Para desespero dos que tentam calar a nossa voz e acção, julgando-se donos e senhores da verdade toda (a maneira como aqui se diz e escreve incomoda-os e até metem cunhas para nos calarem), estamos a enfrentar a crise, com a prestimosa ajuda dos que resistem e têm esperança, em dias melhores.
Temos uma quota parte da responsabilidade em tornar a Enfermagem "um manjar apetecível", ao ponto de se tornar pasto de predadores pouco escrupulosos: uns comerciantes, outros politico-sindicais, outros profissionais, para só falar dos grupos mais evidentes.
Cada um destes grupos tem os seus pontas de lança, que tentam desviar-nos dos objectivos que temos de alcançar.
No tempo de Salazar, dizem os entendidos em política salazarista, que o seu (dele) desastre seria acabar com a fome e com a ilitracia. Sem estas duas condições, a sua (dele) política não se aguentaria.
Mas Salazar, que Deus haja, já lá vai, há uma geração, pelo menos. Porém, os métodos dele não eram exclusivos, na sua essência. Há quem os copie, dizendo que são o contrário daquilo que ele praticava.
A Enfermagem, profissão dos que a abraçaram, por vontade própria e não dos transitários oportunistas, subiu tanto que se tornou alvo desses e de muitos interesseiros alguns dos quais se indicam acima. E não estava preparada para esses afagos de oportunistas, que, há décadas, a exploram com base nas mesmas teses salazaristas que atacam: "se queres o povo humilde, obriga-o a passar fome".
Traduzido para Enfermagem e para a linguagem actual: [se queres os Enfermeiros a fazer a tua política, para que a tua ideologia não desapareça do mapa ideológico, destroi-lhes a carreira e reduz-lhes os salários, à expressão mais baixa, ainda que abaixo da sua licenciatura, que classificam de 2ª e de qualquer outra licenciatura, mesmo das ditas de papel e lápis; depois acusam tudo e todos de prejudicarem os Enfermeiros e, quando estes pela nossa via, se aproximam das soluções dos muitos problemas, que os minimizam, ei-los a sabotá-los, com a prestimosa ajuda dos aproveitadores directos, de que não podemos deixar de salientar o ex-SEAMS, Manuel Pizro, esse "enfermeirofago" assumido e gabarola.
Até convenceu o nosso Bastonário, que devia ser mais avisado e prudente, dada a responsabilidade do cargo e clareza cristalina, que se lhe impõe, a apoiar-lhe a candidatura, à Câmara do Porto.
Mas não está só; no mundo sindical tem aqueles que precisam de ter os Enfermeiros pobres e mal pagos e desvalorizados; e cheios de medo, para correrem atrás do som fantástico, que emitem em situação de crise: profissional e pessoal].
Convem lembrar aos que já se esqueceram; a privatização da medicina e a sua entrega aos que despontam no horizonte, começou com a destruição das carreiras de Enfermagem, pois uma das condições para arranque será Enfermeiros mal pagos e sem carreira. Por detrás estão os colaboracionistas, eventualmente, mais bem pagos, a recrutar as vítimas:Enfermeiros contra Enfermeiros
Não é por acaso que se dificulta o seu estatuto nos Hospitais e Centros de Saúde de tutela Estatal.
Mas, quando as coisas não podiam estar piores, surge ao fundo do túnel a luz que nos há-de guiar, qual Estrela do Norte a guiar os marinheiros, na longa distância e noite escura.
Em Lisboa, a nossa Delegação, começa a ser conhecida, cada vez mais; os nossos Delegados, uns mais do que outros, vão captando adesões ao SE, dos sem sindicalização, de preferência, pois não é nosso objectivo dessindicalizar os sócios de outros Sindicatos, porque defendemos a pluralidade política e, também, a pluralidade sindical, pois estivemos na 1ª linha de ataque à unicidade sindical que o PCP quis e tentou implantar, em Portugal, dado o bom sucesso que teve no assalto aos Sindicatos do tempo de Salazar, mudando-lhes o sinal de trânsito, para sinal contrário e toca a andar.
O Sindicato dos Enfermeiros - SE foi talvez o único, onde isso não aconteceu. A nossa linha de rumo manteve-se e foi essa resistência que nos permitiu crescer.
A história actual da derrocada, todos a devem conhecer, exceptuando os que, por descuido ou outros interesses, alheios à Enfermagem, fingem desconhecer as verdadeiras causas.
Temos o dever, que assumimos, de proporcionar aos Colegas de Lisboa e Sul, em geral, as alternativas que outros criaram, no Norte do país, ao alargarem o seu âmbito ao país, em 1987. foi o que fizemos sentindo a necessidade de satisfazer as exigências dos Colegas que não tinham alternativa.
E estamos a conseguir dar-lha, felizmente para a Enfermagem.
Lutar com clareza e equidistância, pela Enfermagem; é o principal objectivo desta centenária instituição sindical, o SE.
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