domingo, 9 de julho de 2017

UM EXEMPLO DE DESRESPEITO PELAS ENFERMEIRAS

{Enfermeiros 
DN-09 JUL 2017 / 02:00 H.
Eles são licenciados, são pós-graduados, são pós-licenciados e especializados, são mestrados e são doutorados... Formação que custa milhares de euros... Sai toda do bolso de quem as quer fazer... Sai em euros e em tempo que é cada vez mais precioso... Queremos ser melhores porque sabemos que o conhecimento é uma ferramenta que podemos pôr ao serviço do outro... Não nos contentamos com a licenciatura de base e vamos seguindo o nosso caminho com pós-graduações, cursos e especializações, mestrado e alguns (cada vez mais) chegam ao doutoramento... Anos e anos a estudar e euros e euros a sair mas só mesmo a sair porque o que entra é completamente desenquadrado com o perfil técnico científico que os enfermeiros têm nos dias de hoje... Enfermeiro é o profissional dentro dos trabalhadores licenciados do estado que mais mal ganha... É o trabalhador low-cost deste Estado mas com um alto nível de diferenciação que infelizmente só é reconhecido fora do país. Este Estado decidiu desde á muito tempo eleger os enfermeiros como aqueles trabalhadores onde poderá arrecadar milhões de euros com aquilo que não paga e que não tenciona mesmo pagar... A República Portuguesa pensa que poupa euros com os enfermeiros mas na realidade não faz poupança nenhuma com eles mas sim arrecada prejuízo elevado quando ao poupar nas contratações vai gastar milhares de euros nas baixas produzidas pela sobrecarga de trabalho daqueles que trabalham em serviços com graves carências de enfermeiros... O Estado Português joga dinheiro pela janela fora quando obriga jovens enfermeiros a sair do país com um elevado nível de formação ministrado nas nossas escola e oferece-os de bandeja a países mais ricos que o nosso e que de forma inteligente aproveitam esta falta de visão dos governantes Portugueses... Sonhos que poderiam florescer no seu país e que vão florescer no país de outros. O Estado Português pensa que poupa dinheiro com os enfermeiros não pagando aos especialistas de forma diferenciada pelo trabalho específico que realizam ou iriam realizar mas na realidade não poupa... Porque esses especialistas muitas vezes não vão poder desenvolver as suas competências de especialista porque são colocados em serviços onde o que é preciso é um generalista... Quem fica prejudicado é o cidadão que precisa de cuidados especializados que estão lá mas que não chegam a quem precisa... E muitas vezes em consequência disso mais dias de internamento que representam mais diárias e mais diárias que representam mais euros gastos...Poupam mas não poupam nada quando nivelam pelo mesmo valor remuneratório enfermeiros com diferentes níveis de formação e/ou tempo de serviço... Não se pode pagar o mesmo a pessoas que têm 20 anos e outras que têm um ano... Como também não se pode pagar o mesmo aos que investiram na sua formação para prestar cuidados a um nível mais aprofundado... Não está correcto, é uma grande desonestidade para todos mas principalmente para os utilizadores dos serviços de saúde... Gato por lebre é crime... Parece que este país é gerido, comandado por uma folha de Excel onde o número é rei... As pessoas não são números, são muito mais que isso. O que as pessoas esperam de nós é que os ajudemos a recuperar, melhorar, promover e cuidar da sua saúde. Este cuidado tem de ser seguro para todos os intervenientes e ninguém pode ficar prejudicado, tanto os que são cuidados como os que prestam esse cuidado e não é estigmatizando uma classe tão próxima dos utentes com o rótulo low-cost que se vai minimizar os gastos em saúde... Há coisas que deveriam ser prioritárias na saúde como por exemplo o Planeamento Estratégico das Unidade de Saúde bem como o controlo de gastos dessas unidades de saúde... Há serviços hospitalares que gastam aos milhões sem que ninguém questione porquês... Ninguém pergunta nada acerca de gastos... Ninguém controla gastos... Ninguém tem a ousadia de fazer esta pergunta simples “porquê que o seu serviço gastou mais nestes três primeiros meses do que os resto do hospital junto”... ... Querem poupar nos enfermeiros? Não há dinheiro? Claro que há, está é mal distribuído... Não se pode é poupar em tostões com os enfermeiros para gastar aos milhões de forma descontrolada no resto...Este país precisa de gente que saiba o que está a fazer. Nós não queremos ser os trabalhadores low cost do Estado. Não devemos nada a ninguém para ter que aceitar isso. Só queremos o que é nosso. (E que anda por outras mãos, digo eu, José Azevedo)

Sidónio Faria}
NB: ALGUMAS PERGUNTAS POLITICAMENTE INCORRETAS, BEM AO JEITO DO PERGUNTADOR:
1 - SE OS MÉDICOS NÃO FOSSEM OS DONOS DO SNS TIRARIAM PARA SI 87% DA MASSA SALARIAL BRUTA OU TOTAL DO MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DEIXAVAM APENAS MÍSEROS 13% PARA TODOS OS NÃO MÉDICOS?
2 - SE NÃO FOSSEM OS MÉDICOS CONVENCIDOS QUE SÃO CAPAZES DE SABER TUDO E FAZER TUDO, SEM RECONHECEREM A IMPORTÂNCIA DA AÇÃO DOS OUTROS  INTERVENIENTES, NOS QUAIS SE INCLUEM OS ENFERMEIROS, SERIAM ESTES TÃO DESVALORIZADOS E DESPREZADOS?
3 - SE HÁ FALTA DE MÉDICOS POR QUE NÃO HÁ CANTO NEM ESQUINA SEM UM MÉDICO A OCUPÁ-LOS?
4 - POR QUE NÃO SE REVOLTAM OS ENFERMEIROS CONTRA ESTE ESTADO DE COISAS TÃO EVIDENTES A QUALQUER OBSERVADOR BANAL? 
RESPOSTA - SÓ UMA REVOLUÇÃO SERENA E CONSTANTE, CONSCIENTEMENTE E LIVREMENTE ASSUMIDA PELOS ENFERMEIROS, PODE FAZER REVERTER A SEU FAVOR ESTA POUCA VERGONHA IMPUNE, APESAR DOS ESTRAGOS QUE CAUSA NA COMUNIDADE , PORQUE LHE FALTAM CUIDADOS DE ENFERMEIRO EM QUANTIDADE E QUALIDADE  E REMUNERADOS DECENTEMENTE, RETIRANDO ONDE HÁ EXCESSO.
ESTAMOS A DAR PASSOS SIGNIFICATIVOS NESSE SENTIDO E A APANHAR MAIS NA RATOEIRA DO QUE ESPERÁVAMOS. (José Azevedo)

UM EXEMPLO DE DESRESPEITOPELAS ENFERMEIRAS


{Eu, enfermeira R M O P, cumpro funções que estão vinculadas no meu contrato: Enfermeira de Cuidados Gerais, assim como notificação prévia. Como tal, não posso prestar cuidados especializados a grávidas e parturientes, não assumindo a responsabilidade destas utentes admitidas ao serviço de urgência de obstetrícia, ao qual estou destacada, no turno da noite de dia 8/7/17. Reforço que não posso ser responsabilizada por intercorrências subjacentes a estas utentes. A base legal que sustenta a minha tomada de decisão está no documento por mim entregue ao CA desta instituição. Na mesma linha de pensamento, notifico que na referida noite foi internada pela DRª C G uma Grávida na sala de partos, as 2:42 horas, sendo que após internamento a DRª C G, colocou CTG a gravida na admissão, referindo que a gravida fica aguardar vaga na sala de partos. Ao que eu questiono a Doutora quem é que retira o CTG, ao que a Doutora responde que pode ser a colega da sala de partos, ou até a própria utente, pelo que na minha presença explica à utente como retirar o CTG, após sai do serviço e deixa a gravida monitorizada com CTG, sem acompanhamento especializado. Uma vez que sou enfermeira de cuidados gerais, e consequentemente não responsável por uma gravida com internamento na sala de partos, em monitorização na admissão, e sem ter nenhuma utente no serviço de urgência (pois a grávida já estava alocada à sala de partos), dirijo-me à sala de partos para dar conhecimento da situação à equipa de enfermagem de cuidados especializados, nomeadamente à responsável, e para saber quem assume a responsabilidade pela Grávida. Na sala de partos foi novamente chamada a DRª Cláudia Guerra, que respondeu, de forma agressiva e exaltada, que a gravida não necessitava de CTG e podia aguardar na admissão até ter vaga na sala de partos. Refere ainda que “abandonei o meu posto de trabalho para me ir sentar na sala de partos a ler uma revista”, sendo tal afirmação totalmente falsa, o que pode ser comprovado pelos profissionais que se encontravam na sala de partos, pois nunca me sentei na sala de partos a ler uma revista, simplesmente me encontrava na sala de partos a aguardar uma resposta da responsável da turno, e reforço não me encontrava a ler nenhuma revista. A Dª C G manteve um discurso agressivo, sem possibilitar a minha argumentação, alias quando o tentei fazer, calma e serenamente, ignorou-me, deixou o serviço e foi à admissão retirar o CTG. Desloquei-me para a admissão onde permaneci até a gravida dar entrada na sala de partos, apesar dos cuidados a esta utente não serem da minha responsabilidade, uma vez que já se encontrava internada na sala de partos.}

NB: Façam muitas destas pois é disto que os Enfermeiros precisam para perderem o mito do caduceu e verem as cobras como serpentes não venenosas (José Azevedo)

OUTRO EXEMPLO:

{Exmos. Senhores,

Venho desta forma denunciar alguns incidentes críticos decorridos a 5,6,7,8 e 9de julho no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE.



Dia 5 de Julho

TURNO DA MANHA

Escaladas três enfermeiras especialistas em vez de quatro, pelo que o enfermeiro generalista que vai assegurar o serviço de urgência terá de enviar para a sala de partos no piso de cima, todas as utentes grávidas para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO, ou pedir colaboração da enfermeira especialista da consulta externa de obstetrícia

TURNO DA TARDE
Escaladas três enfermeiras especialistas em vez de quatro, pelo que o enfermeiro generalista que vai assegurar o serviço de urgência terá de enviar para a sala de partos no piso de cima, todas as utentes grávidas para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO, ou pedir colaboração da enfermeira especialista da consulta externa de obstetrícia

TURNO DA NOITE
Estavam escaladas 2 enfermeiras especialistas em vez de quatro
Estas 2 enfermeiras asseguraram sala de parto , onde tiveram o apoio de 1 enfermeira signatária do movimento.
Sala de partos – onde se encontravam 4 mulheres em trabalho de parto – 1ª e 2º fase do trabalho de parto
- Foram transferidas para a sala de partos, 4 gravidas do internamento materno fetal, para vigilância
.
Internamento de puerpério - 2 Enfermeiras generalistas – 1 sendo signatária do movimento e 1 enfermeira generalista com 3 turnos de integração no internamento de puerpério, asseguraram cuidados às puérperas e realizaram cuidados gerais de enfermagem a 2 gravidas de 25s e 26s que não foram transferidas para a sala de partos.

Serviço de urgência - enfermeiro generalista- signatário - assegurou o serviço de urgência, tendo que enviar para a sala de partos no piso de cima, todas as utentes grávidas para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO.



Dia 6 de Julho
Turno da manha
Escaladas 2 enfermeiras especialistas em vez de 4
-Sala de partos -  2 Enfermeiras especialistas .
 - Internamento materno fetal - cuidados Os cuidados inerentes a enfermeira EESMO, foram  prestados às gravidas pela Sra Enfermeira chefe (mantendo as funções de chefia )por indicação da enfermeira supervisora, 
Enfermeira signatária prestou cuidados inerentes a enfermeiro generalista no sector referido.

Serviço de urgência – assegurado por enfermeiro generalista com a colaboração da enfermeira especialista da consulta externa de obstetrícia - para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO,


Turno da tarde
Escaladas 2 enfermeiras especialistas em vez de 4
- Sala de partos - - 2 enfermeiras especialistas
- Internamento materno fetal – cuidados prestados pela enfermeira especialista da consulta externa de obstetrícia – deixando a consulta externa sem EESMO suficientes
- Serviço de urgência – assegurado por enfermeiro generalista que teve de enviar para o internamento materno fetal no piso de cima, todas as utentes grávidas para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO.

Turno da noite
Escaladas três enfermeiras especialistas em vez de quatro, pelo que o enfermeiro generalista que vai assegurar o serviço de urgência terá de enviar para a sala de partos no piso de cima, todas as utentes grávidas para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO.


Dia 7 de Julho
Turno da manhã
Escaladas três enfermeiras especialistas em vez de quatro, pelo que o serviço de urgência foi assegurado por enfermeiro generalista com a colaboração da enfermeira especialista da consulta externa de obstetrícia - para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO.

Turno da tarde
Escaladas 2 enfermeiras especialistas em vez de 4

- Sala de partos -  2 Enfermeiras especialistas
 - Internamento materno fetal - cuidados Os cuidados inerentes a enfermeira EESMO, foram  prestados às gravidas pela Sra Enfermeira chefe, que tendo feito manha enquanto enfermeira, prestou cuidados de EESMO até ás 19h (por indicação da enfermeira supervisora)
Enfermeira signatária prestou cuidados inerentes a enfermeiro generalista no sector referido.

Serviço de urgência – assegurado por enfermeiro generalista com a colaboração da enfermeira especialista da consulta externa de obstetrícia - para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO,


 Turno da Noite

Estavam escaladas 2 enfermeiras especialistas em vez de 4.
Por indicação da enfermeira supervisora e da enfermeira chefe, foi recrutado mais 1 enfermeiro especialista para o turno da noite, pago em horas extras- ficando assim 3 enfermeiros especialistas em vez de 4.
Sala de partos - - 2 enfermeiras especialistas
Internamento materno fetal – cuidados prestados pela enfermeira especialista
Serviço de urgência – assegurado por enfermeiro generalista que teve que enviar para o internamento materno fetal no piso de cima, todas as utentes grávidas para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO.


Dia 8 de Julho e 9 de julho (fim de semana)
Estavam escaladas 2 enfermeiras especialistas em vez de 4.
Por indicação da enfermeira supervisora e da enfermeira chefe, foi recrutado mais 1 enfermeiro especialista por turno, pago em horas extras- ficando assim 3 enfermeiros especialistas em vez de 4.

Turnos manhã, tarde e noite
- Sala de partos - - 2 enfermeiras especialistas
Internamento materno fetal – cuidados prestados pela enfermeira especialista
Serviço de urgência – assegurado por enfermeiro generalista que terá de enviar para o internamento materno fetal no piso de cima, todas as utentes grávidas para a realização de CTG e demais intervenções de ESMO.


Atenciosamente,

J G - 
e
C P - }

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