científica».
Sónia Pires, que avaliou a qualidade e funcionamento daquele Hospital, no âmbito do estudo "Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, afirmou que "o estudo fundamenta-se em dados que foram recolhidos e, portanto, o material empírico foi feito com uma base científica".
A investigadora reagia às declarações hoje feitas à Lusa pelo presidente do Hospital Santa Maria, que admitiu processar os autores do estudo encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, cuja análise apresenta esta unidade de saúde como estando minada pela corrupção.
"Os dados foram cuidadosamente analisados, foram feitos com base numa metodologia científica, pelo que estou particularmente surpreendida com esta reação", disse a investigadora.
De acordo com as conclusões do estudo, hoje apresentado em Lisboa, o Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por uma teia de interesses e lealdades a partidos políticos, à maçonaria e organizações católicas.
Segundo a análise de Sónia Pires, "apesar das melhorias registadas a partir de 2005", a unidade hospitalar "continua atravessada por fortes conflitos de interesse e atos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção".
"A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersetam a esfera do HSM", refere o estudo.
Na quarta-feira, a organização Opus Dei desmentiu "categórica e integralmente" as afirmações que constam do estudo de que nos processos de nomeação dentro do Hospital de Santa Maria interferem "dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa --- como (...) a Opus Dei".
A investigadora, que se baseou em questionários e entrevistas recolhidos entre 2012 e 2013, traça um retrato negro da instituição onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de "grupos poderosos", nomeadamente na classe médica e na direção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico.
"Aquilo que o ensaio escreve [...] e os dados indicam que houve um processo durante largos anos de um fenómeno de corrupção em larga escala, mas isso, e eu quero frisar, que tudo o que está avançado foi feito com base em dados que foram recolhidos junto de agentes internos ao Hospital, bem como agentes externos do Hospital", fundamentou Sónia Pires.
Diário Digital com Lusa
Leia outras relacionadas:
<<<<<<|||||>>>>>>
Investigador Corrupção no Santa Maria? "Dados foram cuidadosamente analisados"
A investigadora da Universidade de Lisboa responsável pelo relatório sobre qualidade e funcionamento do Hospital de Santa Maria afirmou hoje que os dados recolhidos que apontam para corrupção naquela instituição foram "cuidadosamente analisados, com base numa metodologia científica".
PAÍS
Lusa
Sónia Pires, que avaliou a qualidade e funcionamento daquele Hospital, no âmbito do estudo "Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, afirmou que "o estudo fundamenta-se em dados que foram recolhidos e, portanto, o material empírico foi feito com uma base científica".
A investigadora reagia às declarações hoje feitas à Lusa pelo presidente do Hospital Santa Maria, que admitiu processar os autores do estudo encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, cuja análise apresenta esta unidade de saúde como estando minada pela corrupção.
"Os dados foram cuidadosamente analisados, foram feitos com base numa metodologia científica, pelo que estou particularmente surpreendida com esta reação", disse a investigadora.
De acordo com as conclusões do estudo, hoje apresentado em Lisboa, o Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por uma teia de interesses e lealdades a partidos políticos, à maçonaria e organizações católicas.
Segundo a análise de Sónia Pires, "apesar das melhorias registadas a partir de 2005", a unidade hospitalar "continua atravessada por fortes conflitos de interesse e atos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção".
"A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersetam a esfera do HSM", refere o estudo.
Na quarta-feira, a organização Opus Dei desmentiu "categórica e integralmente" as afirmações que constam do estudo de que nos processos de nomeação dentro do Hospital de Santa Maria interferem "dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa --- como (...) a Opus Dei".
A investigadora, que se baseou em questionários e entrevistas recolhidos entre 2012 e 2013, traça um retrato negro da instituição onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de "grupos poderosos", nomeadamente na classe médica e na direção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico.
PUB
"Os dados foram cuidadosamente analisados, foram feitos com base numa metodologia científica, pelo que estou particularmente surpreendida com esta reação", disse a investigadora.
De acordo com as conclusões do estudo, hoje apresentado em Lisboa, o Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por uma teia de interesses e lealdades a partidos políticos, à maçonaria e organizações católicas.
Segundo a análise de Sónia Pires, "apesar das melhorias registadas a partir de 2005", a unidade hospitalar "continua atravessada por fortes conflitos de interesse e atos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção".
"A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersetam a esfera do HSM", refere o estudo.
Na quarta-feira, a organização Opus Dei desmentiu "categórica e integralmente" as afirmações que constam do estudo de que nos processos de nomeação dentro do Hospital de Santa Maria interferem "dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa --- como (...) a Opus Dei".
A investigadora, que se baseou em questionários e entrevistas recolhidos entre 2012 e 2013, traça um retrato negro da instituição onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de "grupos poderosos", nomeadamente na classe médica e na direção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico.
"Aquilo que o ensaio escreve [...] e os dados indicam que houve um processo durante largos anos de um fenómeno de corrupção em larga escala, mas isso, e eu quero frisar, que tudo o que está avançado foi feito com base em dados que foram recolhidos junto de agentes internos ao Hospital, bem como agentes externos do Hospital", fundamentou Sónia Pires.
<<<<<<|||||>>>>>>
<<<<<<|||||>>>>>>
Sem comentários:
Enviar um comentário