terça-feira, 25 de agosto de 2015

E O BURRO SOU EU, EU E EU, SEMPRE EU




De: Helena Antunes [mailto:honozantunes@gmail.com]
Enviada: terça-feira, 25 de Agosto de 2015 15:42
Para: Sindicato Dos Enfermeiros
Assunto: ACONTECEU NO HOSPITAL DE AVEIRO ONTEM, DIA 19 DE AGOSTO

Caro Enf. Azevedo,

os meus cumprimentos.

Sinto-me na obrigação de lhe responder ao que escreveu no seu blogue

Deixo o meu profundo desagrado pelos seus comentários, pois o que se
passou pouco tem a ver com o que escreveu, peço-lhe o favor de
conhecer a versão de todos os colegas presentes nesse dia no Serviço
de Cirurgia do Hospital de Aveiro.
Primeiro ninguém foi ver montras, todos os elementos escalados
estiveram presentes as 8h na sala de trabalho para se fazer o
planeamento e serem assegurados os cuidados mínimos, isso pode
confirmar com a Enf.ª Chefe Lidia que também lá estava presente, não
sei se ela lhe disse isso.
Quem ficou a assegurar minimos organizou-se, quem não ficou foi
dispensado de permanecer no Hospital pelo piquete de greve, e não por
vontade dos próprios, como quer dizer no seu comentário. Quem não fez
greve cumpriu o turno que tinha de horário.
Quem zarpou para o olho da rua foi uma das coordenadoras de turno,
zarpou e ninguém mais a viu, só depois se veio a saber que fez greve
porque a 21 de agosto já aparece no horário como fazendo greve, olhe
que não quis saber se era precisa para assegurar cuidados minimos. Mas
também isto não foi novidade porque já aconteceu noutras greves, com
este elemento e com outros da coordenação, até de folga lá aparecem no
horário depois de passarem os dias da greve, e estavam a fazer turno
no horário no dia antes da greve! E mais, a coordenadora é Enfermeira
como eu, não é Chefe ou Especialista de carreira, está na equipe de
cuidados gerais.
Quanto à colega que não foi rendida, foi realmente uma asneira porque
foi mal aconselhada por outra colega grevista, devia era primeiro de
falar com a Chefe que estava lá. Mas também a Chefe só tomou conta da
situação a meio da manhã, veja bem! Era escusado, aconteceu
infelizmente, mas também não sei o que a chefe fez para evitar isto!
Entre outras coisas, não vou fazer as queixas todas nem apontar nomes
e situações, mas acho mesmo que devia tentar falar com as pessoas que
estiveram envolvidas e saber o que se passou na realidade, fazia muito
pela equipa
E com isto não estou a defender a greve ou a dizer que gosto ou não do
que o sep faz, sei é que não gosto de estar a lutar com os outros
colegas quando se devia era lutar para defender o que interessa,
juntos. Mas infelizmente o Sr Enf. Azevedo, que eu até reconheço como
um grande lutador pela classe, mas desta vez contribuiu para uma
grande confusão e um grande descontentamento em relação a si, para não
falar no mau ambiente que daqui vai resultar na equipe.
Sei que não gosta de anónimos, mas peço desculpa e não me vou
identificar, espero que compreenda porquê.
Cumprimentos.



Um comentário destes merece uma resposta rápida e objectiva.

Não sou adepto de greves de circunstância para não dizer mais, pois fui o presidente do comité central da greve de 12 de Março de 1976, onde os Enfermeiros unidos e obedientes à disciplina sindical, sabiam como se conseguiam coisas. Subiram 5 letras no seu vencimento numa inversão total: o vencimento do Superintendente, passou para o Enfermeiro, justamente a letra J, passando aquele para a letra D.
As greves não eram contabilizadas por estatísticas falseadas ou mal cuidadas, mas pelos estragos que causavam.
Ajudei com essa greve a tornar os Enfermeiros presas fáceis de abutres de vária ordem e com plumagem diversificada.
Quanto aos fenómenos da greve de Aveiro são iguais aos de outros lados e escolhemos aquele a título de exemplo.
Também sabemos que há um grupo de agitadores, que foram bolseiros de um Partido, para agitarem as massas e confundir as situações. Têm estratégias próprias aprendidas, até fora do país, algumas.
Nas greves baralham a lei e invertem-na: ninguém pode substituir os grevistas e eles dizem; os grevistas não substituem os não grevistas que já terminaram a sua jornada de trabalho.
Ora isto é tão idiota e tão falho de respeito pelos Enfermeiros, grevistas e não grevistas que se pasma, como é que tendo tão à mão a consulta ao que escrevemos e ou à lei, as pessoas continuam a deixar-se enganar intimidados pelos tais buldogues, sem cartão partidário, mas com conhecimentos de agitação tirados, em cursos, que certo partido ministra para esse efeito. Não é de hoje essa estratégia e, na Enfermagem penetrou de há muito, começando pelas escolas e passando ao exercício.
Quando há greve, aí estão eles a confundir e a agitar; já que não aderem à greve, vão brincando com os direitos dos não grevistas.
A diferença em Aveiro, foi de que nós sugerimos que lessem a lei, antes de recorrerem ao confronto, que estamos a ensaiar para impor a lei e os direitos dos grevistas e dos não grevistas.
A cadeirada dá muito nas vistas e não produz efeitos.
Os italianos (ver "D.Camilo e o seu Pequeno Mundo, filme e livro deliciosos), obrigavam os derrotados a beber meio litro de óleo de rícino.
Hoje umas gotas produzem o mesmo efeito. É esta a nossa receita para ministrar aos buldogues, que abusam da lei em greves de circunstância e metem medo às pessoas, que até, lhes obedecem ingenuamente. Escusam, com esta medida, de fazer  dieta para se libertarem dos excessos da massa de que são feitos.
Depois têm de saber que o piquete de greve não tem que meter o nariz nos prestadores de serviços mínimos, que legalmente estão dependentes da chefia de Enfermagem e não do piquete de greve.
Só podem vigiar se os serviços mínimos são mesmo os mínimos.
Têm outra obrigação que é fornecerem com, pelo menos 24 horas de antecedência, a lista dos prestadores de serviços mínimos, isso é o que manda a lei.
Mas não os podem controlar, porque a lei impede-os.
Ora comigo é assim; se a lei nos serve; é para cumprir. Se não serve propõe-se a sua alteração a bem ou com luta.
Quanto ao que sou, sou...
Podem criticar-me, mas não corrigir-me, porque é coisa que nem eu me atrevo a fazer.
Percebi a origem e essência do comentário, respeitoso, aliás, como convém.
Com amizade,
José Azevedo

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