Há as tais chefias de conveniência e/ou circunstância, como é o caso que não conhecendo minimamente as normas de decência de quem chefia licenciados, ainda usam o modelo de quando a Enfermagem era constituída 10/1 Auxiliares de Enfermagem.
E ficaram com esse modelo na mente sem crítica nem atualização.
Como facilmente se depreende, a grandiosidade do Hospital de São João e a hierarquia estagnada, pelas mesmas razões, perpetuando aquele ditado «NÃO SIRVAS A QUEM SERVIU NEM PEÇAS A A QUEM PEDIU», permite que germinem e se mantenham décadas espécimens destes.
Compete à Ordem dos Enfermeiros punir os energumenos em cargos de responsabilidade, que conspurcam com atitudes imbecis, e não respeitam os seus colegas, infernizando-lhes a vida.
Curiosamente são dois serviços supervisados pelo mesmo supervisor, onde se estão a passar situações como a exposta.
Compete à Administração corrigir, a bem ou a mal estas faltas de condições, que estão a ser proporcionadas aos Enfermeiros.
Vamos seguir com atenção estes casos se a Ordem não lhes der o tratamento, que merecem, dar-lho-emos nós.
Com amizade,
José Azevedo
EXPOSIÇÃO À ORDEM
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AOS SIMPLES ("Velhice do Padre Eterno" de Guerra Junqueiro)
Minha mãe, minha mãe! ai que saudade imensa,
Do tempo em que ajoelhava, orando, ao pé de ti.
Caía mansa a noite; as andorinhas aos pares
Cruzavam-se voando em torno dos seus lares,
Suspensos do beiral da casa onde eu nasci.
Era hora em que já sobre o feno das eiras
Dormia quieto e manso o impávido lebreu.
Vinham-nos das montanhas as canções das ceifeiras,
Como a alma dum justo, ia em triunfo ao céu!...
E, mãos postas, ao pé do altar do teu regaço,
Vendo a lua subir, muda, alumiando o espaço,
Eu balbuciava a minha infantil oração,
Pedindo a Deus que está no azul do firmamento
Que mandasse um alívio a cada sofrimento,
Que mandasse uma estrela a cada escuridão.
Por todos eu orava e por todos pedia.
Pelos mortos no horror da terra negra e fria,
Por todas as paixões e por todas as mágoas...
Pelos míseros que entre os uivos das procelas
Vão em noite sem lua e num barco sem velas
Errantes através do turbilhão das águas.
O meu coração puro, imaculado e santo
Ia ao trono de Deus pedir, como inda vai,
Para toda a nudez um pano do seu manto,
Para toda a miséria o orvalho do seu pranto
E para todo o crime o seu perdão de Pai!...
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