Ao da SRNOM meteram-lhe o disco das triagens na pinha e só sabe dizer, adaptem as triagens não sabe muito bem a quê e a quem, esquecendo-se que tem de ser mais explícito e falar uma linguagem que se entenda.
Assim deixa a dúvida se o defeito está nas triagens ou na maçaricada que está a jusante do discurso que discorre, aparando as deixas que não é capaz de reter, deixando-as fugir, até da própria vida.
O maioral ainda não entendeu que a Ordem dos Enfermeiros tem um estatuto igual à Ordem dos Médicos e outras, uniformizadas todas, há bem pouco tempo. Logo:
Nem os Enfermeiros têm que dar ordens de execução aos Médicos;
Nem os Médicos têm de dar ordens de execução aos Enfermeiros.
Quando muito, uns e outros podem sugerir: se fosse por aí ia matar o doente;
Se conseguir uma técnica que ponha mais confortável o doente nem preciso de prescrever analgésicos.
Claro está que há um défice de maldade e prosápia nos Enfermeiros. Mas isso não quer dizer que os Médicos, que ainda não se aperceberam que, só fazem bom trabalho, com Enfermeiros tecnicamente competentes, se sintam com obrigação de controlar os Enfermeiros, nas áreas comuns, como são a prescrição e pouco mais.
Com este pequeno introito reparem na imagem que pretendem dar do Enfermeiro a requisitar alguns exames subsidiários que o algoritmo recomenda, para aprofundar determinados sintomas.
Ainda é só para experimentar;
Ainda é por pouco tempo;
Ainda não é para valer;
Ainda tem por perto os controleiros.
Diz por outras palavras, a peça do JN de 3/02/15, que até já tem NOC e tudo, quer dizer a marca de origem - Norma de Orientação Clínica, ou seja de Enfermeiro.
Como devem lembrar-se, quem inventou o processo clínico foi a nossa genial colega, Florence Nightingale, o tal rouxinol que iluminava com a sua candeia, as noites escuras e frias dos doentes e sinistrados da guerra da Crimeia.
Clínico, nesse tempo, queria dizer, ACAMADO. Ela inventou uma maneira de forçar os Médicos a escreverem numa papeleta que se dependurava aos pés da cama, porque ainda não se usavam os computadores.
Os Médicos, que não primam pela inteligência, adotaram o acamado ou clínico, na versão mais próxima do grego (kline), para nome profissional.
Por exemplo; se puserem um Médico junto duma cama e disserem está ali um clínico, poucos serão os que olham para o leito. A tendência é olhar para o Médico.
Mas como estamos a ir à essência da coisa para fazermos luz sobre ela, para se medir o tamanho desta "disparateação", partimos da versão grega (até porque a Grécia volta a estar na moda) de cama ou leito para legitimar a tal NOC e lá temos o Enfermeiro orientado para o leito que é o que está mais próximo dele, porque é aí que repousa o doente. É pois o Enfermeiro que está mais próximo do leito;
Médico não tem capacidade para pensar nestas coisas, porque se sente o senhor de tudo e de todos.
E de tão entretido que andava a olhar para o feitio do próprio umbigo, desenhado por uma parteira qualquer, nem se apercebeu, que ao seu lado, crescia uma planta maravilhosa, a Enfermagem, com ser e saber próprios e despida de certas doses de xamanismo, o que a afasta da dita bruxaria, não obstante muitas parteiras e curandeiras terem sido queimadas vivas e no pelourinho, para exemplo e para impor a medicina como uma ciência, que não é, pelo menos à luz do conhecimento científico: universal e necessário.
Que o Sr. José Manuel, que ontem, no Prós & Contras, foi destapando as misérias dos Colegas dele, que se abrigam nas urgências, mal feitas, por eles, por não saberem, por não serem, por só parecerem o que não são, etc e tal...
Há dias fui com um doente a uma consulta, por ser um velho amigo e não ser muito crente em mediquices. Para experimentar a sabedoria do Médico separei os relatórios das radiografias e dos eletrocardiogramas.
Foi tal a atrapalhação que marcou a consulta para o dia seguinte, porque queria ver o parecer do radiologista e do cardiologista.
A pergunta não tão estúpida como parece: qual a capacidade deste Médico para rejeitar as análises e radiografias e eletrocardiogramas requisitados (não feitos) pelo enfermeiro?
Se as radiografias e análises não trouxerem a cábula, qual o perigo de o Médico ficar a olhar para elas como um boi para um palácio?
Eu falo assim porque sei o que são necessidades.
Deixai, vós outros de ser ridículos: finjam que sabem e levam as coisas sérias a sério.
Com esta perspectiva é mais fácil apreciar o ridículo da prevenção cautelar duma ação inócua.
Bem mais perigoso para o doente é administração da terapêutica, que o Médico receita...
Não obstante, o Enfermeiro que se respeita e ao doente filtra os erros do Médico.
Querem debater isto connosco em terreno neutro?
O convite está feito!
Com amizade e solidariedade pelos que sofrem de incapacidade de reter o avanço da história,
José Azevedo
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