domingo, 1 de fevereiro de 2015
SINDICATOS DEVEM SER RAZOÁVEIS
Deixamos à sua reflexão o que um sociólogo diz e pensa da nossa vida sindical.
Se há profissões, que cresceram à custa da coesão sindical, a Enfermeira é uma delas.
A história pode dar-nos uma ajuda:
1- Enquanto o movimento sindical dos Enfermeiros foi genuíno, puro, a profissão evoluiu.
2 - A partir da altura, em que os falcões começaram a influir na nossa vida colectiva, começámos a derrapar, dando a ideia de falso movimento colectivo, muito por culpa da incapacidade, a todos os títulos, de quem nos tem representado, que não tem sabido discernir, entre os que nos ajudam e os que nos empurram, para a satisfação dos seus interesses e sacrifício dos nossos. Não os nomeio para não correr o risco de me esquecer de algum.
3 - Um bom exemplo desta derrapagem tem sido a Ordem dos Enfermeiros, que veio "travestida" de sindicato, sem capacidade interna para avisar os Enfermeiros de quais são as suas competências, assim como a de se assentar num famigerado REPE, sem uma análise correcta do que se podia adoptar e não adoptar dele, para Estatuto da Ordem, perdendo uma oportunidade de fazer nascer uma organização, que fosse genuína, na essência e, em tudo, usufrutuaria da legislação, que regula as Ordens Profissionais.
4 - O primeiro erro grave foi o 1º grupo, à Maria Augusta e Ana Sara, ter alicerçado o Estatuto do Enfermeiro, na COMPLEMENTARIDADE de e de...de...
Não tenho a certeza de que alguma delas perceba as consequências deste gravíssimo erro, numa Profissão, que não se cansavam de chamar AUTÓNOMA - a Enfermeira.
Também não sei se entenderam o que dizia Coriolano Ferreira, uma figura de referência ímpar, no nosso SNS : uma Profissão é autónoma ou se o não for, também não é Profissão.
5 - A versão do Couto é a do ênfase, na EQUIPA, como que, rejeitando o sinergismo de cada um dos elementos constitutivos; por outras palavras: para esta segunda versão, o Enfermeiro, só existe, em equipa, concepção, que é bem mais demolidora da coesão profissional do que a daqueles professores de Enfermagem, essa abstracção, que não podem praticar, concretizando-a, porque, como diz o Hermínio, estão proibidos de entrar nos hospitais do Ministério da Saúde, ao dizerem: se não souberes pergunta ao Médico. Que pensarão os professores de medicina destes pedaços de sabedoria?!
6 - Não obstante, tantos e tais atropelos a uma actividade, que se foi profissionalizando, até selar esse crescimento, com a fundação da Ordem Profissional do Enfermeiro, como sucedeu com a médica, aliás, a Enfermagem resiste e afirma-se, por isso vos afirmo a inutilidade destes métodos de formação e representação, que podiam e deviam ser diferentes, se fossem outros os protagonistas, e não estes, sem formação, nem inspiração, nem perspectivação.
7 - Cabe aos Enfermeiros a opção de acelerarem o seu desenvolvimento, através de Sindicatos, que sirvam os seus legítimos interesses e não dos que se servem do potencial Enfermeiro, para engalanarem lutas de outros interesses. Basta olharem para um passado recente para fazerem a análise concreta do que falhou.
8 - E, como a experiência demonstra, não há outra forma de crescer; não somos, somente, nós a dizê-lo. Vá lá; não deixe, para amanhã, se se pode sindicalizar, já, hoje.
Com amizade e impaciência,
José Azevedo
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