domingo, 17 de março de 2019

A SENHORA DA SAÚDE E OS ENFERMEIROS



Na operação política de campanha do PS, a saúde e o SNS são desfocados dos seus enormes problemas, usando um argumento facilmente aceitável pela população: o dinheiro que o Estado não pode investir, porque não o tem.
E, sem ovos não se podem fazer omeletas.
Ora, esta falsidade mostra o caráter de quem a pratica.
Na verdade, o problema dos Enfermeiros, também é o do baixo salário!
Mas, antes de chegar à tabela salarial, há uma problemática, que a COMPLEMENTARIDADE gera e que os Enfermeiros/FENSE tentam desfazer, que não só não custa dinheiro, como impede o mal-gasto e porque destrói o modelo que os Governos Sócrates e Geringonça congeminaram adotar para os Enfermeiros.
Veja-se a proposta vergonhosa de Marta Temido, a Senhora da Saúde, que está nitidamente a abusar do cargo para impor as normas que os Administradores Hospitalares, em conluio com os Médicos, pretendem aplicar à Carreira de Enfermagem que, por estas razões, desfizeram, no governo de Sócrates, Ana Jorge/Pizarro.
A desculpa  de que os Enfermeiros exageram, nas suas propostas de carreira, não são somente o dinheiro, que põem à frente, para Povo ver, mas são, sobretudo, a estrutura de Carreira que envolve outro tipo de compromissos, a longo prazo, que a prática governativa do PS, não quer assumir, por razões visíveis e invisíveis; visíveis, para manterem os Enfermeiros sem autonomia e subservientes; invisíveis para facilitarem a teoria do "Jerónimo Martins": «meia dúzia de hospitais públicos e o resto são para gerir pelo "pingo doce"».
Que diria o Belmiro de Azevedo, se fosse vivo...
Não é estultícia imaginar que a revisão da Carreira Enfermeira, que propomos, com a concordância de pelo menos 4 Sindicatos de Enfermeiros, como podemos comprovar, cria condições que transformam substancialmente, em reorganização a desordem que se vai instalando, no SNS/público, rumo ao que, se não é, tudo leva a crer que seja: a teoria do "pingo doce".
Não foi por acaso que os ditos criadores do SNS, alguns já falecidos, vieram lançar um grito de alerta, acerca dos sinais que começavam a notar-se e, que poriam, em perigo, o SNS/público, na sua genuinidade.
E a Senhora da Saúde, não é só com os Enfermeiros, que precisa de manter num vai-vem, entre as "pingo doce" e as EPE, que uma Carreira Profissional Enfermeira, reestruturada, dificulta", pelos compromissos a longo prazo, que acarreta; é também, nas alterações, que fez ao projeto das Bases, que ingénuos e idealistas bem intencionados propuseram.
Ana Jorge, primeiramente, Adalberto Fernandes, depois, já estão nas Misericórdias, onde um processo de desnacionalização "Gonçalvista/75" das Unidades Hospitalares inspiradas no paradigma da Assistência, por Caridade e Amor ao Próximo, baseado nas Obras de Misericórdia, pode rebentar com maior vigor, a qualquer momento.
E como se perdeu a Irmã de Caridade, Esposa de Cristo, por vocação, manter os Enfermeiros desorganizados e mal pagos, que a substituam, faz todo o sentido.
E o Jerómino Martins "doce pingo", que se cuide, porque há quem tenha ideias mais exequíveis do que as suas, porque estão mais viradas ao Céu e cobertas por Ele.
E não é só isso!
É uma pena os doentes não chegarem para todos.
Apesar de já haver, além dos "inventores das doenças", outros, que estudam a doença das doenças, ainda assim, há falta de doentes, não obstante as acumulações, para as doenças criadas e ou a criar.
E a Senhora da Saúde tenta mascarar com a falta de dinheiro e a preciosa ajuda do palrador que ocupa o lugar de PM, outra coisa bem mais importante que é a reorganização do SNS, evitando o seu colapso.
Quanto mais falarem do SNS, nas instituições de Saúde mais se pode ver o tamanho das mentiras quando comparamos o que lhes ouvimos com o que sentimos e vemos na realidade, que temos.
E a campanha, até pode produzir efeitos contrários.
Pensem nisto, sobretudo vós, Colegas Enfermeiros.
José Azevedo

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