NANDOCAS
MAIÊUTA
NB:
Estava eu, como a linda Inês, posto em sossego/
de meus calejados anos colhendo o doce fruito/
Naquele engano d'alma ledo e cego/
que o trabalho árduo não deixa durar muito/
quando vi um moscardo que nas asas/
Transporta umas brasas
Que a informação certa vai atiçar...
Estávamos nos idos de 1922, quando as Parteiras formaram um Sindicato, na capital de Lisboa. (Os pormenores ver no herdeiro Sindicato do Sul e Ilhas, hoje o Augusto SEP).
Estas Parteiras eram pessoas com o 7º ano dos liceus que frequentavam as três faculdades de medicina e saiam Parteiras, que se faziam respeitar, porque os Parteiros Médicos tinham os mesmos professores, mas menos conhecimento da arte de partejar.
Com a falta desta mão-de-obra, as maternidades, uma das quais a de Júlio Diniz, no Porto, às alunas do 2º ano do curso geral de Enfermagem, era permitido frequentar uns estudos, nas maternidades e saiam com o título de Enfermeiras Parteiras Puericultoras (Maria Aurora Bessa foi um exemplar desses).
Com a falta de frequência e alguns ataques das Enfermeiras, às Parteiras das Faculdades de Medicina, o curso foi-se extinguindo, na de Lisboa e do Porto, continuando, em Coimbra.
Foi um curso criado pela Rainha D.ª Maria II, e o diploma é documento histórico e, por sinal, bem concebido.
As carências de Parteiras e as exigências de novas formas de assistência (a Previdência Social com as Caixas e Casas do Povo) passou a recrutar, nos Auxiliares de Enfermagem as alunas aos Cursos da Faculdade de Coimbra (O Prof. Mário Mendes foi o último a suspender o curso e morreu de enfarte, quando a Académica subiu à 1ª divisão de futebol).
Foram estas heroínas a quem as pedantes (não todas) do curso geral, começaram a chamar "aparadeiras", que em condições más, reduziram a mortalidade infantil, para os Médicos adotarem segundo termos curriculares, como tudo o que os Enfermeiros fazem de bom. Ainda hoje é assim.
O Dr. Arnaldo Sampaio, pai do que, por via da má moeda, deu o golpe de Estado, sendo Presidente da República de seu nome Jorge Sampaio, lançava o plano nacional de vacinas (PNV).
Havia uma tendência de desenvolver uma valência materno-infantil nas Enfermeiras de Saúde Pública, então contestada pelas Parteiras das Caixas, por não terem formação para assistir grávidas nem puérperas.
A história repete-se, pelo menos 2 vezes (Hegel).
Este breve resumo histórico é para ajudar o nosso estimado Nandocas, que faz papéis únicos, por iniciativa própria ou por encomenda, nos seus "cessos e retrocessos".
Por esse resumo pode Nandocas ver, comparativamente, o que eram ontem e o que são hoje as Parteiras.
Por agora só aviso;
1 - Tendo sido os EESMOS o movimento que tirou os Enfermeiros do marasmo e do silêncio, apesar de ser, nas vistas panorâmicas, do Nandocas, "um grupelho", que também fez uma proposta para a Arte de Partejar, aos arranjos encomendados que a Ordem dos Enfermeiros, vai lançar para o ar, na Ilha Açoriana, onde vai ser montado o lança-satélites, proposta que Nandocas não deve conhecer, nem precisa, pois, até, podia perturbar o seu papel estatutário, com os adereços e aderentes que comporta, os EESMOS deviam merecer-lhe mais respeito e atenção.
Eu sou um dos que se não fossem os EESMOS não teria tido a oportunidade de constatar, por falta de imaginação minha, que a Enfermagem, também tem espécimes como Fernando Dias, que carinhosamente, chamo de Nandocas.
2 - Como os lavadouros de roupa suja, andam a dar mostras duma ignorância crassa, mesmo de onde não seria de esperar, aqui estou eu, para dar uma ajudinha, pois não gosto de ver os Enfermeiros fazerem certos papéis.
José Azevedo
BARREIRAS NA EESMO
NB: Assim é que se fala, mas para um campeão parece-me uma linguagem um tanto de conformado.
No entanto, não deixa de ter razão no "quem divide quem":
Por exemplo:
Nasceram 2 Sindicatos e clamam pela UNIÃO dos outros, sem que se saiba por quê e para quê.
De repente os Sindicatos tradicionais passaram a ser os divisionistas, porque não se unem aos recém-nascidos.
Mas, quem podia impedir de nascerem?
Pelos vistos, ninguém.
Por outras palavras:
Quando é que alguém tem o direito a fundar um movimento, na área, onde já existem outros do género, mais que suficientes!?
Volto a falar de Sindicatos: 4 a que vieram juntar-se +2.
Que proposta trazem que os outros não pudessem ter feito?
Quem os apoia e quem os não apoia?
E Barreira põe o dedo na ferida. E bem!
E a EESMO tem ou não tem direito de cidadania a ser um movimento associativo, ainda que se proponha falar duma Ordem Profissional Própria e da criação duma Parteira não Médica e não Enfermeira!
E aqui, é que a porca torce o rabo; se forem Sindicatos novos, apoiam-se sem crítica e não dividem;
se for uma Ordem Nova de uma Profissão autónoma, que nada tem de Enfermagem, enquanto conteúdo curricular autónomo, entenda-se, solta-se o grupo de apoio e ou ataque.
Mas há países, atualmente, que têm cursos de Parteira, sem ser Enfermeira, e será que o grupo dos amores-perfeitos não sabe disso!...
Se não sabem eu posso nomear alguns, para saberem que a ideia, a conseguir vencer, nem sequer é original.
Por que não fazem a pergunta de outra maneira:
Com suspensão dos cursos de Parteira das faculdades de medicina a ARTE DE PARTEJAR, dignificou-se, desenvolveu-se ou atrofiou-se?
Os que têm paciência e caridade cristã de lerem o que eu escrevo, certamente já me ouviram perguntar, quando é que a Ordem dos Enfermeiros denuncia a usurpação de funções por parte dos Médicos, nos partos normais, ditos eutócicos?
Não sei se a Ordem já tomou alguma iniciativa neste sentido, nem tenho de saber.
Mas sei que cada vez mais as ENFERMEIRAS ESPECIALISTAS EM SAÚDE MATERNA E OBSTÉTRICA, estão mais transformadas em instrumentistas das Medicas/os parteiras/os.
Por acaso já se esqueceram por que, sendo Enf.º Diretor no HSJoão, contratei Parteiras do exterior não subjugadas ao método que a faculdade de medicina do Porto continua a desenvolver acerca da usurpação da eutocia, pelos Médicos.
E ainda se lembram da "ordem de serviço" de quem corta cose?
Eu não falo de cor.
Eu não aprovo em qualquer caso, estes ataques a Colegas que ontem eram bestiais e hoje são bestas para os mesmos "amores-perfeitos", só porque mexeram no seu queijo!?
E quando mexeram no queijo dos outros, qual foi a vossa posição?
Passaram de bestas a bestiais, não foi, assim?
A experiência nem sequer é nova: é apenas a reativação de um método de fazer Parteiras. Se estiverem interessados posso mostrar-vos o diploma criado por Dª Maria II, rainha de Portugal.
Os Enfermeiros antes de caminharem no sentido da UNIÃO, têm de analisar as causas de quem e porquê os DIVIDEM a encherem a bocarra com a união.
Moral da estória: «Deus escreve direito por linhas tortas» ou seja: «Cá se fazem; cá se pagam!»
Não é?! (continua)
José Azevedo
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