Assim dizia
Luís de Camões:
"Esta é a ditosa pátria minha amada, à qual se o Céu
me dá que eu sem perigo
torne, com esta empresa já acabada,
acabe-se esta luz ali comigo".
Na verdade, a
Enfermagem cresceu muito e tem algumas bolsas próprias do crescimento rápido,
onde a maturação não foi suficientemente atingida. Tal como em certas feridas,
cicatrizaram em falso.
Os sinais
são evidentes para quem tem tempo e alcance para os ver.
Outras
estruturas sindicais, como qualquer remendeiro, apressam-se a colar, nos buracos
que fizeram e fazem, uns remenditos que não aguentam a nossa caminhada profissional.
Receiam os
efeitos do nosso ACT e a sua aprovação, por isso se antecipam com afirmações de
duvidosa credibilidade, inventando reuniões e remendos igualmente duvidosas.
Ao que nós
chegamos!
E para aqui chegar, andamos pouco e mal!
E para aqui chegar, andamos pouco e mal!
Se a
resposta, ao nosso projeto ACT, não vier rápida, nós sabemos o que fazer.
E os
Enfermeiros que gostam da sua profissão e pensam viver dela, vão ter o dever
ético de apoiar as nossas lutas, enquanto é tempo.
Andámos uma
década, bem medida, a chorar sobre o leite derramado, porque os jovens correram, atrás
do canto fantástico das sereias (ou Tágides que, no rio Tejo, encantaram Ulisses,
o Grego).
O resultado
está à vista de todos.
Não sabemos
se a história se repete;
Mas sabemos
que, já em 1976, fizemos uma greve, por causa da carreira e respetiva tabela
remuneratória.
No Primeiro
Ministro estava o Camarada Vasco Gonçalves.
O Sindicato
do Sul e Ilhas (dos Açores), vulgo SEP, tinha uma tabela proposta que começava
em 2500$ e terminava em 5000$. Isto era para não criar complicações ao governo
chefiado pelo general comunista, Vasco Gonçalves, como é sabido.
Os restantes
Sindicatos apoiaram a proposta de a tabela começar em 5000$ e acabar em 1000$.
Mais coisa menos coisa, foi esta a que venceu, depois da gloriosa e eficaz
greve de 1976. Foi uma grande lição para todos e sobretudo, para os Enfermeiros.
E hoje, como
é?
Basta lerem
os documentos que emergem de um e outro lado.
Se querem
fazer da Enfermagem aquilo que é e merece ser, mesmo que não gostem da nossa
cara, vão ter de nos apoiar, mesmo que tenham que engolir sapos, como dois dos três
lados do triângulo governativo (mais conhecido por geringonça
vermelha) estão a engolir.
A diferença é que o Primeiro Ministro é António Costa, mas a cantiga é semelhante e o coro também.
Será que história se repete mesmo?
A diferença é que o Primeiro Ministro é António Costa, mas a cantiga é semelhante e o coro também.
Será que história se repete mesmo?
Este é o espírito profissional que reina na FENSE, que
pratica um sindicalismo não partidário, pois as opções partidárias, quem as tem, deixa-as em
casa, quando se dirige a estes Sindicatos. Parafraseando Camões: esta é a obra
que nos comprometemos acabar e, depois de acabada, pode acabar-se a luz,
connosco.
Colegas, estai atentos ao trabalho sindical da
FENSE e não queirais repetir experiências falidas, que tanto prejudicaram a
Classe Enfermeira.« A política deve gerir o futuro e responsabilizar-se por ele. Para isso, são necessários modos de pensar que se abram ao longo prazo e que o façam racionalmente, para lá de simples projeções ou de cenários inverosímeis». (Max Weber).