SÁBADO, JULHO 4
Pozinhos de perlimpimpim
Entrevista a Fernando Leal da Costa, secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde.
O governo tem feito nos últimos dias uma espécie de road show a prestar contas destes quatro anos de mandato. Pensando especificamente no setor da saúde e nos efeitos que a austeridade acabou por ter nessa área, como é que se pede um novo voto de confiança?
Nos próximos anos, os portugueses têm todas as razões para confiar em nós, por duas ordens de razões: em primeiro lugar, quem acredita num Serviço Nacional de Saúde (SNS) com as características que o nosso tem e for confrontado no momento do voto entre o PS e esta maioria, obviamente que compreenderá que é preferível votar na maioria. Porque o PS não só não traz nada de novo como aquilo que traz de revisitado representa um risco enorme de voltarmos às políticas que levaram o Portugal à bancarrota. O programa de saúde do PS não tem um indicador quantificado.
O programa da maioria, por seu lado, ainda não é conhecido...
O programa da maioria ainda não é conhecido, até porque tem sido elaborado com muito mais cuidado. E acima de tudo com um conhecimento de causa. Será certamente um programa muito mais concreto e muito mais exequível, não terá nada daquela conversa fiada que tem o discurso do PS. Desde a primeira hora que o PS não tem dito outra coisa que não seja que este governo iria destruir o SNS. O PS colocou-se à margem da solução dos problemas que criaram e vêm agora dizer que não foram consultados, mas a verdade é que o PS não fez outra coisa que não seja dizer mal e confrontado com o processo eleitoral continua com esse discurso catastrófico e não apresenta nada que não seja a continuação das políticas que nós fizemos. Esse é o grande problema do PS: por um lado, quer ser de esquerda, sem conseguir porque para ser de esquerda o PCP faz melhor o papel, e ao mesmo tempo quer fingir que é social-democrata sem o conseguir, porque para ser social-democrata e democrata-cristão nós somos melhores.
Numa ótica de sustentabilidade do SNS, será expectável serem aumentadas taxas sobre produtos nocivos, como o sal, o açúcar ou o tabaco?
Essas taxas têm um valor interessante do ponto de vista da modelação de comportamento, nunca de vista de geração de receita. Estou convencido de que aquilo que podemos ir tirar a mais nas taxas de produtos nocivos nunca será suficiente para compensar o que venha a ser o aumento da despesa em algumas áreas.
Qual é o saldo financeiro do SNS e qual será quando terminar o ano?
Neste momento não tenho números que me permitam responder com segurança. Sei qual é o valor de redução de dívida: cerca de 1,5 mil milhões de euros.
DN 04/07/2015
Lê-se a entrevista de Leal da Costa ao DN, relê-se a de Jorge Simões ao Público, escrutina-se, escrutina-se e é o mesmo vazio que sentimos. Afinal o SNS não está tão mal como se perceciona, é apenas uma questão de pequenos ajustamentos e de uns pozinhos de perlimpimpim no sítio certo.
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