quarta-feira, 21 de maio de 2014

A LEI DA ROLHA - A ROLHA DA LEI






NB: Nem seria de esperar outra coisa; afinal também há Enfermeiros no SNS.
Gonelha, o Electricista, foi o 1º Ministro da Saúde, quando foi criado o Ministério da Saúde, pois até então, era chamado "Ministério dos Assuntos Sociais" e foi o 1º a usar a "lei da rolha", na área da saúde.
A propósito da lepra de Alijó, houve uma grande bronca com a "Ciência Médica", essa confusão científica. Karl Popper defende na sua "lógica do conhecimento científico: «Uma teoria para ser verdadeira tem de ter a capacidade de poder ser falsificada». Imagine-se esta lógica aplicada à ciência médica...
Três jovens com idades compreendidas entre os treze  (13) e os dezasseis (16) anos deram entrada no "Goelas de Pau" - Joaquim Urbano - (Goelas de Pau era o antigo dono, Joaquim Urbano era Médico dos que baptizam Hospitais).
O Director Médico do dito Goelas de Pau (porque usava um colarinho de madeira, porque os de plástico ainda não tinham sido inventados e tinha problemas de coluna cervical e o povo baptizou-o...) tinha puxado pelos galões da sabedoria e construía, paulatinamente, academicamente, a tese de que as 3 jovens tinham lepra.
Perante as dúvidas legítimas , surge, vinda do noticiário da RR das 8 horas, a pergunta a Racael, Enfermeira Directora: sempre se confirma o diagnóstico lepra, nas jovens de Alijó?

Racael com aquele saber da experiência moldado e com uma voz de barítono, como os daquele corro russo, que canta a célebre canção dos barqueiros do Volga, responde, meia trocista: qual lepra ou qual carapuça!
Nunca seria possível sofrerem de lepra, porque o bacilo da lepra demora, no mínimo, cerca de 20 anos a incubar e nenhuma delas tem essa idade.

E lá se foi o diagnóstico do Director, assim como a possibilidade duma historinha, às malvas.
Desautorizado, tão categórica e naturalmente, pela Enfermeira Directora, numa época em que os Enfermeiros não atribuíam o exclusivo das informações aos Doentes, e dos Doentes, mesmo de cuidados de Enfermagem, da sua exclusiva responsabilidade, a médicos, que se limitam a ler as notas de Enfermagem, Racael não gaguejou ao dizer que a "Vaca Sagrada" tinha parido um rato.
Sintomático.
Então o Director do GP exigiu de Mr. Gonelha o despacho de mandar calar os Enfermeiros, que foi levantado, por influência da contra exigência do Sindicato dos Enfermeiros - SE, a favor do direito da liberdade de informação responsável, como era o caso, incluindo os Enfermeiros que, entretanto... estão a cedê-lo inexplicavelmente.
Tempos áureos...
Quem usou mal essa capacidade Constitucional foi o Director do GP, que estava a vender gato por lebre, diagnosticando lepra, em crianças que nem sequer tinham tempo de vida para incubar o bacilo de Hansen (Hansen - Gerhard Armauer, Médico e Botânico Norueguês - de Bergen - 1841 a 1912, foi ele o descobridor do bacilo da lepra).
E a verdade é que nunca tiveram lepra, nem o "fascies leonis", que a anuncia, a quem já conviveu com leprosos, obviamente.

O Ministro está a misturar as "prendinhas" com as "bocas" e provoca algumas dificuldades para identificar a genuinidade da ética, que, no fundo, é a ciência dos bons costumes.
Ora, se por bom costume se entender falar a verdade, não é ético usar circunlóquios para dizer o que se passa no interior duma instituição, que funciona mal.
Se a lei proíbe a publicidade enganosa, ou falsa, qual a norma ética que possa legitimar a mentira; dizer que uma instituição é de 5 estrelas, quando nem cotação tem, na bolsa!?

Depois, se é norma prendar o reconhecimento de boas vendas de coisas relacionadas com a saúde doença; como ainda ontem transcrevemos, o Português Médio gasta 5,8% do total das suas despesas com a saúde, ficando os Ingleses, esses peneirentos, com uns míseros 1,6% de despesa com a saúde, ocupando o último lugar da tabela dos 23 países em análise.
Se em vez de contratarem os Enfermeiros, que Portugal rejeita, os ingleses contratassem Médicos, como está a fazer o Governo de Portugal, certamente que eles descolavam do fundo da tabela.
É uma vergonha (?) no reino de Sua Majestade Isabel II, só se gastar 1,6% da despesa total, de cada súbdito, com a saúde.
O Ministro da Saúde fez bem contratar um elefante, para ir levar a um armazém de loiça, a boa nova: se não ficar a loiça inteira, ficam os cacos.
Também nos surpreendeu, positivamente, a boa nova de incluir os Enfermeiros na obrigação de não mentir e a possibilidade de falarem.
Não imaginamos sequer os Médicos a dizerem mal duma instituição hospitalar e os Enfermeiros a branquearem a imagem dessa hospitalar, mentindo.
Já nos basta o compromisso que o SEP assumiu de manter os Enfermeiros sossegados para pagar o favor que o Ministério lhe fez ao publicar a portaria da Direcção de Enfermagem, própria para "caciques", cujos resultados, já são bem visíveis, nas exigências que estão a fazer aos Enfermeiros, com horários não pagos e ou roubados.

Com amizade 

José Azevedo

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