Esta expressão de "chamar à pedra" remonta aos tempos, em que ainda havia o quadro preto, ou lousa, nas salas de aula e eram feitos, na fábrica de Valongo. Hoje quer dizer que vai ser chamada ao Parlamento ou Assembleia da República, (a pedra) para onde os vencidos da vida transferiram o governo da Nação, por falta de capacidade própria, ao que me informaram os entendidos, nestas coisas, pois é lá, que estão muitos Médicos e Advogados disfarçados de Deputados, isto, além, dos que estão no Ministério da Saúde, uma dependência do Governo, claro está.
Tanta ligeireza para tratar de assuntos da morte, que se pretende retardar, deixa-nos a pensar, em muitas ineficácias do governo e do parlamento feito governo. E sobretudo penso na perspicácia da Bastonária, que me surpreendeu com a elevada pontaria, no tiro ao alvo.
Temos, aqui, um anúncio desses que põem no Diário da República a dizer que as Ordens Enfermeira e Médica estão entregues ao Ministério da Saúde, onde estão muitos Médicos desses que não receitam nem querem ver doentes.
Por que não começar por aí?
Será para transformarem em folclore político, uma hora tão nobre e humana, como a hora da morte.
E logo uma iniciativa vinda do PS!?
Será desta que se atribui aos Enfermeiros o estatuto de advogados dos Doentes?
Ou será que pretendem a que os Médicos, por uma qualquer qualidade de infalibilidade, intocabilidade, idoneidade, continuem a ser juízes em causa própria?
Ora se a Bastonária dos Enfermeiros, só por ter subscrito a petição de discussão do problema EUTANÁSIA e dizer que há uns médicos linguareiros, que até sugerem coisas, como o choque insulínico, nos doentes com determinadas patologias mentais, que depois os Enfermeiros resolviam anular com açúcar, adaptando-os, agora, à boa morte...
Se isto é assim e foi, onde está tanto alarido e as suas causas; está no facto de ter sido uma Enfermeira assumida a dizer coisas ,que os Médicos, ainda não tinham preparado as respectivas fugas.
Mas tudo isto é normal e não nos espanta. O que nos causa perplexidade é; ainda haver Enfermeiros, que não conseguem entender o gesto da Colega Bastonária da Ordem que a todos ordena.
Já agora, a AR podia chamar também o demolidor e antropofago de Enfermeiros, o Dr. Manuel Pizarro, para explicar o que queria dizer, quando Secretário de Estado e da Saúde afirmou:
«Aos Enfermeiros, já os comi».
Como bom comunista que foi; como bom socialista, em que se converteu, para atingir elevados cargos, que na versão anterior, não conseguiria, deve ter uma explicação lógica, para essa destruição vil, covarde.
Ou preparava para o estatuto dos Enfermeiros uma categoria semelhante à do sapateiro que tocava rabecão?
E não podia ir além da chinela!
Não será esse complexo de infalibilidade médica que está a atrapalhar a coisa?
Pelo espanto que as poucas, mas significativas palavras, que a Bastonária disse, parece-nos que a questão não está tanto no que disse, mas sim por tê-lo dito, em nome próprio, e não da equipa, que, como diz Sakalarides, o mais importante é o médico, qual mister, sentado no banco, a ver jogar.
Que o meu patrono, São Cricalho da Maia, me ajude a continuar a ver claro, nesta nevoeirada.
José Azevedo
PS DEVIA ENVERGONHAR-SE PELOS MALES E DESPREZOS QUE TEM CAUSADO À ENFERMAGEM SEMPRE QUE SOBE AO PODER!
Eutanásia: PS quer ouvir bastonária dos Enfermeiros
O PS quer ouvir com caráter de urgência a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros a propósito das declarações sobre a eutanásia. O pedido surge após a decisão do Ministério Público de abrir um inquérito.
JOAO ABREU MIRANDA/LUSA
O Partido Socialista quer ouvir com caráter de urgência a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, sobre as declarações queproferiu à antena da Renascença sobre a eutanásia nos hospitais portugueses.
Ana Rita Cavaco, clarificou ao Observador as afirmações que fez na rádio, frisando que nunca afirmou que a morte assistida era prática corrente no seio das equipas médicas em que participou, mas a questão é debatida:
Eu nunca disse que se praticava eutanásia ou que tinha visto praticar. O que eu disse foi que este assunto está dentro dos corredores. Estava-me a referir à discussão que é feita no seio das equipas”, clarificou a bastonária da Ordem dos Enfermeiros.
A solicitação do Partido Socialista acontece após decisão do Ministério Público de abrir um inquérito às declarações da bastonária para apurar se existe morte assistida no Serviço Nacional de Saúde. Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, declarou esta segunda-feira que também já solicitou à Inspeção-Geral de Saúde esclarecimentos sobre as declarações da bastonária.
A responsável pela Ordem dos Enfermeiros já esclareceu entretanto a declaração sobre casos em que médicos sugeriram praticar atos a doentes terminais, de maneira a provocar-lhes a morte, de forma indireta.
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